Amigo, há um ditado muito antigo na bola que diz que na pequena área, é do guarda-redes. Não é assim 100% do tempo mas quase. Aliás, controlo aéreo do espaço da pequena área é uma componente específica do treino de um guarda-redes. A uma bola que cai dentro da pequena área nunca podes usar a expressão que agora usaste, que é que não tinha qualquer hipótese de lá chegar. O cabeceamento é feito ainda dentro da sua "zona de jurisdição". O Diogo podia perfeitamente ter saído à bola, o grande problema dele é que leu horrorosamente a trajetória da mesma. Isto fica evidente quando todos os movimentos que faz a partir do momento em que dá dois passos em frente, são de correção para a esquerda. O primeiro e maior erro é esse, má leitura do lance. Nem sequer é discutível, é vê-lo a corrigir do início ao fim face ao percurso da bola. Depois, ao contrário do que escreves, não chega a corrigir totalmente a hesitação, visto que fica bem visível no momento do cabeceamento que passava um camião e meio entre ele e o primeiro poste. A bola acaba por lhe sair por cima, mas entrava ainda com mais facilidade à sua esquerda.Não concordo.
Acho que ele não tem qualquer tipo de hipótese de chegar ao cruzamento e seria completamente imprudente se ele saísse àquela bola. Não me parece que o Wendell seja enganado. Vejo o Wendell a ver muito bem o jogador do Gil a aproximar-se ao 2º poste e a dirigir-se para lá, o problema é a abordagem, ele pensa que vai chegar primeiro, se reparares, ele faz o movimento com a cabeça como quem a vai a cortar para canto e nesse momento o jogador do Gil abafa-o por completo e faz o cabeceamento.
Quanto ao Diogo, acho que ele corrige a hesitação inicial, se depois é defensável ou não é uma outra questão e bastante subjetiva. Podia defender? Podia, seria uma grande defesa. Eu acho que é um cabeceamento forte e muito complicado de defender.
Um guarda-redes com este posicionamento (pés orientados para a linha lateral, espacialmente perdido) num remate ao segundo poste nunca é isento de culpa, muito menos quando é uma bola aérea a cair ainda dentro da pequena área, e depois de se ter comprometido com uma saída num primeiro momento. O papel de Wendell é, como disse, o expectável de um lateral do FC Porto de SC. Também não está isento de culpa, evidentemente.