Por falar em Irão e em realizadores fenomenais, eu gostaria de mencionar o trabalho de Asghar Farhadi. Um dos meus realizadores preferidos e dos que me deu mais gosto em descobrir. A sua forma de dirigir e relatar o drama é pura e simplesmente genial. A maneira crua como tudo é contado, como a história vai sendo montada, quase como um puzzle, com um realismo e ao mesmo tempo um lado mágico/poético que te vai encantando e que vai o mesmo tempo mergulhando naquela realidade..
Filmes como The salesman, The Past, A separation, Darbareye Elly (percam duas horas da vossa vida e vejam este filme genial) e o Fireworks Wednesday são pura e simplemente geniais.
E este seu trabalho vem no seguimento de filmes mágicos iranianos que eram muito mais alegóricas e onde se descrevia um lado da sociedade mais pobre e miserável. Esta é a evolução dessa mesma sociedade, talvez um pouco menos miserável mas ainda assim imensamente divida. Mais educação, mais dinheiro, mas as mesmas desiguldades e problemas políticos e outras novas formas de miséria.
Filmes como o Children of Heaven, Color of paradise, Song of Sparrows, Turtles can Fly, Manuscripts don Burn, Time for Drunken Horses, ou qualquer uma das obras de Abbas Kiarostami ou o Jafar Panahi (estes últimos um pouco já mais politizados e um pouco limitados na sua acção) deviam ser obrigatórios para quem gostar de cinema de verdade. Para mim são a forma artística mais próxima de perfeição que eu conheço.
E a minha mulher tem familía no Irão, ainda no domingo passado almocei com um tio dela que tem um apartamento por lá.. Era uma das viagens que gostava de fazer.. Não perdi esse sonho ainda.