MÍSTICA DO DRAGÃO
Muito se fala na Mística do Dragão. Do jogador à Porto. Do treinador à Porto. Sinceramente, ainda ninguém descodificou isso, porque já passaram no nosso clube tantos jogadores de origens e formações diferentes, com sucesso. Já tivemos treinadores portugueses e estrangeiros, conhecidos e desconhecidos, portistas e até de outros clubes, e mesmo assim, com sucesso!
Hoje esse discurso sacode a poeira do tempo e vestiu o fato formal da crítica.
No entanto, ninguém fala do Adepto à Porto. O verdadeiro transmissor da mística do clube...
Sim. Tenho saudades do Adepto à Porto!
O Adepto à Porto sentia o Clube como uma bandeira da cidade e de uma região esquecidas nos corredores do poder de Lisboa. Hoje o Porto é a cidade de preferência dos turistas europeus, o que chega bem!
O Adepto à Porto não ficava calado com o colinho aos rivais, as benesses e os constantes roubos à nossa equipa. Hoje os árbitros já não tremem quando expulsam com grande à vontade um jogador nosso ou quando marcam uma grande penalidade nos últimos minutos contra o Porto... e no Dragão, se for preciso!
O Adepto à Porto fazia os jornalistas pensar duas vezes antes de proferirem comentários facciosos, parciais com as suas cores de preferência e de um anti-portismo primário. Hoje são os adeptos portistas os principais detractores do nosso clube!
O Adepto à Porto antes abafava o Tribunal das Antas com o apoio incondicional à equipa. Hoje o Dragão é quase na totalidade o Tribunal das Antas, em que tudo estava sempre mal, mesmo que tudo estivesse bem.
O Adepto à Porto não admitia que certos e determinados "paineleiros" do nosso clube (e pagos!) fossem os ponta de lança da imprensa protectora aos clubes de Lisboa. Hoje o adepto portista julga-se superior intelectualmente para não o acusarem de cegueiras clubísticas.
O Adepto à Porto sabia o que custava uma vitória contra tudo e contra todos. Hoje o adepto portista banalizou a vitória ao ponto de achar que é um dado adquirido.
O Adepto à Porto conhecia a cultura da exigência e do trabalho. Hoje o adepto portista já nasceu geneticamente exigente sem conhecer o valor do trabalho.
O Adepto à Porto valorizava a vitória quer fosse com suor ou arrancada a ferros quer fosse com nota artística. Hoje o adepto portista vai ao Dragão julgando que está na Casa da Música.
O Adepto à Porto defendia os seus até à morte. Hoje o treinador é o ódio de estimação dos adeptos portistas.
Antes o Adepto à Porto não se iludia com o sucesso. Hoje o adepto portista é vítima desse mesmo sucesso...
Antes o Adepto à Porto sabia o que era estar 19 anos sem ganhar o campeonato e ver os clubes de Lisboa distribuírem-nos entre si. Hoje o adepto portista apenas conhece a realidade do penta, tetras, tris, bis e títulos internacionais.
Em suma, o Adepto à Porto saboreia a vitória porque conheceu demasiado tempo o sabor da derrota. Hoje o adepto portista deveria experimentar aqueles 19 anos sem ganhar um campeonato... Perguntem a um adepto sportinguista ou benfiquista como é, pois são os que têm mais presente (e mais recente) esse sentimento!
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100% acordo!
Crédito do texto a BarreirosJn