Permitam-me uma pequena dissertação sobre o tema.
A curto/médio prazo os gigantes Amazon, Netflix, Twitter e companhia vão tomar conta do negócio.
Do negócio que interessa, obviamente, a NFL é uma boa amostra do que se vai começar a passar no topo do futebol europeu.
Os clubes europeus são cada vez mais dominados por donos privados, sedentos por lucro, há muito que se saliva por uma superliga europeia e ela chegará mais cedo do que se imagina.
É preciso catapultar o negócio que se está a pagar tão caro. É preciso entusiasmar e maximizar.
Estava escrito nas estrelas que a "NBA" teria que chegar ao futebol europeu.
Não é um desejo meu, mas foi para aqui que começamos a caminhar há muitos anos, não tem retrocesso.
Regra geral, em Portugal muito mais acentuada, o produto é muito mal tratado pelas televisões.
A melhor coisa que existiu foi algo chamado Domingo Desportivo e foi há décadas atrás.
Exterminaram-no para começarem os Donos da Bola que que se estenderam até aos Guerras de hoje.
Só falam mal, só mentem, só metem jagunços a falar e a fazer propaganda nociva ao produto.
Transmissões de muito má qualidade, comentários piores, falta gritante de inovação e evolução.
Gente que nem sabe estar nem falar.
Não estamos em 1980.
Nem privados como Sporttv conseguiram ser diferentes.
Feitos pelos mesmos.
Uma via escolhida durante as ultimas décadas para render o produto foi aumentar o numero de jogos e competições.
O futebol está muito enfadonho nos dias de hoje.
O consumidor apanha 1 bom jogo de futebol em 10 com sorte.
Está tudo farto de ver PSG-Amiens e Barcelona-Getafe, City-Huddersfield, Bayern-Mainz e por aí fora.
As pessoas querem hoje ver os melhores contra os melhores, querem a NBA, mas terá de parar de haver jogos de 3 em 3 dias se querem mais rendimento e qualidade de jogo.
O futebol resultadista, defensivo e cínico também será atacado.
Na alta esfera.
As competições nacionais para os grandes europeus serão o que significam hoje as taças nacionais, um troféu menor, para rodar jogadores, ganhar ritmo..
Clubes como o Porto que estão hoje habituados a jogar Champions, terão de passar tantas ou mais eliminatórias de acesso do que hoje têm os Astanas, para poder competir com os grandes.
O tempo do amor à camisola, de rivalidades boas ou duras, fidelidade que ligava quem estava no campo a quem estava na bancada, aquilo que nos fazia apaixonar e transcender. O futebol que eu conheci e vivi. Pelo qual meio mundo percorri. Hoje é só memória.
Hoje tudo se resume a negócio dentro do campo e na bancada.
É-se adepto de 2,3 ou 4 clubes. De países distantes. Dos quais pouco ou nada se conhece da sua história, cultura, mas sim porque está na moda ou tem o jogador estrela.
Não é tempo de amores nem ódios, é tempo de entretenimento e one-night stands, amanhã é outro dia.