«Há três anos, numa entrevista de Pinto da Costa ao El País, uma agora célebre frase ficou marcada. «Quando se tem Hulk, Falcao ou James, é-me indiferente quem é o treinador. Com eles é difícil não ganhar». Uma declaração na altura infeliz, por desvalorizar aquilo que foi o trabalho dos últimos treinadores campeões pelo FC Porto (AVB e Vítor Pereira), mas que agora pode ser parafraseada face àquele que é o desfecho da época 2017-18.
Com Sérgio Conceição como treinador, foi o contrário: foi indiferente o plantel que lhe calhou em mãos. Não tinha um Hulk, não tinha um James, não tinha um Falcao. Herdou um grupo de jogadores sem cultura de campeão, a lista de dispensas da época passada, não teve um único reforço na pré-época e nem sequer pôde ter o requisito básico de ter dois jogadores por posição. Sérgio Conceição pegou em tudo isto... e fez uma equipa. Uma equipa que acaba de conquistar um dos títulos mais marcantes da história do FC Porto. Não por marcar o fim de um jejum ao qual as últimas gerações não estão habituadas, mas pelas circunstâncias que rodearam o futebol português nos últimos anos.»
(In Tribunal do Dragão)