Concordemos em discordar, mas é inegável que sim, houve evolução no ataque, mas o setor defensivo está numa situação alarmante.
A verdade é que, se conseguíssemos resolver os problemas defensivos, a equipa daria um salto qualitativo imediato. Uma defesa bem organizada é a base de qualquer equipa competitiva e é também o primeiro passo para criar consistência em campo. Neste momento, a nossa linha defensiva sofre com posicionamentos errados, faltas de coordenação entre os setores e falhas básicas na marcação e na reação ao adversário. Estes erros repetem-se, o que permite aos adversários explorar os nossos pontos fracos de forma recorrente e, pior ainda, desgasta psicologicamente a equipa, que acaba por jogar constantemente sob pressão.
Ao corrigir estas deficiências defensivas, não só evitaríamos muitos dos golos que temos sofrido, como também permitiríamos à equipa crescer noutros aspetos do jogo. Uma defesa sólida dá segurança a todo o plantel e permite que os jogadores se concentrem nas suas funções sem receios constantes de contra-ataques ou erros fatais. A partir daí, haveria espaço para consolidar outros processos, como a construção a partir de trás, a pressão organizada no meio-campo e as combinações ofensivas com maior liberdade e criatividade.
Melhorar a defesa criaria também oportunidades para evoluir o nosso jogo de transição e a pressão sem bola, aspetos em que a equipa ainda revela falhas significativas. Estes processos defensivos bem trabalhados libertam o ataque, que, sem a pressão de compensar a fragilidade atrás, pode focar-se em otimizar finalizações, movimentos de rotura e combinações no último terço.
Se conseguirmos estruturar a defesa, podemos usar o tempo e a confiança que isso traria para crescer nas outras dimensões do jogo. Poderíamos construir uma equipa mais sólida e, finalmente, mais equilibrada.