A excepção a isso foi em Berlin/Marzahn, um bairro com muita imigração e o único onde a AfD ganhou em Berlim. A minha teoria é que aconteceu porque os imigrantes não podem votar e os alemães que lá vivem não gostam de viver em minoria.Quer dizer, em teoria eu diria que não há nada mais progressista do que ser mulher, lésbica e casada com uma refugiada do Sri Lanka.
Eu às vezes esqueço-me que Berlin era um enclave da RDA.
Outra coisa que é curiosa é comparar esse mapa com a percentagem de descendentes de imigrantes. Acontece o habitual, nas zonas onde há menos imigração, o pessoal é mais anti-imigração.
Quanto ao resto, há uma correlação grande entre o nível de instrução e o tipo de voto. Em Brandenburg a AfD ganhou todos os distritos menos Potsdam que, para além de ser vizinho a Berlim, é o único onde há um grande polo universitário.
Dito isto, a antiga Alemanha de Leste sempre foi uma Alemanha de segunda desde a queda do Muro, o que dá para fazer uma equiparação aos red states nos EUA e por isso apesar de estranho não é surpreendente serem os antigos estados comunistas a guinar para a extrema direita.
Para quem tem interesse, este site tem bons gráficos a explicar o sistema de voto e os resultados eleitorais: https://www.dw.com/en/german-election-results-and-voter-demographics-explained-in-charts/a-71724186