O Sérgio Conceição pareceu ter evoluído imenso no ano passado, mas esta evolução foi um pouco disfarçada pelo impacto que o Mbemba, Vitinha e F. Vieira tinham na equipa.
O SC cometeu o erro grave de "aceitar" este plantel na conferência de imprensa após o fecho da janela das transferências. Era óbvio que o plantel estava mais fraco e tinha o problema grosseiro no meio campo. Este problema seria facilmente resolvido com dois jogadores: (i) um lateral de jeito (direito, esquerdo ou ambidestro) e (ii) com um médio virtuoso ou de transporte da bola. Esta solução seria perfeita se um deles fosse bom em bolas paradas.
Não me acredito que se quiséssemos o Telles não viesse. Esse foi o primeiro erro: achar que nas alas não havia problemas. Nada pior que ter dois laterais entre o mediano e o fraco num 11. O Telles resolvia esse problema e o das bolas paradas.
Em segundo lugar, tínhamos de ter pensado numa solução para o miolo para fazer a diferença ao lado do Uribe. Grujic continua a ser uma incógnita e o Eustáquio é um jogador médio. Face ao que conhecemos hoje, não sei se mais valeria apostar no Baró e recuperá-lo do que perder tempo com o Bruno Costa. Neste momento acho que até o Xeka facilmente seria a melhor solução para jogar ao lado do Uribe.
Isto posto, o SC tem a capacidade de ser campeão ano sim, ano não, mas depois não consegue manter o ritmo. Isso para mim é mistério nesta fase em que dificilmente vamos aos oitavos da CL (algo que agrava a nossa situação financeira) e quando temos adversários muito fortes na luta pelo título.
Nota final: a performance do SC nas competições europeias (apesar de ter dois oitavos) é horrível. Não podemos levar uma goleada anual em casa!