Escolhas sui generis, opções peculiares... nada que nunca tenhamos visto num início de campeonato. A equipa joga pouco, defende muito mal, evidências gritantes. Sérgio Conceição gera enormes celeumas, muita excitação... mas, pessoalmente, encaminho-me para a resignação. Acredito que o treinador foi, nestes quatro anos, um escudo protector de uma cúpula dirigente em decadência. Os campeonatos conquistados afrouxaram a pressão sobre os responsáveis máximos pelo clube, evitaram um vergonhoso penta encarnado, recolocaram-nos em "jogo". Mas talvez a arte e o engenho do treinador não cheguem para algo mais, para terror dos dirigentes, pressuponho, que em breve poderão ser convocados a dar prova de competência. E é precisamente a incerteza, para não escrever improbabilidade, dessa competência que me atira para um quase encolher de ombros. O mal profundo permanecerá. Uma direcção incapaz de se movimentar no mercado, de fechar negócios, renovar contratos, reforçar o plantel a tempo e horas... irá encontrar um bom treinador, reformular o plantel, conseguir o que agora não consegue, recuperar a saúde financeira do clube...
Pareceu-me e parece-me razoável a opção de dar um quinto ano a Conceição (sendo certo também que existiam bons argumentos para a saída). Independentemente da qualidade do futebol praticado e do resultado final. Venceu dois campeonatos em quatro, tem 50% de aproveitamento, é natural que faça mais uma época. Vamos na quinta jornada do campeonato. Compreendo que para muitos seja pouco, não muito auspicioso, não particularmente brilhante... um registo de dois campeonatos em quatro ou mesmo de dois em cinco. Atendendo ao cenário geral do futebol português, com a menor capacidade dos dirigentes deste clube e dois rivais capazes de disputar o título... desconfio que passaremos brevemente a uma fasquia de 1 campeonato conquistado a cada três anos. Suspeito que os dirigentes partilhem da mesma desconfiança. Dada a gravidade da situação... tem algum interesse discutir o tema do treinador, mas... um interesse relativo.