Não desconsiderando o teu comentário e a tua opinião, se a maioria destes incêndios são de mão criminosa, então o país é feito de pirómanos e maluquinhos.
Estes fogos estão nesta dimensão porque não existe coordenação, não existe planeamento, não existe investimento nas corporações de bombeiros.
Como é que se explica que mandem um grupo de bombeiros de Lisboa para pré posicionamento no Algarve, mas para o incêndio de Arganil mandam um grupo de Évora?
Há medidas que parecem tomadas com vista ao fracasso. Será só incompetência de burrocratas políticos? Duvido.
"A vaga de incêndios das últimas semanas que estão a fustigar o norte e centro do país vieram colocar a nu e reforçar a tese de que a
criação dos comandos sub-regionais, que substituíram os antigos comandos distritais “foi um enorme erro” e está a prejudicar o ataque inicial aos incêndios bem como o reforço das primeiras horas de combate. Na prática, o atual sistema faz atrasar o combate às chamas e potenciar o seu rápido alastramento.
Os comandos sub-regionais entraram em vigor em janeiro de 2023, foram criados nos governos de António Costa e executados por Eduardo Cabrita e José Luís Carneiros, ministros da Administração Interna. Os governos de Luís Montenegro manifestaram a intenção de extingui-los e voltar aos comandos distritais mas não teve coragem de o executar em tempo útil de entrar em vigor ainda este verão. O resultado está à vista.
E por isso acontecem coisas ridículas, quase insólitas, como por exemplo o dos grandes incêndios de Moimenta da Beira, já em resolução, e o da Covilhã, ainda ativo a de desenvolver-se numa zona altamente sensível e com grande potencial de destruição.b
Moimenta da Beira é do distrito de Viseu mas para a proteção civil pertence ao comando sub-regional do Douro.
Algumas das corporações de bombeiros convocadas para a primeira intervenção e reforço ficam a mais de cem quilómetros de distância quando a corporação do Sátão, a 20 quilómetros, ali tão perto, não foi chamada para o combate naqueles momentos.
O caso do incêndio da Covilhã, distrito de Castelo Branco, é igualmente aberrante.
Eclodiu às 15h00 de domingo, mas como para a proteção civil pertence ao sub-comando Beiras e Serra da Estrela, as corporações do distrito só foram convocadas horas mais tarde, antes foram as da região da Guarda, muito mais distantes.
Trata-se de um sistema que faz gastar mais dinheiro na mobilização de meios e o cansaço junto dos operacionais.
“
O atual sistema não funciona e é uma aberração sob ponto de vista operacional. Todos reconhecem isso mas ninguém ainda foi capaz de alterar a situação. E a mudança é fácil, é o regresso aos comandos distritais”, reforça ao
CM António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.