As Contas da(s) SAD(s)

8 Fevereiro 2023
17,189
22,275
"MÚSCULO FINANCEIRO 🔵⚪

Um tema caro a todos os Portistas.

Aproveitando uma notícia d’O Jogo, achei por bem escrever sobre um tema que devia ser caro a todos nós: as finanças do FC Porto.

Durante os anos de Sérgio Conceição vimos quase um bilião em vendas e pouco menos de 300 milhões em compras, e mesmo assim o clube afundado em dívidas, sem dinheiro para mandar cantar um cego e a pedir milhões a agiotas disfarçados de bancos.

Foi a era do improviso: vendia-se por desespero, gastava-se sem plano, e a corda ia apertando cada vez mais o pescoço do Dragão.

Mas hoje, finalmente, a conversa é outra.

➡ Vender bem não chega, é preciso saber o que se faz ao dinheiro

Nico por 60 milhões. Galeno por 50. No total, 172 milhões a entrar em duas janelas. O velho Porto teria torrado quase tudo em tiros no escuro, a distribuir milhões por “Famalicões” e “Portimonenses” desta vida, clubes que nos devem alta devoção por termos pago fortunas por mancos.

O investimento total do Porto neste mercado, somando bónus e tranches finais, chegou aos 111,35 milhões de euros. Mas aqui está o ponto: ao contrário do passado, não se gastou porque sim. Este Porto escolheu onde meter as fichas, Froholdt (20M€, já a mostrar que não treme), Gabri Veiga, Alberto Costa, Borja Sáinz…. e concentrou a artilharia em posições-chave.

A diferença é esta: não foi espalhar milhões por “mancos” em Famalicões e Portimonenses da vida, foi gastar muito… mas gastar bem em jogadores bons para o presente, e ainda com grande margem de progressão.

Ainda hoje me belisco para perceber se isto é mesmo o FC Porto que estou a ver. Mas é. E essa é a maior revolução de todas: isto é gestão e os resultados voltarão a partir disto.

➡ O negócio do Dragão: de mau contrato a músculo financeiro

Outro ponto decisivo foi a renegociação com a Ithaka. A exploração comercial do Estádio, antes avaliada em 65M€, saltou para os 100M€, com 50 logo pagos à cabeça. A isto juntou-se a emissão das Dragon Notes: 115M€, juro a 5,6%, prazo de 25 anos, com maturidade longa e rating internacional.

Traduzindo em portuês de bancada: o Porto deixou de andar a pedir dinheiro a agiotas da esquina para tapar buracos e passou a negociar crédito estruturado, em condições aceitáveis. Hoje paga menos juros, alonga prazos e ganha margem.

Pode não soar sexy, não dá manchetes como um golo no último minuto, mas é isto que separa quem manda de quem pede esmola.

➡ Cortar na gordura: até a administração levou tesoura

A nova direção cortou onde parecia intocável: salários da equipa principal, mordomias de dirigentes, fornecedores com contas gordas, até direitos de imagem inflacionados. Resultado? Menos 8% em custos operacionais. E aqui está o choque: sem Champions, a casa não ruiu. Pelo contrário, quem olhasse apenas para esta janela nem acreditaria que o FC Porto não estava na Champions.

Há poucos meses alguns berravam “sem Champions não há dinheiro”, como se o clube estivesse condenado a mendigar. Pois agora que o Porto mostra músculo, elas, incapazes de aceitar que existe gente que lê a realidade sem estar comprada, talvez por medirem os outros com a sua própria régua, só conseguem disparar a maior das idiotices: “o Porto paga-vos para dizer isso”.

➡ Dívida ainda pesada, mas já não sufoca

A dívida líquida do FC Porto está nos 251 milhões de euros. Para a nossa dimensão, e na minha opinião, continua a ser um valor pesado, porque as receitas “fixas” andam na casa dos 100 a 120 milhões anuais (sem contar com vendas de jogadores). A diferença é que agora a corda já não está tão apertada: os prazos foram esticados, os juros baixaram (média abaixo de 6%, quando antes se pagava 8, 10 ou até 12%), e a tesouraria respira.

O choque está no curto prazo: o diferencial entre ativo e passivo corrente melhorou em cerca de 165 milhões de euros em apenas seis meses. Antes tínhamos 58 milhões para enfrentar 301M de dívidas de curto prazo, hoje temos 160M para 238M. Continua desequilibrado? Sim. Mas deixou de ser a catástrofe de junho.

E há outro detalhe que mostra o caminho: os capitais próprios, que em 2023 estavam afundados em -176M€, agora estão “só” em -47,4M€. Antes era como tentar tapar buracos com a água a entrar pelo tecto; hoje, pelo menos, o balde já tem tampa.

Em bom português: antes o Porto tinha de pagar 301 milhões quase de imediato e só tinha 58 milhões à mão. Era como ter de pagar uma reforma completa na casa inteira e ter apenas dinheiro do café no bolso. Agora, com 160 milhões disponíveis para enfrentar 238 de curto prazo, o cenário continua apertado, mas já não é aquele sufoco de “fim de mês sem dinheiro para a renda”.

Quanto aos capitais próprios, pensem nisto como o “balanço da casa”: antes era como uma família atolada em dívidas por todo o lado, sem margem nem para respirar. Hoje ainda estamos no vermelho, sim, mas já não é aquela tragédia de ter credores à porta todos os dias.

➡ O Dragão voltou a encher

28 mil lugares anuais vendidos, +22% face ao ano passado. Jogos esgotados. Bilheteira a subir 33%. Até os treinos abertos bateram recordes. A receita operacional cresceu 8,5 milhões, puxada pela bilheteira e pelo regresso do sócio às bancadas.

Na primeira semana de vendas, os Lugares Anuais dispararam para quatro vezes mais do que no ano anterior, e pela primeira vez esgotaram. Sinal claro: o adepto voltou a acreditar. E quando a bancada enche, o músculo financeiro sente-se. Esta resposta dos portistas foi a verdadeira “injeção de capital” que também ajuda a compensar a falta de Champions.

➡ Conclusão: isto é voltar a jogar à Porto

Ninguém se iluda: a herança ainda é pesada. Mas a grande diferença é que hoje o Porto tem margem, critério e futuro. Passámos de vender por desespero a contratar por convicção. De pedir dinheiro a agiotas a negociar em Wall Street. De tapar buracos com fita-cola a construir base sólida.

Agora falta o resto: transformar músculo financeiro em títulos. Porque contas certas sem vitórias não aquecem, mas vitórias sem contas certas não duram.

E este equilíbrio, meus amigos, é o verdadeiro regresso ao espírito do Dragão.

Isto é voltar a jogar à Porto."

🖋 BestOfFutebol
 

Panda Azul e Branco

Bancada central
14 Janeiro 2025
2,412
3,753
"MÚSCULO FINANCEIRO 🔵⚪

Um tema caro a todos os Portistas.

Aproveitando uma notícia d’O Jogo, achei por bem escrever sobre um tema que devia ser caro a todos nós: as finanças do FC Porto.

Durante os anos de Sérgio Conceição vimos quase um bilião em vendas e pouco menos de 300 milhões em compras, e mesmo assim o clube afundado em dívidas, sem dinheiro para mandar cantar um cego e a pedir milhões a agiotas disfarçados de bancos.

Foi a era do improviso: vendia-se por desespero, gastava-se sem plano, e a corda ia apertando cada vez mais o pescoço do Dragão.

Mas hoje, finalmente, a conversa é outra.

➡ Vender bem não chega, é preciso saber o que se faz ao dinheiro

Nico por 60 milhões. Galeno por 50. No total, 172 milhões a entrar em duas janelas. O velho Porto teria torrado quase tudo em tiros no escuro, a distribuir milhões por “Famalicões” e “Portimonenses” desta vida, clubes que nos devem alta devoção por termos pago fortunas por mancos.

O investimento total do Porto neste mercado, somando bónus e tranches finais, chegou aos 111,35 milhões de euros. Mas aqui está o ponto: ao contrário do passado, não se gastou porque sim. Este Porto escolheu onde meter as fichas, Froholdt (20M€, já a mostrar que não treme), Gabri Veiga, Alberto Costa, Borja Sáinz…. e concentrou a artilharia em posições-chave.

A diferença é esta: não foi espalhar milhões por “mancos” em Famalicões e Portimonenses da vida, foi gastar muito… mas gastar bem em jogadores bons para o presente, e ainda com grande margem de progressão.

Ainda hoje me belisco para perceber se isto é mesmo o FC Porto que estou a ver. Mas é. E essa é a maior revolução de todas: isto é gestão e os resultados voltarão a partir disto.

➡ O negócio do Dragão: de mau contrato a músculo financeiro

Outro ponto decisivo foi a renegociação com a Ithaka. A exploração comercial do Estádio, antes avaliada em 65M€, saltou para os 100M€, com 50 logo pagos à cabeça. A isto juntou-se a emissão das Dragon Notes: 115M€, juro a 5,6%, prazo de 25 anos, com maturidade longa e rating internacional.

Traduzindo em portuês de bancada: o Porto deixou de andar a pedir dinheiro a agiotas da esquina para tapar buracos e passou a negociar crédito estruturado, em condições aceitáveis. Hoje paga menos juros, alonga prazos e ganha margem.

Pode não soar sexy, não dá manchetes como um golo no último minuto, mas é isto que separa quem manda de quem pede esmola.

➡ Cortar na gordura: até a administração levou tesoura

A nova direção cortou onde parecia intocável: salários da equipa principal, mordomias de dirigentes, fornecedores com contas gordas, até direitos de imagem inflacionados. Resultado? Menos 8% em custos operacionais. E aqui está o choque: sem Champions, a casa não ruiu. Pelo contrário, quem olhasse apenas para esta janela nem acreditaria que o FC Porto não estava na Champions.

Há poucos meses alguns berravam “sem Champions não há dinheiro”, como se o clube estivesse condenado a mendigar. Pois agora que o Porto mostra músculo, elas, incapazes de aceitar que existe gente que lê a realidade sem estar comprada, talvez por medirem os outros com a sua própria régua, só conseguem disparar a maior das idiotices: “o Porto paga-vos para dizer isso”.

➡ Dívida ainda pesada, mas já não sufoca

A dívida líquida do FC Porto está nos 251 milhões de euros. Para a nossa dimensão, e na minha opinião, continua a ser um valor pesado, porque as receitas “fixas” andam na casa dos 100 a 120 milhões anuais (sem contar com vendas de jogadores). A diferença é que agora a corda já não está tão apertada: os prazos foram esticados, os juros baixaram (média abaixo de 6%, quando antes se pagava 8, 10 ou até 12%), e a tesouraria respira.

O choque está no curto prazo: o diferencial entre ativo e passivo corrente melhorou em cerca de 165 milhões de euros em apenas seis meses. Antes tínhamos 58 milhões para enfrentar 301M de dívidas de curto prazo, hoje temos 160M para 238M. Continua desequilibrado? Sim. Mas deixou de ser a catástrofe de junho.

E há outro detalhe que mostra o caminho: os capitais próprios, que em 2023 estavam afundados em -176M€, agora estão “só” em -47,4M€. Antes era como tentar tapar buracos com a água a entrar pelo tecto; hoje, pelo menos, o balde já tem tampa.

Em bom português: antes o Porto tinha de pagar 301 milhões quase de imediato e só tinha 58 milhões à mão. Era como ter de pagar uma reforma completa na casa inteira e ter apenas dinheiro do café no bolso. Agora, com 160 milhões disponíveis para enfrentar 238 de curto prazo, o cenário continua apertado, mas já não é aquele sufoco de “fim de mês sem dinheiro para a renda”.

Quanto aos capitais próprios, pensem nisto como o “balanço da casa”: antes era como uma família atolada em dívidas por todo o lado, sem margem nem para respirar. Hoje ainda estamos no vermelho, sim, mas já não é aquela tragédia de ter credores à porta todos os dias.

➡ O Dragão voltou a encher

28 mil lugares anuais vendidos, +22% face ao ano passado. Jogos esgotados. Bilheteira a subir 33%. Até os treinos abertos bateram recordes. A receita operacional cresceu 8,5 milhões, puxada pela bilheteira e pelo regresso do sócio às bancadas.

Na primeira semana de vendas, os Lugares Anuais dispararam para quatro vezes mais do que no ano anterior, e pela primeira vez esgotaram. Sinal claro: o adepto voltou a acreditar. E quando a bancada enche, o músculo financeiro sente-se. Esta resposta dos portistas foi a verdadeira “injeção de capital” que também ajuda a compensar a falta de Champions.

➡ Conclusão: isto é voltar a jogar à Porto

Ninguém se iluda: a herança ainda é pesada. Mas a grande diferença é que hoje o Porto tem margem, critério e futuro. Passámos de vender por desespero a contratar por convicção. De pedir dinheiro a agiotas a negociar em Wall Street. De tapar buracos com fita-cola a construir base sólida.

Agora falta o resto: transformar músculo financeiro em títulos. Porque contas certas sem vitórias não aquecem, mas vitórias sem contas certas não duram.

E este equilíbrio, meus amigos, é o verdadeiro regresso ao espírito do Dragão.

Isto é voltar a jogar à Porto."

🖋 BestOfFutebol
É o início de uma bela história de encantar... mas que vai ser real:
E era uma vez, o Porto outra vez, de longe o melhor clube português.
E os portistas viveram felizes para sempre, com muitos títulos para festejar ano após ano e com o prazer suplementar de verem os repulsivos mostrengos Orcs e Osgas cuspirem baba e ranho sem parar e contorcerem-se com horríveis dores sob o poder da chama do bom Dragão FCP.
 

Mário Jardel

Tribuna
11 Setembro 2024
2,635
6,603
Análise

Proveitos Operacionais (sem passes)
Bilhética, TV, patrocínios, publicidade, loja, UEFA, etc. Basicamente são as receitas normais do clube. As tais que se fala que temos de aumentar para não depender tanto da venda de jogadores. Aqui não entram as transferências, entram as outras receitas que o clube tem.​
Caíram 24.9M (14%), de 174.499M para 149.540M.​
Consequência de não termos entrado na Champions. Foi atenuado com o Mundial de Clubes mas ainda assim, Mundial + Liga Europa juntos não chegam aos valores da entrada na Champions sequer.​
Custos Operacionais (sem passes)
É o oposto. Ou seja, as despesas normais do clube. Salários, viagens, funcionários, segurança, etc. Aqui não entram as transferências, entram as outras despesas que o clube tem.​
Reduziram 29.4M (17%), de 176.465M para 147.099M.​
Isto é MUITO POSITIVO. Reduzir quase 30M nos custos numa época é incrível e dá para ver o tamanho do corte que foi feito. Muito bom.​
Resultado Operacional (sem passes)
É a diferença entre os proveitos operacionais (as receitas normais) e os custos operacionais (as despesas normais).​
Passou de negativo (-1.966M) para positivo (2.441M).​
Ou seja, mesmo com as receitas a terem caído 24.9M, tivemos lucro entre o que ganhamos e o que gastamos na gestão do dia a dia. Imaginem se não tivesse havido corte nas despesas: é só fazer a conta para o tamanho do prejuízo que se teria aqui.​
Amortizações e perdas por imparidade com passes
Isto é sobre o custo contabilístico. Ou seja, o custo das compras de jogadores no exercício financeiro atual. Um exemplo: quando um jogador é contratado, mesmo que o paguemos logo, contabilisticamente o custo é dividido pelos anos de contrato. Por exemplo o Froholdt: custou 20M mas, a cada ano do seu contrato, contabilisticamente contará como 4M em cada ano. Em cada exercício financeiro. Não os 20M de uma vez mas sim 4M em cada um dos 5 anos de contrato (4 x 5 = 20).​
Aumentou 2M. De 32.378M para 34.377M.​
Ligeiro aumento dado que se continuou a investir (Samu, William, Gul, Tomás, etc).​
Resultado com cedências de passes
Lucros com venda de jogadores.​
Cresceu 58.9M (142%), de 41.578M para 100.436M.​
Consequências das vendas de Evanilson, Galeno, Nico e restantes vendidos até final de junho.​
Resultado Operacional
Aqui é o balanço de tudo acima.​
Ou seja:​
  • receitas do dia a dia: 149.540M
  • lucros com as transferências: 100.436M
  • soma-se ambos: 249.976M

  • despesas do dia a dia: 147.099M.
  • amortizações (o tal exemplo que dei do Froholdt): 34.377M.
  • soma-se ambos: 181.476M

  • Receitas - Despesa = 249.976M - 181.476M = 68.500M
Ou seja, no balanço de todos os lucros e todas as despesas, juntando as do dia a dia com as das transferências, temos um lucro de 68.5M.​
Foi o melhor ano de sempre neste sentido. Quase 10 vezes mais o lucro do ano passado (7.234M).​
Resultado Financeiro
Isto mostra o balanço referente a empréstimos, juros, factorings, etc.​
Redução de 6M (20%), de -29.658M para -23.658M.​
Isto foi consequência daquelas reestruturações feitas pelo nosso CFO. Passamos a pagar menos juros dos empréstimos que temos, dado que nos refinanciamos a juros sempre a rondar os 5%, pagando outros empréstimos que tinhamos com juros mais altos.​
Resultados relativos a investimentos
Não interessa porque não tem impacto praticamente nenhum.​
Imposto sobre o rendimento
Impostos pagos sobre o lucro.​
Como tivemos lucro, pagamos 3.993M de impostos. No ano passado não pagamos porque tivemos prejuízo.​
Interesses Minoritários
Referente a parte do lucro que é distribuída por acionistas.​
Cerca de 1.748M que foram atribuídos.​
Resultado Consolidado do Período
O lucro líquido final.​
Isto pega no valor do Resultado Operacional (68.500M).​
Retira o valor que gastamos em juros (23.658M).​
Retira o valor que gastamos em imposto sobre o lucro (3.993M).​
Retira o valor dos lucros distribuídos por acionistas (1.748M).​
E voilá, temos o valor de 39.2M, que é o valor do lucro líquido final.​
Ou seja, o valor que sobra depois de todo o dinheiro que se gastou e todo o dinheiro que se ganhou.​
Estamos 39.2M de euros mais ricos.​
 
Última edição:

Yggyfcp

Bancada central
25 Maio 2019
1,766
1,420
Alguem pode resumir rapidemente (se alguem souber) qual a situação dos 3 grandes a nivel de Passivo, Activo, Resultado liquido e Orçamento dos 3 Grandes?
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
78,139
54,739
Conquistas
2
  • Março/22
  • Abril/19
O FSE eram a rubrica que mais me interessava ver, era ali que se "perdia" muito dinheiro, e esta redução é muito bom sinal, até tendo em conta que tivemos o mundial de clubes nos USA.

No proximo ano é que vamos ter mesmo uma ideia de como será o controlo dos custos com pessoal, porque houve muitas mudança.

1759321555163.png
 
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Reações: Elcomandante

Asterix

Bancada central
20 Junho 2016
1,403
659
"MÚSCULO FINANCEIRO 🔵⚪

➡ Dívida ainda pesada, mas já não sufoca

A dívida líquida do FC Porto está nos 251 milhões de euros. Para a nossa dimensão, e na minha opinião, continua a ser um valor pesado, porque as receitas “fixas” andam na casa dos 100 a 120 milhões anuais (sem contar com vendas de jogadores). A diferença é que agora a corda já não está tão apertada: os prazos foram esticados, os juros baixaram (média abaixo de 6%, quando antes se pagava 8, 10 ou até 12%), e a tesouraria respira.
Em janeiro de 2026 a nossa dívida financeira vai ser os empréstimos obrigacionistas:
Dragon Notes de 115M com data de vencimento Nov/49
Empréstimo obrigacionista 2023-26 de 55M com data de vencimento Dez/26
Empréstimo obrigacionista 2024-27 de 21M com data de vencimento Nov/27
Empréstimos obrigacionista 2025-28 de 50M com data de vencimento Dez/28
No total de 241M de empréstimos obrigacionistas.

Acabaram os factoring com Sagasta, IBB, Connect capital, mais o Papel Comercial com o Banco Carregosa, Novo Banco.
 
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Reações: Dragão D'Ouro

cigano

Lugar Anual
18 Janeiro 2018
4,981
11,374
Conquistas
8
  • André Villas-Boas
  • José Maria Pedroto
  • Jorge Costa
  • Alfredo Quintana
Incrível. Parabéns a todos os envolvidos! Dar continuidade pois certamente estaremos mais próximos do sucesso com muitos títulos!
 

Blue_Velvet

Bancada central
22 Agosto 2013
1,309
1,612
Análise

Proveitos Operacionais (sem passes)
Bilhética, TV, patrocínios, publicidade, loja, UEFA, etc. Basicamente são as receitas normais do clube. As tais que se fala que temos de aumentar para não depender tanto da venda de jogadores. Aqui não entram as transferências, entram as outras receitas que o clube tem.​
Caíram 24.9M (14%), de 174.499M para 149.540M.​
Consequência de não termos entrado na Champions. Foi atenuado com o Mundial de Clubes mas ainda assim, Mundial + Liga Europa juntos não chegam aos valores da entrada na Champions sequer.​
Custos Operacionais (sem passes)
É o oposto. Ou seja, as despesas normais do clube. Salários, viagens, funcionários, segurança, etc. Aqui não entram as transferências, entram as outras despesas que o clube tem.​
Reduziram 29.4M (17%), de 176.465M para 147.099M.​
Isto é MUITO POSITIVO. Reduzir quase 30M nos custos numa época é incrível e dá para ver o tamanho do corte que foi feito. Muito bom.​
Resultado Operacional (sem passes)
É a diferença entre os proveitos operacionais (as receitas normais) e os custos operacionais (as despesas normais).​
Passou de negativo (-1.966M) para positivo (2.441M).​
Ou seja, mesmo com as receitas a terem caído 24.9M, tivemos lucro entre o que ganhamos e o que gastamos na gestão do dia a dia. Imaginem se não tivesse havido corte nas despesas: é só fazer a conta para o tamanho do prejuízo que se teria aqui.​
Amortizações e perdas por imparidade com passes
Isto é sobre o custo contabilístico. Ou seja, o custo das compras de jogadores no exercício financeiro atual. Um exemplo: quando um jogador é contratado, mesmo que o paguemos logo, contabilisticamente o custo é dividido pelos anos de contrato. Por exemplo o Froholdt: custou 20M mas, a cada ano do seu contrato, contabilisticamente contará como 4M em cada ano. Em cada exercício financeiro. Não os 20M de uma vez mas sim 4M em cada um dos 5 anos de contrato (4 x 5 = 20).​
Aumentou 2M. De 32.378M para 34.377M.​
Ligeiro aumento dado que se continuou a investir (Samu, William, Gul, Tomás, etc).​
Resultado com cedências de passes
Lucros com venda de jogadores.​
Cresceu 58.9M (142%), de 41.578M para 100.436M.​
Consequências das vendas de Evanilson, Galeno, Nico e restantes vendidos até final de junho.​
Resultado Operacional
Aqui é o balanço de tudo acima.​
Ou seja:​
  • receitas do dia a dia: 149.540M
  • lucros com as transferências: 100.436M
  • soma-se ambos: 249.976M

  • despesas do dia a dia: 147.099M.
  • amortizações (o tal exemplo que dei do Froholdt): 34.377M.
  • soma-se ambos: 181.476M

  • Receitas - Despesa = 249.976M - 181.476M = 68.500M
Ou seja, no balanço de todos os lucros e todas as despesas, juntando as do dia a dia com as das transferências, temos um lucro de 68.5M.​
Foi o melhor ano de sempre neste sentido. Quase 10 vezes mais o lucro do ano passado (7.234M).​
Resultado Financeiro
Isto mostra o balanço referente a empréstimos, juros, factorings, etc.​
Redução de 6M (20%), de -29.658M para -23.658M.​
Isto foi consequência daquelas reestruturações feitas pelo nosso CFO. Passamos a pagar menos juros dos empréstimos que temos, dado que nos refinanciamos a juros sempre a rondar os 5%, pagando outros empréstimos que tinhamos com juros mais altos.​
Resultados relativos a investimentos
Não interessa porque não tem impacto praticamente nenhum.​
Imposto sobre o rendimento
Impostos pagos sobre o lucro.​
Como tivemos lucro, pagamos 3.993M de impostos. No ano passado não pagamos porque tivemos prejuízo.​
Interesses Minoritários
Referente a parte do lucro que é distribuída por acionistas.​
Cerca de 1.748M que foram atribuídos.​
Resultado Consolidado do Período
O lucro líquido final.​
Isto pega no valor do Resultado Operacional (68.500M).​
Retira o valor que gastamos em juros (23.658M).​
Retira o valor que gastamos em imposto sobre o lucro (3.993M).​
Retira o valor dos lucros distribuídos por acionistas (1.748M).​
E voilá, temos o valor de 39.2M, que é o valor do lucro líquido final.​
Ou seja, o valor que sobra depois de todo o dinheiro que se gastou e todo o dinheiro que se ganhou.​
Estamos 39.2M de euros mais ricos.​
Excelente explicação. Obrigado!

Imaginem os resultados caso ainda tivessemos PdC na presidência