Finalmente algum bom futebol por parte da selecção. E que bem tem jogado sem Ronaldo, que, para o bem e para o mal, monopoliza o ataque e transforma a equipa. Que continue assim, pois há muito não se via um futebol tão fluído e dinâmico, capaz do típico e virtuoso rendilhado português e da genial verticalidade proporcionada por Rúben Neves, maestro em parceria com Bernardo Silva, e a velocidade dos atacantes.
Noite de intenso brilho de André Silva, a finalizar e a criar ocasiões de perigo. Um avançado como poucos ao serviço da selecção e que muito promete para os próximos anos. Que se mantenha longe dos ares italianos (em especial daquele Milan), façamos figas. Bernardo Silva parece querer transportar para a selecção a magia que espalha regularmente pela Premier League. Conseguindo-o, será um jogador determinante. Pizzi secundou bem os seus companheiros, tendo sido decisivo no golo do empate. William, apesar da conhecida deficiência congénita que o impede de correr, caminhou e chegou mesmo a trotar com grande classe enquanto aguentou. Sanches e Danilo fizeram aparições interessantes e fundamentais na recta final da partida. Fernando Santos, ao fazê-los entrar, estancou por completo a iniciativa ofensiva da Polónia.
Cancelo tem condições técnicas e físicas para ser um dos melhores do mundo na sua posição ou até mesmo noutra posição , se já não é. Falta-lhe apenas eliminar alguns momentos de parvoíce e displicência defensiva, como no lance do primeiro golo polaco. Mário Rui também ficou mal na fotografia no segundo golo. Alguns companheiros ajudaram a meter água em ambos os lances que suscitam dúvidas quanto à legalidade.
Há razões para algum optimismo quanto ao futuro da selecção. Matéria-prima não falta.
Vamos lá, senhor engenheiro, toca a meter o Éder a titular contra a Escócia.