Não creio que a questão de fundo se resolva com alguém da direção a vir a terreiro constantemente, ainda para mais a seguir ao caldo estar entornado. O Baía falou, ou melhor, deu sinais de vida pela primeira vez depois do jogo com o Belenenses e, logo a seguir, fomos roubados em Braga; o presidente falou a seguir ao jogo da taça, também em Braga, e as coisas estão como estão. Pode criticar-se, ou não, o estilo e a frequência, mas factualmente nada de prático saiu de declarações mais ou menos veementes. Talvez o grupo de trabalho devesse estar mais protegido, sim, talvez fosse mais útil falar antes, quando as nomeações dos árbitros são conhecidas, mas os roubos continuariam na mesma.
Volvidos quatro anos desde a denúncia dos e-mails e de tudo o que isso despontou, o futebol português está igualzinho na sua estrutura e nos seus meandros. O que mudou foi a percepção pública da coisa, a certeza comprovada de que por trás de todas aquelas aberrações que víamos, e vemos, está um esquema criado e controlado pelo clube do regime. E esse desmascarar da podridão à frente de todos é inestimável, mas falta mudar a mentalidade interna do futebol e o seu modus operandi. Se os processos andassem para a frente e houvesse condenações, até acredito que isso aconteceria muito mais rápido. Assim concedo que demore algum tempo, mas isto já é tempo demais, pelo menos para mim.
Quatro anos, quatro anos e continua tudo igual. Pelo meio, dois campeonatos ganhos. Obrigado, Sérgio.