Posso ser muito franco contigo?
Um carro com 16 anos a ser bem utilizado é algo para estar agora nos 200 e muitos, 300 mil km. Neste ponto, a maior parte dos motores está a chegar ao fim da sua vida útil. Já mudou de pneus e travões várias vezes, várias molas e borrachas já deram o berro ou estão prestes a dar, correia e embraiagem já tiveram melhores dias, vai na segunda ou terceira bateria, farolins, velas etc.
Se isto não te é familiar, é porque provavelmente não o usas tanto. E se não o usas, pode ser porque não precisas.
E contra mim também falo. Em Lisboa, o apartamento fica a 300 metros do escritório, portanto o carro passava a maior parte do tempo parado na garagem. Para muitas outras coisas dentro da cidade, o metro. É uma escolha que fazes, ter ou não ter, que também depende da zona do país em que vives.
As taxas existem para isto mesmo. Há um comportamento que se quer desincentivar, porque existem normas para cumprir e objetivos para alcançar. Mas é cultural. Quanto mais para sul da Europa vais, maior é o descontentamento. Na Dinamarca, perguntas a um local para que servem estas taxas e respondem-te "é para melhorar o ambiente e a nossa condição de vida/saúde". Em Portugal, é porque este ou aquele do governo são "ladrões, chupistas, só sabem roubar". A medida é a mesma, a percepção das pessoas é que se altera.
Analisando as tabelas, até está barato. Aqui na Alemanha, pagas 4€ por grama de CO2 produzida por km. Esta tabela que o governo português quer implementar é escalonada por patamar e só ultrapassa 1€ acima dos motores >1.8.