Hoje desloquei-me ao Dragão e deixei lá um cachecol, o cachecol que os meus pais me ofereceram quando fui ver o primeiro jogo do FC Porto nas Antas. O cachecol significava muito para mim, quando pegava nele, fazia-me lembrar dos torniquetes das Antas, da multidão, de ver o Vitor Baía, o Deco aqueles craques todos pela primeira vez ao vivo, do quão fascinado estava naquele dia. É uma das memórias mais bonitas que tenho de infância. Decidi deixar aquele cachecol, porque foi com ele que eu acho que me senti portista pela primeira vez, era o único objeto ligado ao Porto que só me trazia boas memórias, e o que eu quero que fique é as boas memórias que nos deu a todos. Quando me agachei para o pousar no meio de tantos outros, só me lembrava do golo do Falcão em Dublin, do golo do Kelvin na luz, do golo do Alex Telles contra à Roma, em que abracei o meu pai como à muito não o abraçava, das vitórias europeias em 2003 e 2004, dos recortes que eu fiz dos jornais e colocava às escondidas nas janelas, para as pessoas verem que naquela casa eramos portistas.
Naquele memorial sentia-se muita dor, sentimento puro de muita gente , só espero que tenha partido sabendo que apesar das ultimas eleições, a nação portista continuava a gostar muito de si. Enquanto existir o FC Porto, existirá Pinto da Costa e isso nenhum de nós terá qualquer dúvida, obrigado por tudo.