O Fábio começa a época a jogar 2 jogos na Liga dos campeões a titular. Em Manchester e contra o Olympiakos. Nenhum treinador dá a titularidade a um jogador caso não acredite no seu potencial. E muito menos em jogos da Liga dos Campeões. O problema é que o Fábio concorre com um jogador no 11 que neste momento lhe é superior, o Otávio. E isto não é uma questão de crença. É mesmo algo que tem sustentação nos dados. Segundo o Whoscored foi o nosso melhor jogador em 20/21 com 7.40 de média. O Otávio é dos jogadores mais consistentes do nosso clube. É tecnicamente competente, capaz de fazer assistências e golos e com um raio de ação enorme, pois consegue ter intensidade ofensiva e defensiva.
Se o Fábio poderia ter jogado mais minutos? Poderia obviamente. Até porque o Otávio teve momentos em que não esteve a um nível excelente. E o Fábio poderia ser opção até na ala e com Corona a um nível baixo na fase final da época ele poderia ter sido mais vezes opção.
Por vezes esquecemo nos que o Fábio Vieira só tem 1 ano e meio na equipa sénior. Antes esteve na B onde fez 26 jogos e 8 golos. Devido a esse desempenho foi chamado à equipa A. Este é o percurso que qualquer jovem da nossa formação deveria ter. Mas hoje tem que se passar dos sub 19 para a titularidade dum clube de elite como o nosso num espaço de 2 anos.
O Otávio por exemplo, depois de ter andado na B, subiu à equipa principal e ainda foi para Guimarães emprestado antes de se afirmar em definitivo no Porto. E estamos a falar de um jogador que aos 19 anos tinha já acumulado 45 jogos no Internacional de Porto Alegre.
Esta pressa, esta aceleração na formação dos jogadores não lhes traz nada de bom. Apenas torna o processo mais difícil. O Fábio tem 21 anos. É um talento enorme, mas tem que continuar a evoluir.
P.S - e isto não tem a ver só com o Sérgio Conceição. O Fábio que olhe bem para os colegas da Youth League que já saíram do clube e vejam as dificuldades que continuam a ter nos clubes para onde foram. O Dalot teve 2 anos de utilização residual no Manchester. Só agora ao terceiro ano é que conseguiu regularidade. E mesmo assim teve que ser emprestado para a ter. O Vitinha passa de 120 minutos no Porto em 4 meses para 500 minutos numa época inteira no Wolves. Ou seja o sair do clube não abre acesso a mais minutos.
Nem mais.
Quando estes jogadores passaram 2 anos e na equipa principal jogaram pouco ou nada e na equipa B (gostava de perceber para que serve essa equipa para além da comissao) também pouco jogaram o que esperamos?
Um jogador jovem face a estes 2 anos gestão, deve estar mesmo ansioso por renovar..