«Isto é arroz, arroz e arroz, mas eu quero resumir o arroz aos factos»
Antes de um intervalo nesta 22.ª sessão, foi o advogado de Hugo Loureiro, também conhecido por 'Fanfas', a apresentar as alegações:
"Isto é arroz, arroz, arroz e arroz, mas eu quero resumir o arroz aos factos. 1.ª situação: Além de Vítor Catão não estava presente mais nenhum dos arguidos quando ele interpelou os órgãos de comunicação social; 2.ª situação: agressões na bancada norte, onde o meu constituinte está envolvido; 3.ª situação, agressões ao assistente Henrique Ramos que vieram a decretar o encerramento da AG."
"Não vou dizer muito mais do que os meus colegas já disseram, mas vou dar a minha opinião. No meu entendimento este processo é uma manta de retalhos que o MP andou a montar para construir uma fábula. Porquê? Porque isto andou aqui em ziguezague. No 1.º interrogatório havia uma testemunha que era membro do FC Porto e andou a montar tudo, mas no processo não consta nada dessa prova. Se o MP achava que essa pessoa é o autor moral do plano porque não teve a coragem de ir buscar prova a essa pessoa?"
"Henrique Ramos quando foi prestar declarações disse 'ouvi dizer um tal plano do Madureira através do Saul'. Isto serviu para ir à pesca de prova e foram à procura de mensagens. Esta gente não ouviu o diretor de segurança do FC Porto, nem o presidente da mesa da AG na descoberta da verdade? Era a função do MP. Neste processo, recorrendo a uma analogia, o MP parece daqueles casais em que uma parte comete infidelidades e a parte que está apaixonada é avisada pelas amigas, mas não quer ver. A figura do MP foi precisamente essa. Não foi imparcial, nem quis saber o que a outra parte pensava. Tomou uma posição e não foi em descoberta da verdade."
"Ontem mais surpreendido quando ouvi os pedidos de penas de prisão para seis arguidos. No que ao meu arguido diz respeito estou à vontade para dizer. Eu acho que ele bateu, ele continua a dizer que não bateu, eu queria que falasse, ele não quer falar. Entre o mata, diz e disse, vai ser provado que bateu. O que mais me choca não é pedir penas de prisão, mas é a forma como isto foi conduzido para chegar aqui. Se não houvesse o argumento da co-atuoria, o José Dias, o Fernando Saul e o Fábio Sousa, que foi substituído à pressão. Há o 12º jogador, tinham de ser 12 arguidos. Não deviam cá estar."
"Jamaica, além de ser grande, não há um facto a dizer que bateu, coagiu ou agrediu em alguém. Relativamente ao suposto plano, não tenho dúvidas que efectivamente ele não existiu. Qual era o móbil? O MP entendeu que era a aprovação dos estatutos. Aquela AG nunca esteve em causa a aprovação dos estatutos, foi como Madureira disse, aquilo eram as primárias, serviu para os dois blocos medirem forças. Foi uma questão eleitoral que esteve subjacente, nada mais. A alteração dos estatutos não traria nenhum benefício aos SD. Envolver tudo isto num fenómeno desportivo é ir muito além da lei."
"O Hugo Loureiro sabe que vai ser condenado desde que lhe foi apreendida a arma. Uma questão prejudicial para o meu cliente, as imagens CCTV, a câmara foi movida, mas o MP não constituiu o operador da câmara como arguido. O arguido apresenta um enquadramento familiar estável, está dispensado do julgamento porque está a trabalhar e o seu rendimento é a única forma de sustento da família. A juíza tendo isso em consideração não o devia privar da liberdade."