O FC Porto teve Ricardo Pereira, teve Diogo Dalot, teve/tem Tomás Esteves. A gestão da posição de lateral direito é fácil, mas o FC Porto decidiu vender o Ricardo Pereira e o Diogo Dalot ao mesmo tempo. Sim, decidiu vender, não foi o Diogo Dalot que não quis renovar e quis sair, até porque o FC Porto sempre contou com a venda do Diogo Dalot para acertar as contas.
O Ricardo Pereira estava em final de contrato e acabou por sair em saldos, foi uma verdadeira pechincha para o Leicester e logo a seguir o Dalot foi para Manchester. A gestão era simples, o Dalot já tinha demonstrado na equipa principal que estava perfeitamente apto e preparado para ser titular, desenrascou a lateral esquerdo com toda a personalidade quando foi necessário, estava pronto para assumir, mas o negócio já estava preparado, porque no FC Porto havia que fazer um esforço para manter Herrera, Brahimi, Marega, Otávio, jogadores que saíram e vão sair a custo zero.
É fácil queixarmo-nos que não há lateral direito, mas neste lote de adeptos há quem não tem problemas em apoiar este tipo de gestão que existe no FC Porto, com a desculpa de que é impossível ganhar títulos e apostar na formação ao mesmo tempo.
O que é que o André Silva, que é um dos melhores marcadores da Bundesliga numa equipa do meio da tabela, poderia estar a fazer no FC Porto se a sua evolução não tivesse sido interrompida durante 2 anos e meio após uma venda que o prejudicou e na qual o FC Porto acabou por encaixar pouco mais de 50% da transferência e com o resto a ser distribuído por terceiros? Quanto não valeria hoje o André?
Quanto é que valeria o Rúben Neves hoje se não tivesse sido vendido a saldos num negócio absolutamente ruinoso para o Wolves?
Porque é que continuamos a enterrar milhões de € em jogadores que não acrescentaram absolutamente nada ao FC Porto? Janko, Saravia, João Pedro, Loum, Waris, Fernando Andrade, Nakajima, Paulinho, Ewerton, Osório, Zé Luís, o regresso de Marcano, etc.
O FC Porto teve a oportunidade para fazer uma gestão correcta dos recursos, ou seja, canalizar o dinheiro disponível para transferências em jogadores com capacidade para chegar e entrar no 11 e fazer uma aposta coerente dando a oportunidade a 1/2 miúdos de serem titulares apoiados num 11 com uma base forte e ir dando bastante tempo de jogo a outros. O FC Porto tem feito uma aposta muito diferente, não há qualquer tipo de estratégia desportiva e financeira, o dia de amanhã não interessa, o importante é empurrar os problemas com barriga e adiá-los para amanhã.
O Diogo Leite só tem tido continuidade por causa das lesões do Pepe e do Mbemba, e só está à frente do Sarr, porque este último está emprestado e teve jogos com um rendimento muito baixo, porque é bom relembrar que o Sarr chegou a estar à frente do Diogo Leite na hierarquia. O Fábio Vieira é titular num jogo, sai na primeira parte, fica 10 jogos sem jogar, depois é titular noutro jogo, fica 8 sem jogar, entra a 15 minutos do fim noutro jogo, fica mais 8 jogos sem jogar, entra a 5 minutos do fim de outro jogo e fica mais 6 jogos sem jogar. Isto não é gestão nenhuma, por muitas milongas que nos contem. Isto tira confiança aos miúdos, coloca-lhes uma pressão que muitos dos titulares não têm, até porque há jogos em que têm uma atitude e um desempenho ridículo e são intocáveis.
Depois dos laterais direitos, vamos falar de centrais. Temos Pepe, Mbemba, Diogo Leite, Sarr (emprestado), Diogo Queirós (50%), Jorge Fernandes (50%) e já se fala na contratação de centrais... daqui por 5 anos vamos olhar para trás e pensar, como é que não aproveitamos o que tínhamos e fomos gastar 20M€ em 4 centrais de qualidade duvidosa...