“É uma competição que queremos muito ganhar”
Vítor Bruno antevê o FC Porto-Sporting, da meia-final da Taça da Liga (terça-feira, 19h45)
A meia-final da Taça da Liga leva o FC Porto até Leiria para defrontar o Sporting a partir das 19h45 desta terça-feira (SIC). Na antecâmara do clássico que “vai exigir estar a um nível muito alto”, Vítor Bruno revela que “a expectativa é a mesma de sempre” e que o objetivo passa por “ganhar para estar na final”. “São jogos com um cariz muito próprio”, explica o técnico preparado para defrontar “um Sporting à imagem do seu treinador” e seguro de que “em 96 horas é perfeitamente possível recuperar a fadiga dos jogadores”.
“Queremos muito jogar e ganhar, sabemos que vai ser difícil, para o Sporting também será difícil, vão olhar para nós com total respeito como nós também olhamos para o lado de lá, temos de ir a jogo com tudo. Neste tipo de jogos não chega o talento, é preciso compromisso”, acrescenta o timoneiro para quem “um clássico eleva sempre o jogo para outro patamar de intensidade, de um lado emocional muito patente, são duas equipas fortes que gostam de se bater uma com a outra e que se conhecem bem”.
O único desígnio
“A expectativa é a mesma de sempre num clube como o FC Porto. É uma competição que queremos muito ganhar, é um objetivo da época, que surge num momento em que a equipa está numa boa fase. Eu gosto muito que a equipa seja desconfiada e que não embarque em demasia naquilo que tem sido conseguido recentemente, olhando com respeito e humildade para um adversário que é forte, que já defrontámos este ano, ainda que em circunstâncias diferentes, com outro treinador agora, mas que vai exigir estar a um nível muito alto amanhã. É um objetivo da época, um jogo a eliminar, teremos de o ganhar para estar na final e é isso que nós queremos.”
Um capitão de regresso
“O Marcano já está connosco há algum tempo, não sempre com total aptidão no treino, mas tem-nos acompanhado, estado no estágio, é uma voz muito influente no balneário, cujas intervenções acrescentam sempre valor e que é muito ouvido lá dentro. Está clinicamente apto e já pode contribuir sem qualquer reserva.”
Raio-X ao leão
“Fizemos a nossa análise olhando para os jogos do Sporting contra o Benfica e em Guimarães e mesmo o nosso jogo em Guimarães, quando o Rui Borges treinava o Vitória. Há muitas semelhanças, vários desenhos que se conseguem encontrar nas duas equipas, até há desenhos que se mantêm do tempo do Sporting do João Pereira e do Ruben Amorim, depois alguns posicionamentos ligeiramente diferentes dentro de uma estrutura similar. Procurámos antecipar cenários, mas do que vimos nos jogos contra o Benfica e o Vitória não houve grande diferença de comportamentos. Num jogo sofreram mais golos, no outro não, houve momentos em que estiveram por cima do jogo, outros em que estiveram por baixo, mas isso faz parte do nosso trabalho e temos de perceber como é que o Rui olha para as suas equipas e perceber que não há muita diferença entre o passado recente e o que está a tentar levar para o Sporting. Esperamos um Sporting à imagem do seu treinador.”
Calendário preenchido
“Estamos a jogar ao quarto dia, se fosse ao terceiro dia podia haver alguma vantagem por não termos jogado na Madeira, mas estes jogos são muito levados para o lado emocional. São jogos com um cariz muito próprio, estamos a falar de um clássico onde as equipas fazem emergir os níveis competitivos a alta escala e a fadiga acumulada acaba por se dissipar pelo contexto do jogo em si. Jogámos apenas 15 minutos no relógio, mas dos 15 só jogamos seis ou sete. A angústia de saber se vínhamos, perceber se íamos apanhar o avião de regresso, fazer a viagem e chegar aqui tarde, tudo isso acaba por não ser simpático para nós e não queríamos que isso acontecesse. Sinceramente acho que não há vantagem da nossa parte, assim como não há vantagem do lado do Sporting, estamos a jogar ao quarto dia e em 96 horas é perfeitamente possível recuperar a fadiga dos jogadores.”
Análise detalhada
“Fazemos sempre o mesmo para qualquer adversário, com uma base de dados que incluiu sete ou oito jogos de cada um, e procuramos equipas que possam ter relação com a nossa para percebermos o comportamento do adversário. Fizemos o mesmo com o Sporting do Rui Borges para saber se haveria uma grande diferença em relação ao Vitória. Estamos a falar de plantéis diferentes e de jogadores muito capazes, olhámos para o coletivo para perceber como é que o adversário se estrutura a defender e a atacar.”
FC Porto, Sporting, Benfica e SC Braga
“Se perguntar a qualquer um dos quatro treinadores na Final Four, qualquer um quer ganhar, mas só um vai ganhar, e os restantes não ficam com o resto da época hipotecado. A época faz-se de fazeres e refazeres constantes, infelizmente no nosso meio a derrota pode estar presente, a vitória e o empate também estão presentes. Temos de ter mecanismos para lidar com as adversidades e esses mecanismos podem gerar sucesso se olharmos para eles da maneira certa. Queremos muito jogar e ganhar amanhã, sabemos que vai ser difícil, para o Sporting também será difícil, vão olhar para nós com total respeito como nós também olhamos para o lado de lá, temos de ir a jogo com tudo. Neste tipo de jogos não chega o talento, é preciso compromisso.”
Ainda a Supertaça
“No final da carreira acho que cada treinador olha para trás e revê o palmarés individual, quantos títulos tem… eu percebo esse lado materialista para capitalizar o que vamos conquistando ao longo do tempo, mas sou uma pessoa muito emocional, de relações e de vínculos. No futebol não devemos desprezar esse fator, porque é isso que fica, mas títulos são sempre títulos. Eu não preciso nem me quero impor de forma autoritária, quero que seja de forma natural e que as pessoas olhem para mim como uma referência que lidera pela competência, pela transparência e pela lealdade com os jogadores. Eles percebem isso de forma natural.”
Outro troféu em jogo
“É importante. Está um título em disputa e o FC Porto tem de querer ganhá-lo.”
Os alicerces do sucesso
“Os adeptos agarram-se muito aos resultados, porque é aquilo que é visível e palpável, aquilo que é possível extrair do que é feito porque ninguém vê o nosso dia a dia no Olival, mas para mim o nosso dia a dia é o mais importante, é a base de tudo aquilo que conseguimos alcançar. O trabalho tem de ser construído de forma progressiva, sustentada e bem feita, com ideias concretas do que queremos. A Taça da Liga aparece num contexto diferente, com um formato diferente, com um caminho muito mais curto até chegar à final. Fizemos um jogo e estamos na Final Four, temos um jogo amanhã que nos pode levar à final. Não me parece que o Sporting venha mais fragilizado por ter empatado em Guimarães, assim como não me parece que seja um vencedor antecipado por estar em primeiro lugar no campeonato, nem que nós tenhamos vantagem por termos um jogo em atraso. É uma competição muito especial, muito própria, com um formato muito peculiar, com dois jogos podemos conquistar um título se ganharmos a final. Olhamos para isto dessa forma, é um clássico e um clássico eleva sempre o jogo para outro patamar de intensidade, de um lado emocional muito patente, são duas equipas fortes que gostam de se bater uma com a outra e que se conhecem bem.”
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