Eu concordo com a tese, que são precisos mais pontos para ser campeão.
O problema é o grau comparativo: mais pontos em relação a quando...
O campeão nacional faz, em média, 82,8% dos pontos!
Em 9 épocas, fez mais de 90%: uma vez por década, com excepção da década de 50 e de 2000/10; 2 vezes na década de 70 e 2 vezes na década de 90.
Numa série longa, a tese cai!
Numa série longa, a linha de tendência é ligeiramente decrescente! É normal, tendo em atenção que, a média a 5 anos, atingiu, no máximo, 86,8% (1959/65)! Como é normal, tendo presente que, entre 1973-1997, a média a 5 anos, manteve-se, sempre, acima dos 83%! Como é ainda suportado pela média a 10 anos, que atinge o máximo, entre 1971-81 (85,8%).
Numa série mais curta - 2000-21 - a tese torna-se, aí sim, evidente!
Porém, é evidente, não pelo comportamento dos anos mais recentes, mas, sobretudo, pelo comportamento da década 2000-10! A menor média de pontos, a 10 anos, dá-se no período 1997-2007 (76%). Em toda a década 2000-10, a média a 5 anos, manteve-se abaixo dos 80%!
Sobre os anos mais recentes, as excelentes médias de 2016, 2018 e 2019 são ofuscadas pelas médias de 2017 e 2020, acabando a reverter para a média, quer a 5, quer a 10 anos.
Só mais um exemplo, em 87 campeões, 22 (25%) tiveram uma pontuação superior aos 88 pontos em 34 jogos!
A análise é simplista e justificava outras variáveis de análise (pontuação do segundo classificado, distância para o segundo classificado, etc.), mas fico sempre com a ideia que nos esquecemos do quão desequilibrado sempre foi o campeonato nacional!