Mais uma manif dos professores, cuja corporativização segue os mesmo caminhos de políticos, médicos, juizes e graduados militares e policiais…. Enfim com muitas razões nas questões da precariedade e da não colocação/efetivação em tempo considerado aceitável, mas esquecem os privilégios em relação a todo o resto de profissionais cujo trabalha é tão ao mais respeitado.
Destaco duas situações diferenciadas que os professores dispõem e que são chocantes perante quem trabalha da mesma forma nesta sociedade:
1) semana de 4 dias, os professores têm 22h semanais de horário completo; se nos primeiros anos até admito que têm de preparar aulas, após meia dúzia de anos, apenas abrem o livro num tempo líquido de aula que é bem inferior às 22h semanais. Nenhuma outra profissão tem está regalia de trabalhar apenas 22h semanais.
2) as férias anuais, nenhuma outra profissão tem em média mais de 50 dias efetivos de férias. Além dos 4 dias de trabalho, mais do dobro das férias.
Enfim, existem situações que têm de ser corrigidas mas têm de balançar com as regalias que dispõem e se calhar começarmos a ser mais justos! O trabalho burocrático que se queixam é por isso mesmo porque na realidade ‘estão a obrigar a trabalhar’…. Se calhar com a crise demográfica, com salas disponíveis nas escolas, é altura de transformar algumas em open spaces, e os professores tal como a maioria das profissões, começarem a estar as 35h semanais na escola. Desta forma evitavam-se as faltas de pessoal, de educadores para manterem a escola a funcionar durante o período normal laboral!
O que é um facto é que a realidade que tentam transmitir nada tem a ver com o feedback da escola pública e dos seus dirigentes! Dizem que a escola pública está ‘presa por arames’, está tudo mal, mas a realidade e os resultados apontam claramente no sentido contrário!
É pena o atualmente cada vez menos se tenda para o equilíbrio, e observamos a um radicalizar social que se procuram extremas onde ódios crescem, a intolerância e a empatia não prevalecem, e parece que cada qual quer viver no seu mundo, como se fosse único, onde não se olham a meios para atingir os fins…
É claro que todos estamos sendo contaminados pelo radicalizar de opiniões, e isso vê-se no discurso de cada um, no qual também me incluo, mas cabe a cada um lutar contra este novos paradigmas sociais que nos levam numa onda muitas vezes inconsciente ou anestesiada que nada contribui para o bem estar de viver em sociedade.