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MEMÓRIAS FOTOGRÁFICAS DE TÓQUIO 87
Masahide Tomikoshi captou como poucos o espírito de um jogo inesquecível
13 de dezembro de 1987. Pouco mais de meio ano depois da histórica final de Viena, o FC Porto entra em campo no Estádio Nacional de Tóquio para tentar novo feito: era chegada a altura de disputar a Taça Intercontinental e decidir quem seria o campeão do mundo naquele ano. O adversário era o histórico uruguaio Peñarol. O cenário...inesquecível.
Um enorme nevão abateu-se sobre a capital japonesa e colocou em sérios riscos a realização da partida. O Peñarol, por exemplo, fez o possível para que não houvesse jogo e o FC Porto, através do Presidente Pinto da Costa, reagiu convictamente: se os uruguaios não queriam jogar, o FC Porto fazia questão que a bola rolasse mesmo.
E rolou. Pouco, porque as condições do terreno, claro está, não eram as melhores. Mas o jogo fez-se e o FC Porto, para mostrar determinação, entrou em campo de manga curta. O futebol teve de ser muito mais prático do que bonito. De qualquer forma, o resultado final foi aquele que todos sabem: 2-1, com golos de Gomes e Madjer, e, pela primeira vez, campeões do mundo.
Algures junto ao relvado nesse dia que ainda recentemente foi recordado por Fernando Gomes e Lima Pereira, os homens que levantaram as Taças, estava Masahide Tomikoshi. Um fotógrafo japonês que 30 anos depois colocou nas suas redes sociais fotos que mostram, como poucas, a magia inesquecível daquele jogo.
Era um dia de muita neve em Tóquio. Nunca na minha vida tinha visto coisa assim, nunca tinha coberto um jogo de futebol com um tempo daqueles, com neve a cair incessantemente, conta Tomikoshi ao Portal Oficial do FC Porto.
Admitindo conhecer pouco da equipa do FC Porto, ficou, contudo, conquistado. Não conhecia nada, tenho de ser sincero, mas admirei a forma como se apresentaram. Jogaram um futebol muito bom e, sobretudo, inteligente naquelas condições, recordou.
Durante o jogo, Masahide Tomikoshi praticamente não se moveu. Não me conseguia mexer. Fiquei ali a tirar fotos o jogo todo. O FC Porto adaptou-se melhor à neve, mudaram o seu estilo de jogo e parecia que vinham de um país nórdico, habituados à neve, continuou.
Tomikoshi cobriu várias finais da Taça Intercontinental no Japão, além do Mundial 2002. Não esteve em Yokohama, em 2004, para ver o FC Porto sagrar-se campeão do mundo pela segunda vez, mas não esqueceu o clube e aquela final.
Das fotos que tirou, tem uma preferida: A do guarda-redes a agarrar a bola praticamente deitado na neve. Não se recorda no nome, mas referia-se a Mlynarczkyk, o polaco guardião das redes portistas nas primeiras conquistas internacionais.
A galeria disponibilizada por Masahide Tomikoshi ao FC Porto tem imagens incríveis. Recorde um jogo inesquecível pela lente do japonês que não mais esqueceu o clube do dragão.