Impacto económico do Covid-19

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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2
  • Março/22
  • Abril/19
Dagerman disse:
É mais contagioso e mortal do que a gripe, acredito. Mas não é de certeza mais contagioso e mortal do que o colapso económico que esta quarentena vai causar.
Em poucas palavras, e mais uma vez: não vai ser o vírus que vai dar cabo de nós, vai ser a fome, quando a cadeia de fornecimentos e de distribuição, que opera hoje a nível global, entrar em ruptura.
Tentar combater um vírus que já se tornou global e endémico com uma quarentena é A MEDIDA MAIS ESTÚPIDA QUE ALGUMA VEZ SE TOMOU À FACE DA TERRA. Se a ideia era criar o caos e fazer subir a taxa de desemprego para 50% daqui a seis meses, então estamos no caminho certo.

Quem devia estar de quarentena, até se descobrir uma cura ou uma vacina, eram as pessoas pertencentes aos grupos de risco. Todos os outros 80% deviam estar a fazer a sua vida normal. Contrairíamos todos a doença, cerca de 10% precisariam de cuidados hospitalares, e os restantes curavam-se em casa. Seria duro para essas pessoas, e uma carga pesada para o SNS, mas nada que não se resolvesse investindo umas centenas de milhões no SNS. Reter em casa 95% da população e destruir a economia é que não faz sentido nenhum, porque além de ser impossível secar o vírus dessa maneira, também não vai contribuir para salvar o SNS, porque com a destruição da economia o SNS irá igualmente pelo cano.
É uma matemática complicada, e se calhar há um meio termo, ganhar um bocado de tempo e planear como sair.
 

Marulanda

Tribuna
28 Agosto 2019
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  • Deco
Dagerman disse:
É mais contagioso e mortal do que a gripe, acredito. Mas não é de certeza mais contagioso e mortal do que o colapso económico que esta quarentena vai causar.
Em poucas palavras, e mais uma vez: não vai ser o vírus que vai dar cabo de nós, vai ser a fome, quando a cadeia de fornecimentos e de distribuição, que opera hoje a nível global, entrar em ruptura.
Tentar combater um vírus que já se tornou global e endémico com uma quarentena é A MEDIDA MAIS ESTÚPIDA QUE ALGUMA VEZ SE TOMOU À FACE DA TERRA. Se a ideia era criar o caos e fazer subir a taxa de desemprego para 50% daqui a seis meses, então estamos no caminho certo.

Quem devia estar de quarentena, até se descobrir uma cura ou uma vacina, eram as pessoas pertencentes aos grupos de risco. Todos os outros 80% deviam estar a fazer a sua vida normal. Contrairíamos todos a doença, cerca de 10% precisariam de cuidados hospitalares, e os restantes curavam-se em casa. Seria duro para essas pessoas, e uma carga pesada para o SNS, mas nada que não se resolvesse investindo umas centenas de milhões no SNS. Reter em casa 95% da população e destruir a economia é que não faz sentido nenhum, porque além de ser impossível secar o vírus dessa maneira, também não vai contribuir para salvar o SNS, porque com a destruição da economia o SNS irá igualmente pelo cano.
Nao podes desprezar a vida humana dessa maneira.

Ja agora nas tuas contas faltou clarificar os mortos.

Uns precisariam de cuidados hospitalares. Outros curavam-se em casa.

Faltou o "e os outros morrem olha paciencia".
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
4,563
4,403
Marulanda disse:
Nao podes desprezar a vida humana dessa maneira.

Ja agora nas tuas contas faltou clarificar os mortos.

Uns precisariam de cuidados hospitalares. Outros curavam-se em casa.

Faltou o "e os outros morrem olha paciencia".
Quem está a desprezar a vida humana, sem o saber, são os defensores da ideia de pôr uma população inteira, e uma economia inteira, de quarentena.

"e os outros morrem olha paciencia". A gripe mata milhares de portugueses todos os anos, sobretudo idosos, porque à medida que envelhecemos o nosso sistema autoimune vai perdendo resistência. É lixado, mas é a vida, as pessoas têm de morrer de qualquer coisa, né? Ou estás a pensar em tornar a morte ilegal?

Se estás realmente preocupado com a vida humana, devias pensar como é que vamos assegurar a nossa subsistência quando as fábricas não puderem reabrir por falta de matérias-primas, de peças, de combustível e de trabalhadores (porque quem é que vai querer voltar ao posto de trabalho se todos os dias a CS nos bombardeia com a treta de que este vírus é "super-letal"? Vamos ficar de quarentena um ou dois anos, até se descobrir uma cura ou uma vacina? Quando a vacina chegar (se chegar, porque em relação à do HIV ou à da SARS ainda estamos à espera...) já estaremos todos mortos e não servirá de nada.
 

Costa

Bancada central
27 Abril 2015
1,879
148
Dagerman disse:
É mais contagioso e mortal do que a gripe, acredito. Mas não é de certeza mais contagioso e mortal do que o colapso económico que esta quarentena vai causar.
Em poucas palavras, e mais uma vez: não vai ser o vírus que vai dar cabo de nós, vai ser a fome, quando a cadeia de fornecimentos e de distribuição, que opera hoje a nível global, entrar em ruptura.
Tentar combater um vírus que já se tornou global e endémico com uma quarentena é A MEDIDA MAIS ESTÚPIDA QUE ALGUMA VEZ SE TOMOU À FACE DA TERRA. Se a ideia era criar o caos e fazer subir a taxa de desemprego para 50% daqui a seis meses, então estamos no caminho certo.

Quem devia estar de quarentena, até se descobrir uma cura ou uma vacina, eram as pessoas pertencentes aos grupos de risco. Todos os outros 80% deviam estar a fazer a sua vida normal. Contrairíamos todos a doença, cerca de 10% precisariam de cuidados hospitalares, e os restantes curavam-se em casa. Seria duro para essas pessoas, e uma carga pesada para o SNS, mas nada que não se resolvesse investindo umas centenas de milhões no SNS. Reter em casa 95% da população e destruir a economia é que não faz sentido nenhum, porque além de ser impossível secar o vírus dessa maneira, também não vai contribuir para salvar o SNS, porque com a destruição da economia o SNS irá igualmente pelo cano.
Olá Boris Johnson, tudo bem?
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
3,886
317
Dagerman disse:
Quem está a desprezar a vida humana, sem o saber, são os defensores da ideia de pôr uma população inteira, e uma economia inteira, de quarentena.

"e os outros morrem olha paciencia". A gripe mata milhares de portugueses todos os anos, sobretudo idosos, porque à medida que envelhecemos o nosso sistema autoimune vai perdendo resistência. É lixado, mas é a vida, as pessoas têm de morrer de qualquer coisa, né? Ou estás a pensar em tornar a morte ilegal?

Se estás realmente preocupado com a vida humana, devias pensar como é que vamos assegurar a nossa subsistência quando as fábricas não puderem reabrir por falta de matérias-primas, de peças, de combustível e de trabalhadores (porque quem é que vai querer voltar ao posto de trabalho se todos os dias a CS nos bombardeia com a treta de que este vírus é "super-letal"? Vamos ficar de quarentena um ou dois anos, até se descobrir uma cura ou uma vacina? Quando a vacina chegar (se chegar, porque em relação à do HIV ou à da SARS ainda estamos à espera...) já estaremos todos mortos e não servirá de nada.
Todos os países optaram por quarentenas, mais ou menos forçadas. Serão todos malucos?

O que fez foi ganhar algum tempo, para perceber melhor o vírus, para reforçar o SNS, para criar grupos de contingência para grupos de risco (lares, prisões). Não tenhas dúvidas que os próximos passos serão aquilo que pedes.

Tomar decisões com base em informação incompleta/errada, normalmente resultam em decisões erradas. Podíamos-nos ter precavido quando a crise ainda estava na Ásia? Sim, é claro. Mas a partir do momento que se errou aí, não se poderia ter cometido um segundo erro (esse sim, fatal) e deixar o vírus andar aí à solta, sem qualquer decisão/re-educação da população.
 

Jules Winnfield

Tribuna Presidencial
11 Abril 2016
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Dagerman disse:
Quem está a desprezar a vida humana, sem o saber, são os defensores da ideia de pôr uma população inteira, e uma economia inteira, de quarentena.

"e os outros morrem olha paciencia". A gripe mata milhares de portugueses todos os anos, sobretudo idosos, porque à medida que envelhecemos o nosso sistema autoimune vai perdendo resistência. É lixado, mas é a vida, as pessoas têm de morrer de qualquer coisa, né? Ou estás a pensar em tornar a morte ilegal?

Se estás realmente preocupado com a vida humana, devias pensar como é que vamos assegurar a nossa subsistência quando as fábricas não puderem reabrir por falta de matérias-primas, de peças, de combustível e de trabalhadores (porque quem é que vai querer voltar ao posto de trabalho se todos os dias a CS nos bombardeia com a treta de que este vírus é "super-letal"? Vamos ficar de quarentena um ou dois anos, até se descobrir uma cura ou uma vacina? Quando a vacina chegar (se chegar, porque em relação à do HIV ou à da SARS ainda estamos à espera...) já estaremos todos mortos e não servirá de nada.
Que eu saiba temos um país cuja ação social ainda funciona. Além da segurança social, temos a sociedade civil devidamente organizada e bastante colaborativo. Ninguém morre á fome em Portugal. Não é preciso morrerem milhares para que se mantenha a ’riqueza’ aparente.

Numa sociedade com ’riqueza’ certamente teríamos outros níveis de poupança quer trabalhadores quer sobretudo para os detentores do capital.

São opiniões, decisões, valores e sentimentos que não me revejo minimamente.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
4,563
4,403
ixnay disse:
Todos os países optaram por quarentenas, mais ou menos forçadas. Serão todos malucos?

O que fez foi ganhar algum tempo, para perceber melhor o vírus, para reforçar o SNS, para criar grupos de contingência para grupos de risco (lares, prisões). Não tenhas dúvidas que os próximos passos serão aquilo que pedes.

Tomar decisões com base em informação incompleta/errada, normalmente resultam em decisões erradas. Podíamos-nos ter precavido quando a crise ainda estava na Ásia? Sim, é claro. Mas a partir do momento que se errou aí, não se poderia ter cometido um segundo erro (esse sim, fatal) e deixar o vírus andar aí à solta, sem qualquer decisão/re-educação da população.
Responde-me a isto: a intenção é pôr o planeta inteiro de quarentena até haver uma cura/vacina? Suponho que não, porque isso seria o mesmo que dar um tiro na cabeça. Vamos manter  uma quarentena de um ou dois meses, até o nº de novos casos baixar para uns 50 ou 100 por dia, e depois voltamos ao trabalho? Mas se voltarmos ao trabalho nessa altura, em Junho, digamos, será apenas uma questão de semanas até tornarmos a ter 500 novos casos por dia. Ou seja, em Agosto voltaríamos a entrar em quarentena? E depois em Outubro a mesma coisa? E as empresas, e os trabalhadores, sobreviveriam a esse pára-arranca constante? Claro que não, nenhuma empresa sobrevive a essa instabilidade.
É uma estupidez pensar que nos vamos livrar do vírus com quarentenas. O covid-19 veio para ficar, é preciso que as pessoas se mentalizem disso, tal como o vírus da gripe veio para ficar, e muitos outros. Temos de aprender a viver com ele (e a morrer - que remédio, se não houver alternativa, tal como se morre de problemas associados com a gripe e outros.)
Ou seja, se vamos mesmo de ter de abandonar a quarentena com o vírus ainda por aí, que sentido faz esperar um mês ou dois? Por mim, voltava tudo ao trabalho e só ficavam de quarentena as pessoas que correm sérios riscos de saúde com o covid-19. Não é  mais sensato? Ou o mais sensato é cedermos todos ao pânico e ficarmos em casa encolhidos e a passar fome?

Mas o pior é que com o pânico idiota que a CS está a criar, ninguém se vai sentir seguro (nem sequer as pessoas jovens e saudáveis) para voltar ao trabalho enquanto não tiverem a vacina na mão. Só que se vamos esperar pela vacina, bem podemos encomendar já o caixão, antes que lhe aconteça o mesmo que aconteceu às máscaras e ao álcool.
 

Licha

Tribuna
9 Maio 2016
3,875
767
Dagerman disse:
Mas o pior é que com o pânico idiota que a CS está a criar, ninguém se vai sentir seguro (nem sequer as pessoas jovens e saudáveis) para voltar ao trabalho enquanto não tiverem a vacina na mão. Só que se vamos esperar pela vacina, bem podemos encomendar já o caixão, antes que lhe aconteça o mesmo que aconteceu às máscaras e ao álcool.
Completamente de acordo.

A ação da CS nisto tem sido escabrosa. O vender constante do apocalipse inclusive com alusões às duas guerras mundiais. Não há comparação, nem em termos humanitários, nem em termos económicos, do que se passa agora com o que se viveu durante e após esses dois conflitos. Mas se continuarmos por este caminho de histeria e de restrições forçadas (que, estou convencido, terá de ser alterado tarde ou cedo), vamos lá chegar e aí será pior a emenda que o soneto.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
4,563
4,403
Jules Winnfield disse:
Que eu saiba temos um país cuja ação social ainda funciona. Além da segurança social, temos a sociedade civil devidamente organizada e bastante colaborativo. Ninguém morre á fome em Portugal. Não é preciso morrerem milhares para que se mantenha a ’riqueza’ aparente.

Numa sociedade com ’riqueza’ certamente teríamos outros níveis de poupança quer trabalhadores quer sobretudo para os detentores do capital.

São opiniões, decisões, valores e sentimentos que não me revejo minimamente.
E achas que era sustentável economicamente ficarmos todos em casa durante quê - um ano ou dois? - enquanto o governo distribuía sacos de farinha e de arroz pela população? Isso não faz nenhum sentido. Desde logo, porque Portugal está muitíssimo longe de ser auto-suficiente em termos alimentares, e não há qualquer garantia de que os países produtores de trigo ou arroz nos mandasse para cá barcos de comida em troca de.. quê? Rolhas de cortiça? Repara, isto do covid-19 ainda está no início, e já há países a bloquear a exportação de alimentos, porque os seus líderes preferem guardá-los para a sua população, para não correrem os risco de terem motins na rua:

It’s not just grocery shoppers who are hoarding pantry staples. Some governments are moving to secure domestic food supplies during the conoravirus pandemic.

Kazakhstan, one of the world’s biggest shippers of wheat flour, banned exports of that product along with others, including carrots, sugar and potatoes. Vietnam temporarily suspended new rice export contracts. Serbia has stopped the flow of its sunflower oil and other goods, while Russia is leaving the door open to shipment bans and said it’s assessing the situation weekly.

https://finance.yahoo.com/news/countries-starting-hoard-food-threatening-233000095.html?guccounter=1&guce_referrer=aHR0cHM6Ly93d3cuZ29vZ2xlLmNvbS8&guce_referrer_sig=AQAAAGIuDzM9S0NhPmP_FrV6zF2CYqAXHHt5HygY3wkfi8ydeOvnw6w4z47xYE-O0kQsCKG_01xc1dldPto599hK_XNMEjiWiCe2ve7yMQAL2Ta6FTQcNm3Zbvc4pcWiu0WFoG1WHY1gy52PtvsGy-lUIBB5qRcDrmbE-KCBEZtdrHuo

Se a situação se degrada, um país como Portugal está completamente fodido, correndo o risco de nem com barras de ouro conseguir comprar a comida de que precisa. E o que é que vai fazer o Costa nessa altura? Oferecer uma enxada e um saco de feijão de semente a cada português?

Não se trata de sentimentos, valores e opiniões. O que é preciso é avaliar a situação com base em factos e em cenários realistas. Acho que a maioria das pessoas ainda não percebeu a gravidade deste problema, porque não estão a par da complexidade do mundo em que vivemos. Há cem anos a gripe espanhola matou 50 milhões de pessoas, e muitos milhares em Portugal, mas isso não teve grande impacto na vida da maior parte dos portugueses, porque 70 ou 80% deles trabalhavam na agricultura e eram auto-suficientes. Se escapassem ao vírus, não lhes acontecia nada. Hoje é tudo muito diferente, porque vivemos numa economia global e interdependente. E interromper os fluxos de mercadorias e de matérias-primas seria muito mais letal do que qualquer vírus.
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
3,886
317
Dagerman disse:
Responde-me a isto: a intenção é pôr o planeta inteiro de quarentena até haver uma cura/vacina? Suponho que não, porque isso seria o mesmo que dar um tiro na cabeça. Vamos manter  uma quarentena de um ou dois meses, até o nº de novos casos baixar para uns 50 ou 100 por dia, e depois voltamos ao trabalho? Mas se voltarmos ao trabalho nessa altura, em Junho, digamos, será apenas uma questão de semanas até tornarmos a ter 500 novos casos por dia. Ou seja, em Agosto voltaríamos a entrar em quarentena? E depois em Outubro a mesma coisa? E as empresas, e os trabalhadores, sobreviveriam a esse pára-arranca constante? Claro que não, nenhuma empresa sobrevive a essa instabilidade.
É uma estupidez pensar que nos vamos livrar do vírus com quarentenas. O covid-19 veio para ficar, é preciso que as pessoas se mentalizem disso, tal como o vírus da gripe veio para ficar, e muitos outros. Temos de aprender a viver com ele (e a morrer - que remédio, se não houver alternativa, tal como se morre de problemas associados com a gripe e outros.)
Ou seja, se vamos mesmo de ter de abandonar a quarentena com o vírus ainda por aí, que sentido faz esperar um mês ou dois? Por mim, voltava tudo ao trabalho e só ficavam de quarentena as pessoas que correm sérios riscos de saúde com o covid-19. Não é  mais sensato? Ou o mais sensato é cedermos todos ao pânico e ficarmos em casa encolhidos e a passar fome?

Mas o pior é que com o pânico idiota que a CS está a criar, ninguém se vai sentir seguro (nem sequer as pessoas jovens e saudáveis) para voltar ao trabalho enquanto não tiverem a vacina na mão. Só que se vamos esperar pela vacina, bem podemos encomendar já o caixão, antes que lhe aconteça o mesmo que aconteceu às máscaras e ao álcool.
É o que te disse: tem que ser por fases. Esta primeira fase foi importante pelos factores que te disse.

Agora em final de Abril, meio de Maio abre-se uma nova fase: é necessário re-abrir certos sectores da economia (sei lá, mecânicos, lojas de rua, centros comerciais), mas com cuidado: restrições de concentração de pessoas, uso de máscaras, luvas, etc.

Ao mesmo tempo é necessário testar, testar, testar. Tanto a nível de infeção como de imunidade. Quem estiver imune tem liberdade total. Quem não tiver, tem que ter cuidados. Mas é preciso ter este dados de forma individualizada. Dessa forma podem-se abrir escolas, etc.

Entretanto a vacina chegará, mas ainda estamos longe disso.

Repara uma coisa: como consegues isolar idosos ou pessoas na casa dos 60 do resto da sociedade? Habitualmente até são pessoas que requerem de cuidados e ajuda de populações mais novas. E vamos manter avós fechados 18 meses sem ver netos e filhos? É impossível fazer uma desagregação a esse nível.

Tem que ser algo gradual, nem que seja para dar confiança às pessoas. O que é que achas que acontecia se o governo deixasse andar tudo à solta? Uma grande parte da população simplesmente optava por fazer auto-contenção como, aliás, muita gente fez ainda antes do Governo mandar fechar as escolas. Terias na mesma um problema económico gravíssimo, provavelmente ainda pior por ser muito mais propenso a situações de social unrest (“eu tive cuidado, eles não. O meu familiar morreu porque x ou y não tiveram cuidado ou porque o governo é que tem culpa, etc, etc”)

Este problema é muito complexo e tem que ser bem gerido. Acima de tudo com o máximo de informações possível, pois sem boa informação não se tomam boas decisões. É óbvio que ninguém vai ficar fechado 2 anos, mas as restrições sociais (não como agora) vão ser para continuar.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
4,563
4,403
ixnay disse:
Todos os países optaram por quarentenas, mais ou menos forçadas. Serão todos malucos?
Respondendo agora a esta parte. Os políticos sabem muito bem o perigo que é pôr uma economia de quarentena. Até porque não são estúpidos e percebem alguma coisa de economia. Mas a pressão da CS e dos epidemiologistas (que de economia percebem zero) obriga-os a esta farsa da quarentena, porque caso contrário passariam a ideia de que não estavam a fazer nada, de que estavam de braços cruzados, que eram uns insensíveis, etc. E lá se ia a reeleição.
Mas qualquer político e qualquer economista sabe que mais semana menos semana a quarentena vai ter de ser levantada, com ou sem vacina, com ou sem cura. Não há alternativa. É uma questão de números, que se pode resumir assim: preferimos pôr em risco 10% ou 100% dos portugueses? Infelizmente, não há soluções óptimas. Só há soluções péssimas e soluções menos más. O que é que acontecia na era pré-antibióticos quando alguém tinha uma perna gangrenada? Cortava-se a perna ou deixava-se morrer o corpo todo? É exactamente nessa situação que estamos.
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
3,886
317
Dagerman disse:
Respondendo agora a esta parte. Os políticos sabem muito bem o perigo que é pôr uma economia de quarentena. Até porque não são estúpidos e percebem alguma coisa de economia. Mas a pressão da CS e dos epidemiologistas (que de economia percebem zero) obriga-os a esta farsa da quarentena, porque caso contrário passariam a ideia de que não estavam a fazer nada, de que estavam de braços cruzados, que eram uns insensíveis, etc. E lá se ia a reeleição.
Mas qualquer político e qualquer economista sabe que mais semana menos semana a quarentena vai ter de ser levantada, com ou sem vacina, com ou sem cura. Não há alternativa. É uma questão de números, que se pode resumir assim: preferimos pôr em risco 10% ou 100% dos portugueses? Infelizmente, não há soluções óptimas. Só há soluções péssimas e soluções menos más. O que é que acontecia na era pré-antibióticos quando alguém tinha uma perna gangrenada? Cortava-se a perna ou deixava-se morrer o corpo todo? É exactamente nessa situação que estamos.
Não é farsa nenhuma meu caro! Os Governos optaram pela saúde primeiro porque sabem que nenhum povo os perdoaria por uma situação com dezenas de milhares de mortos.

Repara a situação de Portugal. Tínhamos cerca de 1100 ventiladores disponíveis. Se nada se fizesse estávamos a caminho de ser uma Itália ou Espanha. Já imaginaste quantas pessoas precisariam agora de ventilador? 2000? 3000? 5000? Nem quero imaginar a desgraça que isso seria no nosso país.

A situação foi mais ou menos bem gerida aqui. Fomos a tempo de achatar a curva, não temos tido números muito pesados, ganhámos tempo para reforçar o SNS e agora estamos em melhores condições de re-abrir a economia aos poucos.

Acho que não passa pela cabeça de ninguém manter um estado de emergência por mais do que 2 meses, no máximo.
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
3,886
317
Licha disse:
Mas isso é o que já acontece em muitos casos.
Uma coisa são 2 meses, outra coisa são 18.

É preciso perceber o lado social desta crise. Não é possível mandar toda a gente para a selva e isolar os grupos de risco até chegar uma vacina. Isso pode funcionar no papel, mas na prática nunca funcionaria. Acabariam por ser contagiados na mesma e numa situação onde haverá muito mais gente a recorrer e a causar stress hospitalar.
 

vitor_silva

Tribuna Presidencial
9 Agosto 2006
5,222
4,152
39
Porto, Portugal
Dagerman disse:
Respondendo agora a esta parte. Os políticos sabem muito bem o perigo que é pôr uma economia de quarentena. Até porque não são estúpidos e percebem alguma coisa de economia. Mas a pressão da CS e dos epidemiologistas (que de economia percebem zero) obriga-os a esta farsa da quarentena, porque caso contrário passariam a ideia de que não estavam a fazer nada, de que estavam de braços cruzados, que eram uns insensíveis, etc. E lá se ia a reeleição.
Mas qualquer político e qualquer economista sabe que mais semana menos semana a quarentena vai ter de ser levantada, com ou sem vacina, com ou sem cura. Não há alternativa. É uma questão de números, que se pode resumir assim: preferimos pôr em risco 10% ou 100% dos portugueses? Infelizmente, não há soluções óptimas. Só há soluções péssimas e soluções menos más. O que é que acontecia na era pré-antibióticos quando alguém tinha uma perna gangrenada? Cortava-se a perna ou deixava-se morrer o corpo todo? É exactamente nessa situação que estamos.
Acho que devias entender melhor o assunto
O modelo q defendes nao funciona nao consegues economia se chegas a um estado Como Italia e se abrisses tudo estavas lá em semanas
Com o risco de a qualquer reuniao a qualquer viagem ou voo estares na posiçao do Boris Johnson as pessoas iam ter receio e sem confiança nao tens economia
O washington post fez varias simulaçoes aos diferentes formatos de pandemia e nao é claro que isso fosse funcionae com a agravante que terias durante semanas ou meses os hospitais todos lotados com isto e a mortalidade com outras causas ia disparar

Ja nem falo na falta de humanidade porque a moral e a decencia nos Dias de hoje ja nao é de esperar muito
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
4,563
4,403
ixnay disse:
É o que te disse: tem que ser por fases. Esta primeira fase foi importante pelos factores que te disse.

Agora em final de Abril, meio de Maio abre-se uma nova fase: é necessário re-abrir certos sectores da economia (sei lá, mecânicos, lojas de rua, centros comerciais), mas com cuidado: restrições de concentração de pessoas, uso de máscaras, luvas, etc.

Ao mesmo tempo é necessário testar, testar, testar. Tanto a nível de infeção como de imunidade. Quem estiver imune tem liberdade total. Quem não tiver, tem que ter cuidados. Mas é preciso ter este dados de forma individualizada. Dessa forma podem-se abrir escolas, etc.

Entretanto a vacina chegará, mas ainda estamos longe disso.

Repara uma coisa: como consegues isolar idosos ou pessoas na casa dos 60 do resto da sociedade? Habitualmente até são pessoas que requerem de cuidados e ajuda de populações mais novas. E vamos manter avós fechados 18 meses sem ver netos e filhos? É impossível fazer uma desagregação a esse nível.

Tem que ser algo gradual, nem que seja para dar confiança às pessoas. O que é que achas que acontecia se o governo deixasse andar tudo à solta? Uma grande parte da população simplesmente optava por fazer auto-contenção como, aliás, muita gente fez ainda antes do Governo mandar fechar as escolas. Terias na mesma um problema económico gravíssimo, provavelmente ainda pior por ser muito mais propenso a situações de social unrest (“eu tive cuidado, eles não. O meu familiar morreu porque x ou y não tiveram cuidado ou porque o governo é que tem culpa, etc, etc”)

Este problema é muito complexo e tem que ser bem gerido. Acima de tudo com o máximo de informações possível, pois sem boa informação não se tomam boas decisões. É óbvio que ninguém vai ficar fechado 2 anos, mas as restrições sociais (não como agora) vão ser para continuar.
E quem é que no final de Maio se vai sentir seguro para voltar à vida activa com o pânico idiota que a CS incutiu na população? Mesmo com máscaras e luvas, o mais provável é que ninguém esteja muito interessado em voltar às fábricas e aos escritórios com o papão ainda à solta. E por quanto tempo é que achas que um economia pode funcionar assim, a meio gás?

Com a campanha de terror dos fdp da CS nas últimas semanas, a maior parte das pessoas só se vai sentir segura quando tiver a vacina. Só que esta até pode demorar décadas, sabemos lá. Afinal, a SARS surgiu há 17 anos (e a sida há décadas) e ainda não há vacina. Quem nos garante que para o covid-19 vamos ter vacina daqui a um ano? Eu não apostaria nisso.
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
3,886
317
Dagerman disse:
E quem é que no final de Maio se vai sentir seguro para voltar à vida activa com o pânico idiota que a CS incutiu na população? Mesmo com máscaras e luvas, o mais provável é que ninguém esteja muito interessado em voltar às fábricas e aos escritórios com o papão ainda à solta. E por quanto tempo é que achas que um economia pode funcionar assim, a meio gás?

Com a campanha de terror dos fdp da CS nas últimas semanas, a maior parte das pessoas só se vai sentir segura quando tiver a vacina. Só que esta até pode demorar décadas, sabemos lá. Afinal, a SARS surgiu há 17 anos (e a sida há décadas) e ainda não há vacina. Quem nos garante que para o covid-19 vamos ter vacina daqui a um ano? Eu não apostaria nisso.
E porque achas que esse medo de que falas (e que vai existir, tens razão) não ia acontecer com a solução que propunhas?

Alias, até seria muito pior, pois terias muito mais mortos de uma vez e o alarme social que isso causaria iria aumentar o medo das pessoas a uma escala absurda.

Nenhuma das soluções é boa, mas aquela que está a ser escolhida é a menos má!

Quanto à CS, eles só falam naquilo que toda a gente quer ouvir. Se eles não falassem no assunto, as pessoas mudavam de canal. Não há como fugir a este assunto. A CS tem problemas bem mais graves que este: falta de independência, parcialidade, etc.
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
3,886
317
Eu acho que sim, teremos uma vacina porque temos todas as mentes mais brilhantes no mundo a pensar nisso. No caso do SARS, apesar da doença ser mais grave, era mais difícil a sua propagação, pelo que quem financia estas coisas achou que não valia a pena investir nisso.