Actualidade Nacional

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Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
Atacou Ventura e procurou desferir alguns golpes que este por norma aplica aos adversários. Interpelou-o, fez-lhe cara feia, atirou-lhe um par de comentários ácidos e cortantes. Torna-se normal e não mais foi que um debate típico com Ventura, com a cacofonia e os excessos habituais. Quem debate com o líder do Chega sabe que parte para um provável jogo de boxe, de regras incertas, e não para uma discussão política. A crispação que tomou conta desta contenda foi a mesma que apanhou outros líderes partidários. Que são confrontados com um problema de difícil resolução: como enfrentar um tipo selvático cujo comportamento aparenta colher admiração e aprovação de parte significativa do eleitorado. Mortágua não emulou a postura marmórea e estadista de PNS, é certo, e é possível que nem todos se possam dar a esse luxo, mas não fez nada de particularmente extraordinário. Confrontou Ventura com a suas posições mais frágeis, como a recente polémica das tarifas. Tal como PNS usou o programa da IL contra Rui Rocha ou o último instrumentalizou as posições do PCP sobre a Ucrânia no fecho do debate entre o próprio e Raimundo. Chutou para canto o que lhe era incómodo, à semelhança do que têm feito todos os debatentes e defendeu o que tem por hábito defender e o que é conhecido ao programa do BE.

O problema é que não resulta grande coisa deste tipo de confronto, por muito que alguns encontrem valor de entretenimento ou um qualquer interesse retórico e performativo. Nem sempre se consegue debater com quem não quer o debate ou não aceita as suas regras. Quem debate com Ventura não pode recear sujar-se, não pode furtar-se ao combate, sob pena de ser assoberbado pelas ondas incessantes de ataques e argumentos desconexos e passar uma imagem de fraqueza. Se conseguir passar-lhe ao largo, muito bem; se não conseguir, tem de ter a capacidade de tapar o nariz e arregaçar as mangas. Pode ser necessário. Foi isto o que Ventura trouxe, num grau muito particular, e normalizou com sucesso.

Ventura tem sorte, por enquanto. Ainda não surgiu um contraponto seu à esquerda. Alguém que lhe ofereça um mala de viagem em pleno debate televisivo ou o mande ir dar uma volta com os seus amigos pedófilos. Lá chegaremos, sobretudo se o eleitorado continuar a dar sinais de recompensar acções políticas do tipo Chega e Ventura e os partidos tradicionais continuarem a não satisfazer.

O direito à propriedade privada não é absoluto nem ilimitado, como qualquer outro direito. Para mais quando se fala da propriedade de um bem escasso como a habitação. É politicamente legítimo legislar para evitar a concentração de bens imobiliários, estimular o seu uso ou limitar os rendimentos deles extraídos. Há quem aplique limites de renda, há quem impeça a venda de casas a cidadãos estrangeiros, quem privilegie o aumento da propriedade estatal ou camarária em detrimento da privada... não se pode esperar que o BE apresente soluções características de outros partidos e linhas políticas.

Acho que o grande problema do BE é ter um programa eleitoral que simplesmente não é popular.

Depois, torna-se estranho continuar a defender exatamente as mesmas ideias sobre imigração quando o contexto muda. Uma coisa é termos imigração dentro de limites que a maioria tolera, outra é estarmos a falar de um milhão e meio de imigrantes.

É como manter as mesmas políticas de apoio à natalidade com 0,7 filhos por casal ou com 2,5 – o cenário muda, e a abordagem também devia mudar.

Ontem até comentei com a minha namorada: à esquerda fazia falta um líder com garra. Alguém tipo os tempos do PCTP/MRPP, sem papas na língua, que não tivesse medo de o mandar para o crl. Já se discutiu isto mil vezes, mas às vezes bastava cortar-lhe o micro quando não é a vez dele falar, não mostrar a cara dele quando é o outro a responder, ou ter um moderador que impusesse regras claras e as fizesse cumprir. Percebo que para a televisão aquilo seja ouro, dá mais audiências do que ouvir um político a falar de propostas. Mas sinceramente, a única medida concreta que lhe ouvi foi baixar o IVA da construção – como se fosse uma ideia super inovadora e espectacular de que nunca ninguém se tinha lembrado. O resto é ruído.
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
Muito bem!

"por vizinhos"

A câmara acompanha a família durante 5 anos sem grandes evoluções, a situação sai nas notícias, torna-se mediática, e voilá, arranjam-lhes uma casa em menos de um mês.

Portugal é um país do caralho. Não sei como é possível dizerem mal.
 

SUPERMLY

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De todo. Há um antes e um depois de Ventura e do Chega. O discurso popular e populista, em maior ou menor grau, sempre esteve presente na política e nos partidos nacionais. Já a agressividade, o desrespeito, a virulência, a desfaçatez... que agora se atingiu, é um presente envenenado de Ventura e do Chega ao sistema democrático português. Há um antes e um depois de Ventura, e do Chega, na forma e até mesmo no conteúdo da luta partidária; e, infelizmente, qualquer debate em que Ventura participa arrisca a degradação total.

Pode-se discordar de Mortágua, de Raimundo, de Rocha, Montenegro, PNS... das suas propostas mais populistas ou infundadas, sem prejuízo de um confronto minimamente decente e aceitável. Com Ventura é impossível... e é impossível por vontade e estratégia do próprio. Cabe aos restantes compreender como contornar o lodaçal de Ventura e ponderar se é ou não benéfico lutar na lama com o porco. É uma pena que tenhamos resvalado para este estado de coisas.
O problema é que existe uma falange da população portuguesa que gosta desse estilo.
Nem é se ele está certo ou errado, a mentirou a dizer a verdade.
É o estilo.E o estilo angaria votantes.
Trump passa se o mesmo.
Muitos votam pelo estilo mas depois quando as medidas estroinas lhes caem nas cabeças é que se vêm fodidos.
Imagino a fronha dos funcionários públicos que foram dispensados que votaram nele....
 

Almadedragao

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16 Julho 2018
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Eu não disse que a Mortágua era pior que o Ventura, ou que tenha sido ela também a instituir esse discurso. Disse que, neste debate, ela esteve igual a ele, creio que o primeiro ataque até tenha vindo dela.

Considero o Ventura e o Chega muito piores que Mortágua e BE, mas não me engano acerca destes últimos: o Chega abriu o caminho para maior polarização e extremismos na sociedade, e o BE seguiu com gosto, embora ainda estando longe desse grau zero da política. É-me impossível qualificar de outra forma quem defende a aniquilação prática do direito de propriedade privada, ou se não defende, pelo menos permite.

Sim, a estratégia do Ventura é deliberada e envolve tudo o que disseste. Cabe aos restantes não chafurdar do mesmo modo que o porco; a questão é que Mortágua decidiu também chafurdar. Provavelmente não chafurdou tanto, mas chafurdou.
O PS, a reboque do BE e do PCP, com os seus extremismos é que abriram espaço para o surgimento do chega.

O chega é uma causa e não um efeito. É preciso os camaradas aqui do tasco perceberem que não é com o seu discurso ignorante, idiotico e preconceituoso para com o povo português que vão combater o populismo do polo político oposto.
 
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Cheue

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O PS, a reboque do BE e do PCP, com os seus extremismos é que abriram espaço para o surgimento do chega.

O chega é uma causa e não um efeito. É preciso os camaradas aqui do tasco perceberem que não é com o seu discurso ignorante, idiotico e preconceituoso para com o povo português que vão combater o populismo do polo político oposto.
ninguém é obrigado a votar no chega
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
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O PS, a reboque do BE e do PCP, com os seus extremismos é que abriram espaço para o surgimento do chega.

O chega é uma causa e não um efeito. É preciso os camaradas aqui do tasco perceberem que não é com o seu discurso ignorante, idiotico e preconceituoso para com o povo português que vão combater o populismo do polo político oposto.
A única coisa que o Chega tem é a imigração.
A corrupção e criminalidade já se viu que não é impoluto.
A imigração hoje em dia é uma preocupação para 60% das pessoas e é algo que durante uns 2 ou 3 anos as pessoas evitaram abordar.
Só quando viram que o Chega conseguiu 50 deputados é que acordaram.
Mas ainda assim o Chega continua a marcar pontos com " auto golos" dos moderados.
O espetáculo politico da operação do Martim Moniz, o arraial com a morte do criminoso Odair com marchas e merdas mas agora com aquele puto que fez aquilo que todos nós faríamos, não houve marchas não houve bandeiras nada...
O Chega acaba quando os moderados deixarem de ser negligentes
 

cccmonteiro

"No futebol, o pior cego é o que só vê a bola."
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Moimenta do Douro
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Cheue

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Há interessados por aqui?


cheque se precisarem de psicólogo... já se precisarem antes de psiquiatra vão para o crl, esperem 6 meses por consulta.
 

Cheue

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"ai tens ansiedade por ter exames na escola/uni? toma já 12 cheques para falares com o psicólogo sobre esse enorme drama que são os exames"

"ai tens um distúrbio de personalidade e psicose? isso não conta para estes cheques, toma uma colher de óleo de fígado de bacalhau que ficas melhor"
 
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Cheue

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O Ventura mentiu mas ninguém quer saber que ele mentiu porque uma falange das pessoas acha que não importante
acho uma estupidez os políticos fingirem que não têm dinheiro e tal...
...mas vai na volta ele é que tem razão e as pessoas dão muita importância a essas coisas.
 

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Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Acho que o grande problema do BE é ter um programa eleitoral que simplesmente não é popular.

Depois, torna-se estranho continuar a defender exatamente as mesmas ideias sobre imigração quando o contexto muda. Uma coisa é termos imigração dentro de limites que a maioria tolera, outra é estarmos a falar de um milhão e meio de imigrantes.

É como manter as mesmas políticas de apoio à natalidade com 0,7 filhos por casal ou com 2,5 – o cenário muda, e a abordagem também devia mudar.

Ontem até comentei com a minha namorada: à esquerda fazia falta um líder com garra. Alguém tipo os tempos do PCTP/MRPP, sem papas na língua, que não tivesse medo de o mandar para o crl. Já se discutiu isto mil vezes, mas às vezes bastava cortar-lhe o micro quando não é a vez dele falar, não mostrar a cara dele quando é o outro a responder, ou ter um moderador que impusesse regras claras e as fizesse cumprir. Percebo que para a televisão aquilo seja ouro, dá mais audiências do que ouvir um político a falar de propostas. Mas sinceramente, a única medida concreta que lhe ouvi foi baixar o IVA da construção – como se fosse uma ideia super inovadora e espectacular de que nunca ninguém se tinha lembrado. O resto é ruído.

O consulado de Mariana Mortágua não deu um novo fôlego ao partido, pelo contrário, dele tem resultado uma certa desilusão. Catarina Martins conseguia ser mais eficaz na liderança. Repetiu-se à exaustão a dificuldade da esquerda no presente tempo político, que a coisa não de confina às nossas fronteiras. De pouco adianta. Vivemos uma época movediça, com possibilidades de mudança que não encontrávamos num passado recente. Em dois anos, um partido de extrema direita disparou 10%. Mas em França deu-se uma surpresa diferente e uma larga coligação de esquerda, contrariando expectativas, venceu as últimas legislativas. Nenhum partido deve baixar os braços, antes estudar o contexto de transformação e reposicionar-se favoravelmente. Até agora, apenas Ventura soube manobrar o espírito do tempo, não obstante pequenos ganhos de outros partidos. Eventualmente surgirão novos elementos.

A afirmação pós-causas do Bloco continua a ser difícil. Conseguiu vitórias importantes, inscreveu as suas propostas nos média e reclamou alguma notoriedade. Não consolidou uma base eleitoral significativa, manteve um voto excessivamente elástico. Hoje tem dificuldade em afirmar o programa político e compete em propaganda com adversários que souberam, quer pelo engenho quer pelo choque, ocupar e manietar parte significativa da agenda. Sofre também por não ter presença local. Assume várias posições e propostas impopulares, sem dúvida, e contrárias ao sentimento instalado. E tem as dificuldades comuns, agora mais salientes, de outros partidos de esquerda em matérias como a imigração. Não pode porém capitular e adoptar, pura e simplesmente, as soluções dos opositores. Neste momento, o discurso acerca da imigração, por exemplo, reduz o ser humano ao ser valor económico. O desafio será mudar o discurso e algumas políticas, se necessário, mantendo os princípios.

Concordo que falta essa figura à esquerda, para mais com o ocaso do PCP. Acabará por surgir qualquer coisa. O esquerdista conservador nos costumes; o esquerdista popular e/ou populista; o esquerdista autoritário... qualquer um deles poderá aparecer. Não sendo certo de que se ficará melhor, no entanto foi este o caminho que se tomou.

Não basta afirmar que existem 1.6 milhões de imigrantes e que o número aumento acentuadamente nos últimos anos. Porque isso é fácil. Ainda não ouvi um único líder acerca de quantos imigrantes são necessários. Isso já é mais difícil. Alternativas a uma economia menos dependente do aumento populacional? Não se discute. Quimeras de aumentos significativos da natalidade? Fantasia. Transformar a economia de forma a reduzir a necessidade de mão-de-obra? Desconhecem-se projectos realistas nesse sentido.

Diminuir os custos de construção também não é suficiente nem garante habitação a preços acessíveis ou moderados. Com tamanha escassez, as casas que entrarem no mercado serão imediatamente disputadas por quem tem mais, e serão os que têm mais a arrebatar o imobiliário. De forma perniciosa, a construção poderá direccionar-se até para esses segmentos de mercado. O Estado tem de regular. Com a lei dos solos seria a mesma história. Sem as emendas aprovadas, a nova construção poderia ser transaccionada com preços acima do acual valor de mercado. ... mas enfim, o que esperar do Chega além de espalhafato?
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
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acho uma estupidez os políticos fingirem que não têm dinheiro e tal...
...mas vai na volta ele é que tem razão e as pessoas dão muita importância a essas coisas.
As pessoas estão tão habituadas a que os políticos mintam que mais 1 ou menos 1 não é importante( para elas).
Por outro lado as pessoas respeitam quem lhes resolve os problemas.
Por isso Isaltino foi eleito depois de ter cumprido pena de prisão.
A não ser que aches que a maioria dos eleitores de Oeiras sejam uns palermas
 

Treinador de Bancada

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16 Março 2012
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  • Dezembro/19
  • André Villas-Boas
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  • João Pinto
O Adolfo Luxúria Canibal disseca bem o eleitorado do Chega...

Corre, corre, corre, corre, corre.
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre!...
Contra ti muita gente a gritar
Uma imensa turba de gente
Tensa com seu próprio vozear
Num rancor mutante em acção
Cego de raiva e pronto a matar
A soltar a fera do medo
Que nos faz a mente vomitar
FICA AQUI JUNTO A NÓS IRMÃO
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre!...
Contra ti essa verve sem par
Uma verve de ódio nojenta
Que não deixa ninguém respirar
Porque és negro, judeu, cigano
O islão que nos quer subjugar
Essa ameaça sempre presente
Que mantém a estupidez no ar
JUNTO A NÓS FICAS BEM IRMÃO
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre!...
Se vais embora, se sais daqui
Ficamos pobres, órfãos de ti
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre!...
Contra ti muita gente a gritar
Uma imensa turba de gente
Tensa com seu próprio vozear
Num rancor mutante em acção
Cego de raiva e pronto a matar
A soltar a fera do medo
Que nos faz a mente vomitar
FICA AQUI JUNTO A NÓS IRMÃO
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre, corre, corre
Corre!...
Se vais embora, se sais daqui
Ficamos pobres, órfãos de ti
Como o medo do escuro, nas crianças, provoca arrepios e faz imaginar monstros e papões, também o medo do diferente e do desconhecido, o pavor ao cosmopolita, alimenta o ódio aos estrangeiros, aos imigrantes, e inventa que nos vêm roubar empregos, casas e cultura.

 
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Reações: Dragão D'Ouro

Raba

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13 Junho 2013
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  • André Villas-Boas
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Alfredo Quintana
  • Campeão Nacional 19/20
será que o Ventura até numa parvoíce destas mentiu? Ó

O gajo mora na zona do Parque das Nações, que é apenas a zona mais cara de Lisboa.
Acredito que a casa/apartamento dele não seja muito grande, que ali tudo custa para cima de um dinheirão.
Mas 30 m2... Oh Ventura, vai-te lá foder homem, ninguém acredita nisso.
 

Cheue

12 Maio 2016
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