Um dado muito interessante, que talvez esteja a escapar à maioria dos colegas:
"The largest study so far to look at mortality among coronavirus patients on ventilators was done by the Intensive Care National Audit & Research Centre in London. It found that among 98 ventilated patients in the U.K., just 33 were discharged alive. The numbers from a study of Wuhan, China, are even grimmer. Only 3 of 22 ventilated patients survived."
All the early research suggests that once coronavirus patients are placed on a ventilator, they will probably need to stay on it for weeks. And the longer patients remain on a breathing machine, the more likely they are to die."
Ou seja, só entre 15% (em Wuan) e 33% (em Londres) dos pacientes ventilados é que sobrevivem. A esmagadora maioria não sobrevive, porque tem simplesmente demasiadas doenças associadas, que lhes comprometeu o sistema imunitário. Mas tudo indica que uma pessoa com um sistema imunitário minimanente funcional sobrevive facilmente ao covid-19.
Estou absolutamente convencido de que se não encararmos este covid-19 como se fosse mais uma gripe (mesmo sabendo que é talvez pior) e se permitirmos que ele bloqueie a máquina económica, o nosso destino vai ser miséria para todos, fome, motins nas ruas, etc. E depois disso, das duas uma: ou temos um governo totalitário a tentar assumir o controlo da situação (com lei marcial permanente, exército nas ruas, etc.) ou descemos mais um degrau e acabamos em tribalismo e violência generalizada. Ou seja, no melhor dos casos o fim da democracia, e no pior o fim da civilização.
Para mim, é este o cenário. Sou muito mais pessimista do que a maioria, eu sei, mas acredito que tenho razões para isso. Não apresento essas razões aqui porque teria de perder duas horas nisso, mas referências sobre o estado em que o covid-19 está a deixar a economia global, tenho-as ás pazadas.
Acho que ainda vamos a tempo de evitar que esta depressão seja muito pior do que a de 2008 (porque pior já vai ser de certeza, se a única coisa que se fez para remediar a crise de 2008 foi aumentar o endividamento e imprimir triliões para jogar no casino financeiro). Mas para isso a única solução é proteger do contágio só os mais vulneráveis e os restantes "ignorarem" o covid-19 (mas de preferênica com luvas e máscaras, claro) e fazerem a sua vida vida normal. Uma normalidade que nunca será a "normalidade" de 2019, mas que pelo mantenha a máquina económica global a funcionar, mesmo que a um ritmo mais lento. Porque se deixamos a máquina parar por completo, ela dificilmente volta a pegar. Disso estou certo. Ou o mundo abandona a quarentena no final de Maio, ou bem podemos começar a pensar onde é que vamos plantar batatas, milho e feijões.