Violência doméstica e familiar

Edgar Siska

Vítor Bruno existe porque você o criou!
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
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"....É erróneo contrapor o feminismo ao machismo, e muitas vezes sinal de motivação ideológica. O feminismo constitui um movimento social com diferentes expressões e fases, que leva décadas de existência...."

Caríssimo colega, a minha (polémica) opinião:

- O feminismo, como movimento articulado começou, creio salvo erro, por volta dos 1850, e efectivamente era um movimento de luta por igualdade de direitos.

Actualmente, me parece, que se revela um movimento ideológico mais extremado, metamorfoseado num instrumento de manipulação de massas, fundamentalista, com um forte pendor dual, que oscila ora num tom acusatório, ora vitimizador, revanchista, ao "cavalgar" numa lógica justiceira de ajuste de contas com um passado de que se acha fiel depositário e moralmente superior!

Diria até político - ideológico, que tem servido para desempenho do papel de facilitador na escada de acesso ao Poder.

Isto é, continua a esconder-se atrás do biombo do argumento inicial da sua génese - igualdade de direitos e de sexos - para se tornar numa arma política de luta pelo poder!
Luta pelo Poder, não tenhamos dúvidas!
É legítimo? Será!

Mas então que se assuma, abandonando a lógica "vitimista" e reinvindicativa de acesso privilegiado.

Tenho-o dito há anos, em acesas conversas entre amigos e familiares, e para mim, resulta claro, que o feminismo de hoje, torna-se a cada dia que passa, o outro lado da moeda!

Quem no passado discordava fortemente da minha ideia, hoje, à luz presente, começa, até de forma um pouco incrédula diria até, a convergir com a minha tese...

E é só.
Não pretendo entrar em mais polémicas, senão é agora que sou mesmo cancelado!😆😆
Boa resposta ao que foi dito.
Sim, FOI um movimento social e de luta por igualdade de direitos.
Hoje sim e na maior parte dos círculos é uma arma política e uma efectiva corrente maniqueísta com outras agendas.
 
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@BSilva Não iria por aí, sabendo dos excessos cometidos por qualquer movimento social. Parece-me uma imagem muito associada a fenómenos particulares, mais relacionados com organizações e outros agentes que actuam na área e integram posições entre o polémico e o radical (pois de facto há correntes do género), do que com a defesa generalizada das mulheres, dos seus direitos e valor, sentimento esse de grande escala, felizmente já enraizado nas nossas sociedades. Devemos compreender que o feminismo vive para lá das organizações feministas que possam, de alguma forma, manifestar posições radicais, estando presente nos imaginários, nas atitudes, nos comportamentos e nos valores de homens e mulheres que compõe o próprio tecido social, e que se tornaram conscientes da posição subalterna das mulheres e das expressões de discriminação existentes. E sem dúvida que, para isso, as organizações feministas, mesmo as de tendência radical, desempenharam e despenham um papel significativo. Nas suas lutas históricas, nos valores defendidos, nos temas que inscreveram nos debates nacionais...

As pessoas podem ter, no quotidiano, preocupações laborais, típicas dos movimentos políticos marxistas, comunistas... e nem por isso pertencerem a partidos desse espectro ou a organizações sindicais. Poderão ter preocupações sociais sem se afiliarem a um partido de âmbito social, socialista, social-democrático, ... . Acaso julgarão que a maioria das mulheres e dos homens que assumem valores feministas concordam com as expressões mais extremadas, formais, elitizadas do movimento... ? O radicalismo é uma característica comum a muitos movimentos reivindicativos do género, é um fenómeno normal. Hoje expressa-se no espaço mediático, no confronto ideológico, na batalha argumentativa, na tentativa de influência dos valores... tempos houve em que a busca de poder para determinado grupo de pessoas conduzia a atrocidades muito pouco democráticas. Portanto não é coisa que me faça ou nos deva fazer perder o sono.

O ser humano derrubou poderes autocráticos, as suas (algumas... ) sociedades tornaram-se seculares, democráticas, industrializaram-se, urbanizaram-se, terceirizaram-se, profundas convulsões ocorreram no domínio dos valores e dos costumes... para estarmos agora focados em expressões radicais do feminismo ou em temas fracturantes que nos chegam do outro lado do oceano... enfim. Convenhamos que há coisas mais relevantes e problemas mais prementes. Será apenas mais um artefacto social, longe de ser dos mais notórios. Normal, no sentido de comum; legítimo dentro dos limites da democracia.

Trata-se de uma pulsão para a conquista de poder e recursos, como os movimentos cívicos ou outros que tais. O que implica perdas simbólicas, relativas, concretas, imaginadas... para outros grupos. O que também é normal e desejável, pois qualquer situação de assimetria somente se corrige alterando o jogo de poder. Seja um rearranjo no acesso a determinadas posições socioprofissionais, ganhos na representação mediática, no domínio legislativo... e isso causa incómodo. Como é evidente, devemos estar atentos a qualquer excesso. Devemos estar atentos a pulsões sociais cujas reivindicações ultrapassem ou de alguma conflituem com os valores humanos estabelecidos (admitindo que estes são justos). ... também me preocupa quem devota mais tempo a censurar expressões radicais de movimentos sociais do que a assinalar ou a combater, de alguma forma, as próprias situações de desigualdade. Quando alguém se mostra mais preocupado com fenómenos tipicamente norte-americanos, radicais, etc. ... do que com as formas de injustiça instituídas, sejam elas baseadas no género, na classe, na religião, ... , é de desconfiar. Em todo o caso, para terminar num tom conciliatório, devemos estar atentos às expressões da humanidade e aos perigos contidos nos movimentos humanos.
 
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@BSilva Não iria por aí, sabendo dos excessos cometidos por qualquer movimento social. Parece-me uma imagem muito associada a fenómenos particulares, mais relacionados com organizações e outros agentes que actuam na área e integram posições entre o polémico e o radical (pois de facto há correntes do género), do que com a defesa generalizada das mulheres, dos seus direitos e valor, sentimento esse de grande escala, felizmente já enraizado nas nossas sociedades. Devemos compreender que o feminismo vive para lá das organizações feministas que possam, de alguma forma, manifestar posições radicais, estando presente nos imaginários, nas atitudes, nos comportamentos e nos valores de homens e mulheres que compõe o próprio tecido social, e que se tornaram conscientes da posição subalterna das mulheres e das expressões de discriminação existentes. E sem dúvida que, para isso, as organizações feministas, mesmo as de tendência radical, desempenharam e despenham um papel significativo. Nas suas lutas históricas, nos valores defendidos, nos temas que inscreveram nos debates nacionais...

As pessoas podem ter, no quotidiano, preocupações laborais, típicas dos movimentos políticos marxistas, comunistas... e nem por isso pertencerem a partidos desse espectro ou a organizações sindicais. Poderão ter preocupações sociais sem se afiliarem a um partido de âmbito social, socialista, social-democrático, ... . Acaso julgarão que a maioria das mulheres e dos homens que assumem valores feministas concordam com as expressões mais extremadas, formais, elitizadas do movimento... ? O radicalismo é uma característica comum a muitos movimentos reivindicativos do género, é um fenómeno normal. Hoje expressa-se no espaço mediático, no confronto ideológico, na batalha argumentativa, na tentativa de influência dos valores... tempos houve em que a busca de poder para determinado grupo de pessoas conduzia a atrocidades muito pouco democráticas. Portanto não é coisa que me faça ou nos deva fazer perder o sono.

O ser humano derrubou poderes autocráticos, as suas (algumas... ) sociedades tornaram-se seculares, democráticas, industrializaram-se, urbanizaram-se, terceirizaram-se, profundas convulsões ocorreram no domínio dos valores e dos costumes... para estarmos agora focados em expressões radicais do feminismo ou em temas fracturantes que nos chegam do outro lado do oceano... enfim. Convenhamos que há coisas mais relevantes e problemas mais prementes. Será apenas mais um artefacto social, longe de ser dos mais notórios. Normal, no sentido de comum; legítimo dentro dos limites da democracia.

Trata-se de uma pulsão para a conquista de poder e recursos, como os movimentos cívicos ou outros que tais. O que implica perdas simbólicas, relativas, concretas, imaginadas... para outros grupos. O que também é normal e desejável, pois qualquer situação de assimetria somente se corrige alterando o jogo de poder. Seja um rearranjo no acesso a determinadas posições socioprofissionais, ganhos na representação mediática, no domínio legislativo... e isso causa incómodo. Como é evidente, devemos estar atentos a qualquer excesso. Devemos estar atentos a pulsões sociais cujas reivindicações ultrapassem ou de alguma conflituem com os valores humanos estabelecidos (admitindo que estes são justos). ... também me preocupa quem devota mais tempo a censurar expressões radicais de movimentos sociais do que a assinalar ou a combater, de alguma forma, as próprias situações de desigualdade. Quando alguém se mostra mais preocupado com fenómenos tipicamente norte-americanos, radicais, etc. ... do que com as formas de injustiça instituídas, sejam elas baseadas no género, na classe, na religião, ... , é de desconfiar. Em todo o caso, para terminar num tom conciliatório, devemos estar atentos às expressões da humanidade e aos perigos contidos nos movimentos humanos.
Concordo parcialmente...
A intervenção do colega é conciliatória, redonda, mas...

....não consegue, na minha opinião, confrontar a minha resposta.

Do que eu falei, esta narrativa é particularmente visível, e veiculada nos principais media actuais!
Não são movimentos tão inorgânicos ou facções quanto isso.

Repare que, partidos políticos mais radicais com essa agenda, estão na AR!

Portanto, julgo que o colega apresenta aqui uma narrativa mais benigna do que aquela que é agora a realidade, na minha opinião.

O sentido vai mais para uma crescente radicalização de normas e leis!

Por curiosidade, vi, creio que na RTP, num programa com Raquel Varela, onde se comentava se um olhar poderia ser considerado assédio ou não... E parece, segundo entendi, que no metro de Londres a polícia anda à cata de "olhadores" perigosos. 😆

Tá a ver, no meio disto, a idiotice a ganhar terreno, a fazer escola, e é cada vez mais difícil de contrariar, sem correr o risco de se ser hostilizado...

Se acrescentarmos uma sociedade hoje mais extremada, tribalista, intolerante a espaços para a moderação...
 
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Concordo parcialmente...
A intervenção do colega é conciliatória, redonda, mas...

....não consegue, na minha opinião, confrontar a minha resposta.

Do que eu falei, esta narrativa é particularmente visível, e veiculada nos principais media actuais!
Não são movimentos tão inorgânicos ou facções quanto isso.

Repare que, partidos políticos mais radicais com essa agenda, estão na AR!

Portanto, julgo que o colega apresenta aqui uma narrativa mais benigna do que aquela que é agora a realidade, na minha opinião.

O sentido vai mais para uma crescente radicalização de normas e leis!

Por curiosidade, vi, creio que na RTP, num programa com Raquel Varela, onde se comentava se um olhar poderia ser considerado assédio ou não... E parece, segundo entendi, que no metro de Londres a polícia anda à cata de "olhadores" perigosos. 😆

Tá a ver, no meio disto, a idiotice a ganhar terreno, a fazer escola, e é cada vez mais difícil de contrariar, sem correr o risco de se ser hostilizado...

Se acrescentarmos uma sociedade hoje mais extremada, tribalista, intolerante a espaços para a moderação...

Não disse que se tratavam de movimentos inorgânicos, pelo contrário, falei de organizações formais e agentes concretos associados a elites. As massas, essas sim, estão muito longe dessa visão de preponderância de expressões radicais do feminismo. A presença de parlamentares de áreas políticas particularmente bem demarcadas é também uma manifestação normal da realidade. Pessoas fortemente politizadas são um minoria. Vocal, visível, mas uma minoria. Veja-se que a maioria permanece mais ou menos informe, no centro. E as expressões mais proclamatórias de movimentos sociais, como aqueles que se associam ao BE, minguaram. Aliás, a única deputada com um discurso marcadamente na área das lutas sociais desapareceu sem deixar a mínima comoção. Pelo contrário, é o reaccionarismo que ganha terreno, com as suas expressões tradicionalistas sobre a família e a mulher, além de outras posições anacrónicas e bafientas sobre nação, raça, educação e outras coisas que tais. O que afirma não tem grande ponto de contacto com a realidade. Pelo menos não em Portugal. Seguramente não serão as posições de uma política ou figura pública sobre os temas em debate a separar as águas. Poderíamos arranjar milhentas declarações no sentido contrário, possivelmente mais até. E outras ainda razoáveis e moderadas. A maior parte, presumo, relativamente indiferentes. Mas isso também é normal, visto a implementação destas expressões, ideias, formas de estar... acontecer principalmente entre grupos fortemente arregimentados.

Mas é isso o que se observa entre a população?... Encontram-se sempre epifenómenos polémicos, casos particulares, que não são necessariamente representativos ou expressam uma tendência geral. É o que acontece em Portugal? As pessoas são presas por se olhar para mulheres? Podemos olhar para estas manifestações, sim, mas também podemos valorizar a denúncia de uma cultura de assédio enraizada em muitas esferas da sociedade. O meu olhar sobre a realidade será eventualmente mais benévolo, ou menos focado no que de negativo há nestes fenómenos, mas será também o que mais se aproxima da realidade concreta, a meu ver. Por não os sobrevalorizar e conceder que são normais no decurso da história, havendo tensões passadas, presentes e futuras seguramente muito mais relevantes e ameaçadoras. Não que me pareçe que tudo seja arbitrariamente inócuo, mas faça o exercício de ir para o café escutar as conversas de quem lá se encontra, a descobrir se essas pessoas, ou outras, implementam no seu quotidiano atitudes e acções enquadráveis numa concepção radical do feminismo. Não é por acaso que estas discussões são particularmente salientes em espaços como as redes sociais ou nos média.
 
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Não disse que se tratavam de movimentos inorgânicos, pelo contrário, falei de organizações formais e agentes concretos associados a elites. As massas, essas sim, estão muito longe dessa visão de preponderância de expressões radicais do feminismo. A presença de parlamentares de áreas políticas particularmente bem demarcadas é também uma manifestação normal da realidade. Pessoas fortemente politizadas são um minoria. Vocal, visível, mas uma minoria. Veja-se que a maioria permanece mais ou menos informe, no centro. E as expressões mais proclamatórias de movimentos sociais, como aqueles que se associam ao BE, minguaram. Aliás, a única deputada com um discurso marcadamente na área das lutas sociais desapareceu sem deixar a mínima comoção. Pelo contrário, é o reaccionarismo que ganha terreno, com as suas expressões tradicionalistas sobre a família e a mulher, além de outras posições anacrónicas e bafientas sobre nação, raça, educação e outras coisas que tais. O que afirma não tem grande ponto de contacto com a realidade. Pelo menos não em Portugal. Seguramente não serão as posições de uma política ou figura pública sobre os temas em debate a separar as águas. Poderíamos arranjar milhentas declarações no sentido contrário, possivelmente mais até. Mas isso também é normal, visto a implementação destas expressões, ideias, formas de estar... acontece principalmente entre grupos fortemente arregimentados.

Mas é isso o que se observa entre a população?... Encontram-se sempre epifenómenos polémicos, casos particulares, que não são necessariamente representativos ou expressam uma tendência geral. É o que acontece em Portugal? As pessoas são presas por se olhar para mulheres? Podemos olhar para estas manifestações, sim, mas também podemos valorizar a denúncia de uma cultura de assédio enraizada em muitas esferas da sociedade. O meu olhar sobre a realidade será eventualmente mais benévolo, ou menos focado no que de negativo há nestes fenómenos, mas será também o que mais se aproxima da realidade concreta, a meu ver. Por não os sobrevalorizar e conceder que são normais no decurso da história, havendo tensões passadas, presentes e futuras seguramente muito mais relevantes e ameaçadoras. Não que me parece que tudo seja arbitrariamente inócuo, mas faça o exercício de ir para o café escutar as conversas de quem lá se encontra, a descobrir se essas pessoas, ou outras, implementam no seu quotidiano atitudes e acções enquadráveis numa concepção radical do feminismo. Não é por acaso que estas discussões são particularmente salientes em espaços como as redes sociais ou nos média.
Não é essa a minha visão... Se bem que, seja uma visão que se foca num futuro próximo (para mim) mais previsível.
Bem, concordemos em discordar! 😁
 

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Não é essa a minha visão... Se bem que, seja uma visão que se foca num futuro próximo (para mim) mais previsível.
Bem, concordemos em discordar! 😁
Mas veja o que aconteceu a agentes políticos que desistiram de fazer política para o cidadão comum e entrincheiraram-se em discursos de nicho. O nosso saudoso Chicão, que decidiu tergiversar sobre a tenebrosa ideologia de género. Ficou apeado. Porque há alguém que melhor capta esses interesses temáticos e outros mais abrangentes. O mercado da ideologia pura e dura e dos temas fracturantes é exíguo. A não menos saudosa Joacine seguiu-lhe o caminho. Nós podemos estar aqui em amena cavaqueira sobre estas questões, mas garanto-lhe que o cidadão comum prefere receber um videozito com gatinhos fofinhos, saltitantes e felizes, do que as mais recentes actualizações do caso Depp-Heard, ou dos caminhos do feminismo radical, das casas de banho para pessoas transgénero, de conceitos muito específicos sobre racismo, misoginia... e, até certa medida, diria que ainda bem que assim é.
 
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BSilva

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Mas veja o que aconteceu a agentes políticos que desistiram de fazer política para o cidadão comum e entrincheiraram-se em discursos de nicho. O nosso saudoso Chicão, que decidiu tergiversar sobre a tenebrosa ideologia de género. Ficou apeado. Porque há alguém que melhor capta esses interesses temáticos e outros mais abrangentes. O mercado da ideologia pura e dura e dos temas fracturantes é exíguo. A não menos saudosa Joacine seguiu-lhe o caminho. Nós podemos estar aqui em amena cavaqueira sobre estas questões, mas garanto-lhe que o cidadão comum prefere receber um videozito com gatinhos fofinhos, saltitantes e felizes, do que as mais recentes actualizações do caso Depp-Heard, ou dos caminhos do feminismo radical, das casas de banho para pessoas transgénero, de conceitos muito específicos sobre racismo, misoginia... e, até certa medida, diria que ainda bem que assim é.
"...cidadão comum prefere receber um videozito com gatinhos fofinhos, saltitantes e felizes,..."
Eu não! Não suporto "fofuras", colega.
Quanto à joacine, já foi tarde. E que não volte mais! 😁
 

bertobrb

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@BSilva Não iria por aí, sabendo dos excessos cometidos por qualquer movimento social. Parece-me uma imagem muito associada a fenómenos particulares, mais relacionados com organizações e outros agentes que actuam na área e integram posições entre o polémico e o radical (pois de facto há correntes do género), do que com a defesa generalizada das mulheres, dos seus direitos e valor, sentimento esse de grande escala, felizmente já enraizado nas nossas sociedades. Devemos compreender que o feminismo vive para lá das organizações feministas que possam, de alguma forma, manifestar posições radicais, estando presente nos imaginários, nas atitudes, nos comportamentos e nos valores de homens e mulheres que compõe o próprio tecido social, e que se tornaram conscientes da posição subalterna das mulheres e das expressões de discriminação existentes. E sem dúvida que, para isso, as organizações feministas, mesmo as de tendência radical, desempenharam e despenham um papel significativo. Nas suas lutas históricas, nos valores defendidos, nos temas que inscreveram nos debates nacionais...

As pessoas podem ter, no quotidiano, preocupações laborais, típicas dos movimentos políticos marxistas, comunistas... e nem por isso pertencerem a partidos desse espectro ou a organizações sindicais. Poderão ter preocupações sociais sem se afiliarem a um partido de âmbito social, socialista, social-democrático, ... . Acaso julgarão que a maioria das mulheres e dos homens que assumem valores feministas concordam com as expressões mais extremadas, formais, elitizadas do movimento... ? O radicalismo é uma característica comum a muitos movimentos reivindicativos do género, é um fenómeno normal. Hoje expressa-se no espaço mediático, no confronto ideológico, na batalha argumentativa, na tentativa de influência dos valores... tempos houve em que a busca de poder para determinado grupo de pessoas conduzia a atrocidades muito pouco democráticas. Portanto não é coisa que me faça ou nos deva fazer perder o sono.

O ser humano derrubou poderes autocráticos, as suas (algumas... ) sociedades tornaram-se seculares, democráticas, industrializaram-se, urbanizaram-se, terceirizaram-se, profundas convulsões ocorreram no domínio dos valores e dos costumes... para estarmos agora focados em expressões radicais do feminismo ou em temas fracturantes que nos chegam do outro lado do oceano... enfim. Convenhamos que há coisas mais relevantes e problemas mais prementes. Será apenas mais um artefacto social, longe de ser dos mais notórios. Normal, no sentido de comum; legítimo dentro dos limites da democracia.

Trata-se de uma pulsão para a conquista de poder e recursos, como os movimentos cívicos ou outros que tais. O que implica perdas simbólicas, relativas, concretas, imaginadas... para outros grupos. O que também é normal e desejável, pois qualquer situação de assimetria somente se corrige alterando o jogo de poder. Seja um rearranjo no acesso a determinadas posições socioprofissionais, ganhos na representação mediática, no domínio legislativo... e isso causa incómodo. Como é evidente, devemos estar atentos a qualquer excesso. Devemos estar atentos a pulsões sociais cujas reivindicações ultrapassem ou de alguma conflituem com os valores humanos estabelecidos (admitindo que estes são justos). ... também me preocupa quem devota mais tempo a censurar expressões radicais de movimentos sociais do que a assinalar ou a combater, de alguma forma, as próprias situações de desigualdade. Quando alguém se mostra mais preocupado com fenómenos tipicamente norte-americanos, radicais, etc. ... do que com as formas de injustiça instituídas, sejam elas baseadas no género, na classe, na religião, ... , é de desconfiar. Em todo o caso, para terminar num tom conciliatório, devemos estar atentos às expressões da humanidade e aos perigos contidos nos movimentos humanos.
Excelente, como sempre.
 

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"...cidadão comum prefere receber um videozito com gatinhos fofinhos, saltitantes e felizes,..."
Eu não! Não suporto "fofuras", colega.
Quanto à joacine, já foi tarde. E que não volte mais! 😁
Ora, tem de experimentar ver um vídeo de um gatinho a surfar. Tem um charme indefinível. Talvez seja a parte da biologia, como dizia o outro colega.
 
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Edgar Siska

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Não disse que se tratavam de movimentos inorgânicos, pelo contrário, falei de organizações formais e agentes concretos associados a elites. As massas, essas sim, estão muito longe dessa visão de preponderância de expressões radicais do feminismo.
Isso explica porque esse tipo de radicalizações se torna importante e maioritária nos meios de comunicação, enquanto nas mentes das pessoas, na maioria, e como tu ou eu, visualizamos o feminismo e outras causas como aquilo que devem ser, uma luta social, uma busca por uma sociedade mais equilibrada.
Mas as massas não são inertes nem são permanentemente imunes às pressões do que vem de cima.
Sobre o reacionarismo, que vemos também representado politicamente nos últimos anos, não é mais do que um extremar de posições depois da prevalência do discurso anterior num universo menor, e populismo puro na maioria, uma forma de apelar ao conforto e saudosismo de alguns com o mesmo objetivo do seu oposto, notoriedade, poder, um lugar ao sol.
Em Portugal ainda são questões menores, e, na minha perspectiva optimista depois de o discurso extremado das causas ter atingido um tecto, diminuido e começado a atingir uma fase plateau o mesmo acontecerá ao discurso extremado ultra-conservador e anacrónico. Atingiu o seu pico máximo de crescimento na nossa realidade interna. Felizmente estamos num país de gente moderada na sua larga maioria.

Infelizmente não é uma realidade na escala global, onde há sociedades que "comem as tigelas" extremistas como ninguém. Ora comem o que as elites lhes vendem, todas as loucuras aceitáveis em nome de uma realidade fantasiada, ou de senhores poderosos que lhes prometem o retorno aos "good old times".

O meu medo é o nosso vício provinciano de importar tudo o que os outros têm de pior.
Não gostaria de ter uma sociedade fraturada. Nem faz sentido.
O sentido devia ser a comunhão humana cada vez mais. Isso sim é progredir com sentido.

Por outro lado como disse, a nossa sociedade a portuguesa é de "brandos costumes", sempre num espectro central (eu sou um exemplo disso tenho posições conciliadoras embora tenha ideias fortes em relação a certos assuntos), e isso pode nos por a salvo de qualquer espécie de guerra cultural.
 
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C

Campeões de Tudo

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É só espancar a mulher fora de casa e deixa de ser violência doméstica. Problema resolvido.

Brincadeirinha.
 
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Braveheart

Bancada central
24 Outubro 2014
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Amber Heard não tem como pagar 14 milhões de euros a Johnny Depp

A atriz vai recorrer da sentença que a condenou a pagar uma indemnização por difamação ao ex-marido

Após ter sido dado como culpada do crime de difamação, Amber Heard irá recorrer da sentença do julgamento que a opôs a Johnny Depp.
A atriz foi condenada a pagar uma indemnização no valor de 14 milhões de euros a Depp, mas a sua advogada, Elaine Bredehoft, alegou ao programa "Today Show" que Amber Heard não tem dinheiro para o fazer.
Segundo a advogada, o júri deixou-se levar pelas "redes sociais". "Tivemos uma pausa de dez dias durante o julgamento. [Os elementos do júri] Iam para casa todas as noites, tinham famílias, as famílias estão nas redes sociais. Não há como não terem sido influenciados por isso".
Bredehoft comparou, ainda, o julgamento a "um circo romano". "Fui contra a colocação de câmaras dentro da sala do tribunal. Transformaram o julgamento num jardim zoológico", disse.
A sentença foi proferida na passada quarta-feira, e determinou que ambos os atores fossem condenados por difamação. Johnny Depp também terá que pagar uma indemnização a Amber Heard, no valor de quase 2 milhões de euros.
 

LR

Tribuna Presidencial
3 Julho 2017
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Lisboa
Não sei bem em que tópico colocar este desabafo, mas penso que este seja o indicado...
Que raiva, de ver pessoas a maltratar, magoar e até assassinar pobres crianças indefesas.
No mundo há vários casos acontecer diariamente...infelizmente.
Este caso da pequena Jéssica, que faleceu nestes dias em Setúbal.
Como é possível alguém conseguir maltratar uma criança? Como?
Há coisas que me custam aceitar, mesmo não conhecendo as pessoas, mas como pai, como ser humano...custa-me muito ver casos destes.
Porque as crianças tem que estar a levar com os problemas dos adultos? Porque os adultos descontam nos pequenos?
FDX!
Mas o ser humano está assim tão cego que já não diferencia o que é correcto ou o que é errado? Uma criança!!!
Uma tristeza, uma criança inocente que nasce num meio destes e sem culpa, perde a vida...sem explicaçao.

Um aparte, mas a merda da ERC não devia regular a CS??? Constantemente vemos pouca isenção, pouco rigor, abusos na liberdade do cidadão, por esse canal. Ninguém os põe no lugar?
Fazem planos próximos, da confusão entre familiares no velório da pequena, repetem a cena, relatam o estado e a imagem da criança no caixão. Tudo tem limites.
 

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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Não sei bem em que tópico colocar este desabafo, mas penso que este seja o indicado...
Que raiva, de ver pessoas a maltratar, magoar e até assassinar pobres crianças indefesas.
No mundo há vários casos acontecer diariamente...infelizmente.
Este caso da pequena Jéssica, que faleceu nestes dias em Setúbal.
Como é possível alguém conseguir maltratar uma criança? Como?
Há coisas que me custam aceitar, mesmo não conhecendo as pessoas, mas como pai, como ser humano...custa-me muito ver casos destes.
Porque as crianças tem que estar a levar com os problemas dos adultos? Porque os adultos descontam nos pequenos?
FDX!
Mas o ser humano está assim tão cego que já não diferencia o que é correcto ou o que é errado? Uma criança!!!
Uma tristeza, uma criança inocente que nasce num meio destes e sem culpa, perde a vida...sem explicaçao.

Um aparte, mas a merda da ERC não devia regular a CS??? Constantemente vemos pouca isenção, pouco rigor, abusos na liberdade do cidadão, por esse canal. Ninguém os põe no lugar?
Fazem planos próximos, da confusão entre familiares no velório da pequena, repetem a cena, relatam o estado e a imagem da criança no caixão. Tudo tem limites.
Sendo um dado adquirido o lamento pela morte da criança e toda a situação, sublinha-se a última parte. Hoje temos canais de televisão a fazer directos de velórios. Inacreditável.
 

sangueazul

O Porto precisa de uma revolução
12 Julho 2016
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Não sei bem em que tópico colocar este desabafo, mas penso que este seja o indicado...
Que raiva, de ver pessoas a maltratar, magoar e até assassinar pobres crianças indefesas.
No mundo há vários casos acontecer diariamente...infelizmente.
Este caso da pequena Jéssica, que faleceu nestes dias em Setúbal.
Como é possível alguém conseguir maltratar uma criança? Como?
Há coisas que me custam aceitar, mesmo não conhecendo as pessoas, mas como pai, como ser humano...custa-me muito ver casos destes.
Porque as crianças tem que estar a levar com os problemas dos adultos? Porque os adultos descontam nos pequenos?
FDX!
Mas o ser humano está assim tão cego que já não diferencia o que é correcto ou o que é errado? Uma criança!!!
Uma tristeza, uma criança inocente que nasce num meio destes e sem culpa, perde a vida...sem explicaçao.

Um aparte, mas a merda da ERC não devia regular a CS??? Constantemente vemos pouca isenção, pouco rigor, abusos na liberdade do cidadão, por esse canal. Ninguém os põe no lugar?
Fazem planos próximos, da confusão entre familiares no velório da pequena, repetem a cena, relatam o estado e a imagem da criança no caixão. Tudo tem limites.
Mentes doentes, familias destruturadas, em meios sociais com diversos niveis de precariedade são uma combinação terrível.
A CS já há muito wue na maior parte dos casos, trocou a informação pelo espetáculo.
 
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