Sinceramente, não percebo o porquê de tanto ódio ao PAN.
Os partidos de causas normalmente surgem da ausência de agendas para esses temas por parte dos partidos já existentes. O destino final deles acaba por ser uma fusão, mais tarde ou mais cedo, com outro partido maior que abrace essa causa, como foi o caso do PEV. No caso do PAN, até me pareceu a certo ponto que fosse fundir com o BE, mas eles, e bem na minha opinião, optaram por permanecer fora de um espetro ideológico fora daquilo que é a sua causa, pelo menos enquanto o André Silva era o líder.
Não posso dizer que concordo com eles em tudo. Mas compreendo que, de certa forma, a missão deles é desempenharem o tal papel disruptivo e colocar certos temas na ribalta, e até o fizeram bem em certos tópicos.
Relativamente a individualidades, o André Silva era uma excelente pessoa e soube encarnar muito bem a posição que ocupou.
A Inês tenta ser mais radical, nem sei se é sincera nisso ou não, mas parece-me em certos pontos querer ser personagem principal.
A Cristina, relembro, foi aquela que nem sabia o programa do partido quando concorreu em 2019.
Acabam, apesar de tudo, por poder ter um papel interessante nestas eleições. Se a esquerda tiver maioria parlamentar, acredito que aquele apoio final nesta legislatura será reconhecido. Se a direita tiver maioria parlamentar, poderá ser o PAN a desbloquear uma estabilidade governativa que não envolva o chalupa, que é o cenário, para mim, mais assustador de entre todos os possíveis.