Para mim, e acredito que não seja uma opinião consensual, a «débacle» do FC Porto de Pinto da Costa começou, lentamente, no pós-2004, com o esbanjamento de mais de 100 milhões de euros de transferências e a destruição de uma equipa. Pior, o recurso a fundos de jogadores manhosos e a relações duvidosas com empresários numa altura em que nao se justificava minimamente porque não faltava dinheiro.
O Tribunal do Dragão inicia hoje uma série de publicações sobre um tema que consegue ser sempre tema de discussão e ao mesmo tempo tabu: o...
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Um Benfica na lama e um Sporting a ser Sporting, ano após ano, permitiu que até 2013, mesmo com o «Apito Dourado» pelo meio, mantivéssemos a hegemonia no futebol português. Mas Jesualdo Ferreira já foi um treinador sozinho, a dar o peito às balas - todos os treinadores sê-lo-iam também a partir daí.
A partir de 2013, é o que todos sabemos. Só a chegada de Sérgio Conceição amenizou um pouco o panorama vigente, mas o descalabro financeiro já era irreversível.
E assim chegamos à vitória do André. Apesar de todo o descalabro dos últimos 10 anos, só uma campanha perfeita, comandada por alguém muito bem preparado, poderia destronar Pinto da Costa.
Como disse ao André na sua sede de candidatura, logo no início, mesmo que perdesse já tinha ganho. Porque tinha sido o primeiro a ter a coragem de enfrentar o medo, a gratidão eterna.
Numa nota mais pessoal, regressei ao fórum 5 anos depois com o objectivo único de apoiar o André. Mas apesar de o ter apoiado desde o início, nem sempre acreditei na vitória. Talvez a Assembleia-Geral de Novembro tenha sido o ponto de viragem. A péssima época que fizemos também terá aberto os olhos a muitos sócios e talvez me tenha feito acreditar mais na vitória. A certa altura, ele quase nem precisava de fazer campanha.
No Sábado, fui almoçar com um grupo de apoiantes do André daqui do Portal dos Dragões. Muitos deles foram votar depois do almoço. A certa altura, alguém arranjou-nos bilhetes para o Andebol. Mas ao intervalo, sabendo que as urnas já tinham fechado e que a qualquer momento se podiam saber os resultados, fomos para Agramonte.
Foi uma festa! Os sinais davam ao André a vitória, a certa altura já se falava em goleada, mas nunca fiando. De repente, o André aparece no palanque no exterior aos saltos, com a camisola do Porto vestida, e aí tivemos a certeza. Parecia que tínhamos ganho um campeonato.
E agora cá estamos. Ainda a digerir a vitória. O primeiro dia do resto da vida do FC Porto.
Estamos profundamente agradecidos ao André. Pelo menos 80% de nós. Mas por favor não endeusem o homem como fizeram com Pinto da Costa. Se errar, tem de ser criticado. Se faltar às promessas, tem de ser criticado. Por ele e por nós. A bem do FC Porto.
Viva o André Villas-Boas!