Não há uma superioridade moral.
É superioridade social, económica, financeira civilizacional e institucional.
Obvia.Inequivoca.
Agora violência, impunidade e discriminação nunca acabará
Tenderá para zero mas nunca acabará.
Como a pobreza ou a doença.
Há situações que são intrínsecas ao ser humano que tendem a desvanecer por causa da formação e educação.
Ter leis institucionalmente deve ser o garante de justiça que obviamente nem sempre acontece( o que não falta é gente que foi presa injustamente e criminosos que se escaparam por cenas técnicas).
Agora há a estrutura, há quem recorrer, não há silêncio, há voz.
Agora nesses países há o que?
Sobre os países muçulmanos não serem todos iguais é verdade.
Há a Bósnia e os outros.
A Bósnia é o único país de maioria muçulmana verdadeiramente ocidentalizado.
Nem a Turquia com a sua abertura ao ocidente nem a Jordânia que é dos países mais moderados atingem o nível civilizacional da Bósnia.
Chamar Marrocos e Argélia moderados é não conhecer as suas leis( especialmente a lei do divórcio que é deveras interessante).
Por cada agressão sexual no Ocidente existem 10 mil no mundo muçulmano.
Pelos nossos padrões.
Pelos deles é business as usual.
É como comparar o PIB da Inglaterra com o do Cambodja.
Essa resposta mistura verdades parciais com generalizações, arrogância cultural e dados completamente infundados. Comparar “o Ocidente civilizado” com “o mundo muçulmano atrasado” não é análise — é preguiça intelectual com um toque de arrogância colonial.
A ideia de “superioridade civilizacional” é um conceito perigoso, herdado do colonialismo e baseado numa visão eurocêntrica do mundo. Se medires “civilização” apenas por critérios ocidentais como PIB, Indice de Desenvolvimento Humano ou transparência institucional, claro que vais concluir que o Ocidente é “superior”. Mas esses critérios ignoram contextos históricos, colonização, interferência externa, guerras alimentadas por interesses ocidentais e sobretudo o facto de que os modelos de organização social são diversos e não comparáveis de forma linear. Superioridade autoatribuída não é objetividade – é arrogância.
Dizer que nos países muçulmanos “não há nada” é apagar o trabalho de centenas de milhares de ativistas, juristas, mulheres, jornalistas e académicos que diariamente enfrentam sistemas muito mais repressivos do que os nossos – e ainda assim não desistem.
Dizer que “lá não há voz” é desrespeitar milhões de mulheres e ativistas que enfrentam opressão todos os dias, e ainda assim lutam. Sem elas, nem saberíamos o que se passa.
Ignorar estas vozes é perpetuar silêncio e desinformação.
“A Bósnia é o único país muçulmano civilizado” – ignorância pura.
A Turquia tem uma sociedade urbana altamente sofisticada, universidades de renome e liberdade de culto em muitas zonas (com retrocessos recentes, sim).
A Malásia é economicamente mais avançada que muitos países europeus.
A Jordânia é frequentemente elogiada pela estabilidade e moderação política.
A Indonésia, maior país muçulmano do mundo, tem uma democracia funcional e crescente poder económico.
Reduzir o mundo muçulmano à Bósnia é o equivalente a dizer que só a Suíça é “ocidentalizada” porque os EUA têm tiroteios em massa. É uma lógica enviesada.
E quanto à “estatística” dos 10 mil abusos por cada 1 no Ocidente? Inventada. Nem vale a pena discutir.