Uma exibição globalmente aceitável e que vou dividir em duas partes. Defensivamente esteve bem, apesar de não ter sido necessariamente muito testado no 1x1, esteve sempre activo na pressão ao Isco, com claras indicações do treinador para ser físico e procurar impedir que ele recebesse a bola com espaço. Nesse trabalho, esteve sempre bem e quer seja mais por mérito do Porto ou demérito do Malga, Isco não esteve presente em campo e das poucas iniciativas atacantes que o Malaga teve, elas acabaram por ser mais pelo lado contrário.
Ofensivamente, de positivo registo dois passes. Um deles que apesar de simples gostei bastante, diagonal, rasteiro que deixou o Jackson numa situação boa de 1x1 e o outro que já foi de elevado nível, com o pé esquerdo pelo ar. Também conseguiu aparecer duas ou três vezes em boas posições no ataque. No entanto, o 'end product' dele tem sido francamente mau. Quer seja na qualidade de remate mas essencialmente no passe. Entre ontem e o jogo do Beira Mar ele teve umas quatro ou cinco situações muito boas, já dentro da área, em que tem de fazer passes com força, quase remates, mas têm de ser muito precisos e que encontrando o pé ou corpo de um companheiro, dão golo. Ele não tem tido sucesso nisto, os passes nem são precisos, nem sequer são com aquela força necessária. Fora da área, a qualidade de cruzamento continuou má. Numa dessas situações, novamente tinha todas as condições para cruzar de forma tensa, mas saiu-lhe novamente bastante mal.
É um jogador que tem de dar claramente mais no ataque para ajudar levar a equipa do Porto para outro nível. Tudo começa na cabeça, ele tem de ser muito mais incisivo e reactivo na forma como ataca, não pode ser tão temerário e passivo. Não pode "subir porque sim". Ele tem de se impor no jogo por ele próprio, assumindo os movimentos de rotura e "forçando" com que os companheiros lhe metam a bola com ele em corrida. Notei três ou quatro situações em que aconteceu o inverso, ele tinha grande espaço à frente, mas não foi agressivo a atacar o espaço, o companheiro passou-lhe a bola para esse espaço e ele ou não lá chegou, ou acaba por perder a hipótese de desequilibrar porque não 'embalou' como devia.
Continua a manifestar alguma aversão à liberdade individual no sentido de receber a bola e demasiadas vezes não assumir a jogada, preferindo parar e olhar para procurar uma solução mais segura para libertar a bola, denotando algum medo em jogar mais com a bola colada ao pé, atacar a linha de fundo. Por comparação o Alex Sandro consegue ser muito mais fluido no seu jogo, ora passando a bola, ora assumindo mais o mesmo. O Danilo tem de fazer isto, nem tem de ser um prodígio técnico, basta-lhe ser mais afirmativo na forma como aborda as jogadas, se tem espaço, pode perfeitamente "surpreender" e aproveitar esse mesmo espaço. Dada a ausência de um "Hulk" na frente, a equipa depende um pouco mais da qualidade atacante dos laterais, até porque os extremos são muito dados a movimentos para o meio e não são tipicamente jogadores de desequilibrar no um para um. Basicamente, pensando no exemplo Blaugrana, os laterais do Porto é que têm de dar essa tal largura, esticar o campo e potenciar mais o ataque, que caso contrário, em dias menos felizes é muito mais facilmente anulável e o futebol bem mais previsível.