Eu não sei de quem é o mérito, claro que o treinador tem mérito, mas aí eu não dou mais mérito ou menos ao SC do que daria a outro.
O mérito dele é ser melhor treinador, muito melhor do que a maioria dos seus antecessores.
A aposta nos jovens foi a) fruto das dificuldades em contratar devido à situação financeira e b) a adesão lógica e tardia à aposta na formação, algo que o nosso rival já fazia há algum tempo. O SC utilizou os jovens porque tem de utilizar, não há outros.
Mas por outro lado, digam me, quais são exactamente as funções de um administrador da SAD? Ele acorda, toma o mata bixo, vai trabalhar para o escritório e faz o quê, mesmo?
Quando se fala na "equipa", no "projeto" ... o que é isso? O projeto basicamente é ganhar títulos. E é preciso uma grande equipa para isso?
O Vieira que equipa tinha? O Paulo Gonçalves , o DSO...o Porto de 2003 04 quem tinha? O Antero, o Caldeira.... Os calimeros campeões tinham o vagandas, o hugo viana...são essas as grandes equipas?
Qual é o grande trabalho dessa equipa? é dar indicações para quem está abaixo e seguir o rumo.
O mais importante é quem dá o rumo, e "fiscaliza", na falta de outro termo, se quem está abaixo o está a cumprir, e acho que é aí que PdC falha, ele não fiscaliza. deixa andar.
IMO e por ordem de importancia o crucial será a) nome do treinador b) qual o futuro da formação c) o que se pretende mudar em termos de finanças, de gestão do clube.
E o c)...o que se pretende é sobreviver. Estou À espera do vagandas, que tinha novas formas de viabilziar as finaças e parceiros e coisas inovadoras e até agora...pufff...um perdão da divida pela banca foi o mais inovador que conseguiu.
Quando digo que a formação é do pouco que se salva é muito por culpa da geração que ganhou a YL. Viu-se ali potencial e aproveitou-se tanto para a equipa como para ter lucro em transferencias, mesmo que haja casos de sucesso que ocorreram por mero acaso, como foi o do Vitinha.
Mas gostava que houvesse um plano claro para apostar nesse campo, porque bem explorado e desenvolvido pode dar resultados muito positivos, quer ao nível das finanças, que pelo lado desportivo. Claro que não vão sair Vitinhas e Diogos todos os anos, mas podemos tentar.
Sobre o papel dos administradores, penso que a função de um funcionário com esse nível de responsabilidade deve ser o de servir o clube o melhor possível e activamente, dentro das directrizes que existem acordadas com a restante direção e para as quais ele foi conduzido. O momento que o FCP vive está longe de ser desafogado e de desafios importantes. Perante esta realidade, acho que todos os dias deveriam ser de preocupação e de procura de soluções.
A equipa, o projecto e o rumo, são o que leva o clube ao sucesso, ou não, dependendo da sua competência e como são postas em prática as ideias. Esse caminho tem de ser comandado pelo Presidente e monitorizado, é verdade.
Para que o sucesso se alcance, do meu ponto de vista, é preciso que que quem está no topo se rodeie de gente muito habilitada e séria, seriedade essa cujo exemplo deve vir de cima e neste momento não me parece que tal suceda. Se isso acontecer, se houver confiança, tudo o resto funciona melhor e o clube sai a ganhar. Mas, como disseste, se o Presidente delega e cada um faz o que quer, chapéu. Pior, é ele ter confiança em quem não é de confiança.
Sobre a equipa, tem de estar bem reforçada ao nível humano e profissional, onde a aptidão e honestidade sejam prioridades bastante evidentes em todas áreas, financeira acima de tudo, mas também preenchida na restante vice-presidencia, na área do futebol profissional, na formação, nas modalidades, no marketing e publicidade, etc...
O projecto e o rumo são tudo o que a actual SAD não tem. Saber se, no caso do futebol, o caminho por onde se deve ir é de deixar sair jogadores a custo 0 ou se é para potenciar jovens da formação e/ou jogadores contratados noutros mercados a preços mais ou menos convidativos, sendo que dentro deste tema, a abrangência é enorme porque há desde o mercado a explorar (sul-americano, europeu - escandinavo, balcãs, etc), até à forma de abordagem, sendo que é muito diferente ter no terreno gente que está com o foco em fazer o melhor negócio possível, mesmo que tire comissão, ou alguém que só está preocupado em sacar o máximo para meter no bolso e pouco na valia do jogador a contratar. Este aspecto é absolutamente fundamental, da mesma forma que uma articulação perfeita entre a parte financeira e a desportiva é premente.
Temos de ter um director financeiro e um Presidente acima de qualquer suspeita que permita uma outra capacidade de gestão do Clube para subir para outro patamar desportivo.
Se conseguissemos tudo isto, estariamos mais perto da sustentabilidade, apesar de recentemente até haver sucesso desportivo.