O problema é esse... sempre foi... a resolução deste problema é geracional... nunca na vida, alguém nos seus 30/40 anos vai mudar dos 3 grandes para o tondela... pontualmente, pode alinhar preferências, como sucederá agora (eg, num ano em que o grande não tenha hipóteses de ser campeão e o clube da terra esteja em risco de descida...)... e, Portugal, tem um óptimo case-study em braga... a transformação, que ainda não está completa, vai em 20 anos!
Não me parece que se resolva distribuindo dinheiro!
Isso é wishful thinking... o campeonato português não tem qualquer interesse lá fora... e, aqui vai uma heresia... nem terá... basta procurar em qualquer jornal estrangeiro, que no ano em que as equipas portuguesas chegaram às finais europeias, têm uma nota de rodapé... um ManCity vence a Champions e é capa de jornal em Portugal...é a vida!
O campeonato brasileiro chegou a ser o campeonato mais competitivo do mundo (até houve conversa, quando o jj lá andava...)... no tempo do jj, em Portugal, as pessoas levavam com o Flamengo dia sim, dia não... passou... mas alguém liga alguma coisa ao Brasileirão...à sempre interessante Eredivisie?... estamos num fórum de um clube de futebol, portanto com gente interessado pelo fenómeno... arrisco dizer que neste universo, nem 10 pessoas viram 90' da Eredivisie esta época... e, nem 15 pessoas, devem saber quem lidera o campeonato...
Agora, no dia em que o campeonato Português tiver o Mané, o Kanté, o RNeves, o Otávio, o CR7, o Neymar... aí, acredito que mude... mas, isso não se faz com a centralização... para isso, só se descobrirem petróleo nas Berlengas...
Inglaterra teve 24 campeões...
Só a região do South West é que não teve um campeão...
O Norte já teve 9 campeões...
Newcastle, campeão pela última vez em 1927, tem mais de meio milhão de adeptos no seu estádio, por época, desde a II Guerra Mundial...
A Inglaterra, centralista, com 10 equipa de Londres na EPL, tem uma base de supporters que Portugal nem sonha...
As televisões e os jornais são negócios... é certo, em Portugal, como em quase tudo, suportados por um centralismo asfixiante...
Contudo, é bom recordar que esses programas são mantidos, porque:
a) as pessoas os querem e dão share e o share dá publicidade;
b) o poder central os quer, porque permite a perpetuação de poder (versão moderna do futebol, fado e Fátima), mas esse poder central é alimentado ciclicamente nas urnas, o que, por mais insatisfatório que pareça, se deve aos eleitores e às pessoas...
Moral da história: cada um tem o que merece...
Eu, sócio do FCP, recusaria liminarmente abdicar de meia vitória para o bem do futebol português... suspeito que não estaria sozinho...
Eu, acionista do FCP SAD, recusaria liminarmente, abdicar de meia vitória para o bem do futebol português... e, também aqui, suspeito que não estaria sozinho...
A liga não precisa disto, enquanto Portugal for um país de direito! Será?
O Decreto-Lei n.º 22-B/2021 de 22 de março já foi publicado em DR (
https://files.dre.pt/1s/2021/03/05601/0000200004.pdf)!
Bem diferente é pensar que 90% dos eleitores fiquem satisfeitos pelos seus clubes perderem receitas!
Todo este modelo está alicerçado no pressuposto que a venda centralizada gerará mais dinheiro. Para mim, e creio que já o escrevi antes, é bastante questionável que assim seja! Todos os clubes não grandes têm 3 jogos para vender! Todos os clubes grandes têm 17 jogos para vender! Quando o estoril joga contra o arouca, quantas pessoas sabem, sequer, o resultado? Se o slb estiver a perder, a 5 minutos do fim, contra o vianense, para a taça, estamos todos aqui a comentar e a contar os minutos na tv...
Acreditar que isto vai mudar, porque o estoril vai contratar o Ángel Sepúlveda (2,5m) ou o Wilson Odobert (12m) ... em vez do Rafik Guitane por 250k euros... repito... é wishful thinking...