O KKK não pode ameaçar impunemente, isso é ilegal nos EUA, e já agora existe dentro mesmo enquadramento legal que a Antifa, portanto é uma situação que a ser resolvida teria que ser para ambos os lados, e isto acontece porque organizações deste género nos EUA sem estruturas hierárquicas bem definidas não são todas assumidas como o mesmo só porque entendem se chamar pelo mesmo nome, são vistas como células independentes da mesma ideologia, e mesmo que uma faça algo que se assemelhe a criminalidade apenas a célula que o faz é responsabilizada.
Quanto às milicias armadas, essa é uma questão que pode ou não ter a ver com racismo, por exemplo nos EUA a maioria da comunidade negra é a favor do porte de armas, e mesmo a maioria dos brancos que possui armas é apenas ou por uma questão de segurança pessoal ou porque acha piada e vê as mesmas como um brinquedo, e mesmo que isso seja disparatado é algo que foi democraticamente aceite no seu país, depois existe uma minoria que são os milicianos, mas essas personagens vivem quase todos em ambientes rurais onde se isolam e só vão a manifestações com a arma porque sabem que isso incomoda os media liberais.
Mas os próprios milicianos são criaturas estranhas, existe sem dúvida racismo pelo meio em muitos casos, mas se eu tivesse que apontar aquilo que mais os define é uma espécie de receio que o estado se transforme num regime totalitário, e uma ideia de que se tiverem todos bem armados isso nunca acontecerá porque implicará forte resistência por parte deles, podem existir algumas milicias focadas na questão racial mas a maioria é mais dentro do que referi.
Quanto à alt-right, eu nunca percebi muito bem como se define essa alt-right, parece-me um termo amplo que mete muita coisa no mesmo saco, mas não sei se verdadeiramente estão a crescer, eu acho que é mais por serem muito activos na internet que dão essa impressão, mas a maioria são trolls de direita reaccionária e só em alguns casos grupos verdadeiramente supremacistas, eu creio que é um fenomeno algo empolado pelos media quando o Trump foi eleito, e convém lembrar que isso é gente de todo o mundo e não só dos EUA.
Quanto aos supremacistas brancos mais especificamente, existem algumas organizações sem dúvida, embora e isso seja público a adesão aos mesmos tem vindo a diminuir nas últimas décadas, e a maior parte dos que são verdadeiramente perigosos radicalizam-se mais em fóruns obscuros da internet do que fazendo parte desses grupos, e de vez em quando um deles perde o pouco juizo que tem e decide se lançar num ataque terrorista doméstico, exactamente porque não estando em organizações formais que são acompanhadas pelas autoridades, fica muito complicado acompanhar o seu processo de radicalização.
Resumindo, eu não concordo que isso não se discuta na sociedade americana, aliás durante muito tempo e nos media americanas foi muito mais isso que se discutiu do que a extrema esquerda que eram vistos (e ainda são) como apenas uns putos bem intencionados, o que de certa forma se acentuou com o Trump, eu penso que tu estás a confundir a discussão das redes sociais com o que os media realmente discutem, e se isso se discute mais nas redes sociais é exactamente porque os media evitam essa discussão.