Fartei-me, teve a sua piada mas era limitativo em termos gramaticais.Johann disse:Branco, a questão que se coloca aqui é: por que razão deixaste de usar duplas reticências em todos os posts?
Fartei-me, teve a sua piada mas era limitativo em termos gramaticais.Johann disse:Branco, a questão que se coloca aqui é: por que razão deixaste de usar duplas reticências em todos os posts?
Aí está uma coisa que a mim me preocupa cada vez mais, a tendência para não só censurar mas até criminalizar uma opinião só porque a achamos errada, repugnante, anti-científica ou simplesmente diferente da nossa.Branco disse:Não tenho por hábito seguir este tópico, mas por curiosidade e para ver onde a discussão sobre o caso Marega já anda não resisti, e não me posso dizer surpreendido com o que por aqui leio.
Em primeiro lugar, quero realçar aquilo que já disse no tópico do Marega, que a questão com os adeptos do Guimarães é apenas um sintoma de um problema maior, e que toda a gente tem telhados de vidro neste aspecto.
No entanto não posso deixar de criticar a ideia cada vez mais presente em certos defensores do anti-racismo ou de qualquer outro tipo de anti-descriminação, a que todas as discussões que envolvem o tema e que não seguem determinada narrativa devem ser automaticamente censuradas, as coisas não são assim tão lineares.
Eu aliás ao mesmo tempo que sou forte critico de certos comportamentos discriminatórios também sou defensor da liberdade de expressão, o que para muitos é uma enorme contradição, embora para mim obviamente não seja, o direito mais essencial é o de pensar o que se quer, direito inalienável, e o segundo maior é o de se exprimir, que só devia poder ser restrito em situação de directo incitamento à violência.
Isto obviamente coloca-me numa sempre inconfortável posição de defender que (por exemplo) o comportamento dos adeptos do Guimarães ontem é moralmente reprovável, mas não devia ser criminalizado, embora possa e deva ser objecto de interdição do estádio, pois o acesso ao mesmo não é indiferente ao comportamento que lá se tem e está longe de ser um direito que tem que ser garantido por qualquer clube.
No que se refere ao Ventura, obviamente que sou critico da personagem, é repugnante por várias razões sendo este tipo de colagem a discursos identitários apenas uma delas, no entanto ele tem que ser combatido dentro daquilo que são as regras da democracia liberal, onde por muito que não se goste do que ele diz, ele tem direito a expressar a sua opinião restando a quem se opõe ao mesmo desconstruir e dar réplica eficaz ao seu discurso acéfalo.
E certamente ajudaria que houvessem menos temas fracturantes na nossa sociedade tais como a corrupção generalizada, para que ele não pudesse cavalgar essa onda, fingindo ser solução do problema.
Preocupante é vivermos num tempo em que a opinião de um prémio Nobel ou de uma pessoas que estudou 40 anos um assunto vale o mesmo do que uma pessoa qualquer que perdeu 10 minutos na net a investigar links que confirmem o seu achismo. E ai de quem o contrarie que logo vem o mimimimi do politicamente correcto mimimimimi liberdade de expressão mimimimimi.Dagerman disse:Aí está uma coisa que a mim me preocupa cada vez mais, a tendência para não só censurar mas até criminalizar uma opinião só porque a achamos errada, repugnante, anti-científica ou simplesmente diferente da nossa.
A imposição dum consenso, seja em que área for (da política à economia ou da geologia ao futebol), e a consequente proibição de se discutir hipóteses, teorias ou ideias alternativas (mesmo que pareçam ou sejam absurdas) é veneno para a democracia. Porque se não se tolera todos os discursos, isso significa que alguém (quem?) vai ter o poder e o privilégio de escolher quem tem direito à opinião e quem não tem. E dar a uma elite (sejam os políticos, os juízes, os jornalistas ou os militares) esse poder de escolha é o caminho mais seguro para uma espécie de totalitarismo encapotado. E, na minha opinião, não faltam indícios de que é para esse totalitarismo "soft" que o mundo caminha, mas isso já seria outra discussão.
Não é totalmente verdade. Os povos africanos possuem uma maior variabilidade genómica do que todos os outros povos, uma vez que foram eles os percursores das populações modernas. Por isso, estão expostos há muito mais tempo a fenómenos mutacionais e recombinantes, o que levou a uma alteração da estrutura haplotípica destes povos. Ou seja, enquanto os povos europeus, por exemplo, possuem menor número de polimorfismos (variações de um gene) e, consequentemente, menor variabilidade, os africanos apresentam maior complexidade genómica, maior variabilidade. Por isso é que podem existir maiores diferenças entre africanos, do que entre africanos e euroasiáticos, por exemplo. Claro, há também uma interação ambiente-genoma que influencia todas estas diferenças, seleciona determinados polimorfismos em detrimento de outros, o que também ajuda a explicar esta diferença.John Wick disse:Convém termos o mínimo de conhecimento em genética para falarmos sobre alguns destes assuntos, as diferenças entre os povos são sobretudo fenotípicas e não genótpicas, ou seja, aquilo que tu vês, a cor da pele, dos olhos, do cabelo, etc., não é explicada por diferenças genéticas, mas sim pela expressão dos genes influenciada pelo meio ambiente. Eu posso partilhar muitas mais semelhanças genéticas com um preto do Senegal do que com um espanhol que tem a mesma cor de pele, de olhos e de cabelo que eu.
Podes deixar de mandar bocas indirectamente a criticar-me que todos sabem que estás a falar para mim.Manageiro de futból disse:Preocupante é vivermos num tempo em que a opinião de um prémio Nobel ou de uma pessoas que estudou 40 anos um assunto vale o mesmo do que uma pessoa qualquer que perdeu 10 minutos na net a investigar links que confirmem o seu achismo. E ai de quem o contrarie que logo vem o mimimimi do politicamente correcto mimimimimi liberdade de expressão mimimimimi.
De resto, nunca como hoje houve tantas plataformas para qualquer pessoa poder livremente dar a sua opinião.
Já parece o outro com os peixes!Porto sentido disse:Bom dia
"Pássaros do Montijo não são estúpidos e podem adaptar-se ao novo aeroporto, defende secretário de Estado"
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/passaros-do-montijo-nao-sao-estupidos-e-podem-adaptar-se-ao-novo-aeroporto-defende-secretario-de-estado-549024
Fiquem bem!
O que é isso de "valer o mesmo"? Valer o mesmo para quem e onde? Para quem acha que Cristo é filho de Deus e ressuscitou para nos salvar de não sei quê, essa opinião é uma verdade absoluta e nenhum cientista o pode convencer do contrário. Ou seja, as pessoas têm naturalmente crenças e mitos, e isso não é de agora. É de sempre.Manageiro de futból disse:Preocupante é vivermos num tempo em que a opinião de um prémio Nobel ou de uma pessoas que estudou 40 anos um assunto vale o mesmo do que uma pessoa qualquer que perdeu 10 minutos na net a investigar links que confirmem o seu achismo. E ai de quem o contrarie que logo vem o mimimimi do politicamente correcto mimimimimi liberdade de expressão mimimimimi.
De resto, nunca como hoje houve tantas plataformas para qualquer pessoa poder livremente dar a sua opinião.
LOL!Porto sentido disse:Bom dia
"Pássaros do Montijo não são estúpidos e podem adaptar-se ao novo aeroporto, defende secretário de Estado"
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/passaros-do-montijo-nao-sao-estupidos-e-podem-adaptar-se-ao-novo-aeroporto-defende-secretario-de-estado-549024
Fiquem bem!
Quem? O Santo António? Ou o Padre António Vieira?ruipsousa8 disse:Já parece o outro com os peixes!
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A ciência não é uma opinião.Dagerman disse:https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/passaros-do-montijo-nao-sao-estupidos-e-podem-adaptar-se-ao-novo-aeroporto-defende-secretario-de-estado-549024
Aqui está um homem que não entende nada de biologia, de ecologia nem, pelos vistos, de economia, mas que não tem qualquer problemas em dar largas ao seu achismo e pronunciar-se sobre a suposta adaptabilidade e não-estupidez (LOL) das aves. Se o ministro, formado em advocacia, não é especialista em ecossistemas fluviais, porque é que a opinião dele sobre o assunto há-de valer mais do que a duma avozinha analfabeta?
E em que blogue obscuro é que o ministro pronunciou essa opinião sobre a suposta adaptabilidade e não-estupidez das aves? Ups, não foi num blogue obscuro. Foi no principal "diário de referência" da tugalândia.
Isto leva-me a suspeitar, não sei porquê, que as opiniões ignorantes são tão frequentes no jornal Público como no blogue mais obscuro que para aí ande. O que torna muito difícil saber onde encontrar a informação fidedigna. Estará apenas nas revistas científicas? Nem isso, porque também os estudos científicos podem ser (e muitas vezes são) manipulados ou enviezados, desde logo por quem os financia,.
Em suma, o facto de uma opinião ser qualificada como respeitável, ou como mero achismo e "fake news" depende em grande parte do lugar de onde é emitida. A um catedrático de física ninguém lhe chama ignorante por acreditar que os seres humanos podem colonizar em Marte, mas se um trolha acreditar que a Terra é plana, toda a gente se ri. No entanto, ambas as opiniões são profundamente ignorantes, cada uma à sua maneira.
Citando Umberto EcoDagerman disse:O que é isso de "valer o mesmo"? Valer o mesmo para quem e onde? Para quem acha que Cristo é filho de Deus e ressuscitou para nos salvar de não sei quê, essa opinião é uma verdade absoluta e nenhum cientista o pode convencer do contrário. Ou seja, as pessoas têm naturalmente crenças e mitos, e isso não é de agora. É de sempre.
A maioria das pessoas não lê ciência. Achas portanto que não deviam ter direito à opinião? Só os cientistas/esepcialistas é que devem ter liberdade de expressão? E quando o tema em apreço não for enquadrado por ciência nenhuma, como a eutanásia? Mesmo quando o cientista/ especialista se atrever a mandar bitaites fora da sua área de especialidade? O que é que vale a opiniao de um génio/Nobel como S. Hawking, e isto é só um exemplo, quando afirma que o futuro da humanidade terá de passar pelo espaço? Para mim, que percebo alguma coisa de como funciona uma economia, a opinião do reputado génio Hawking vale zero, é ignorância pura.
De qualquer modo, nem era disso que eu estava a falar. Estava a falar de como caminhamos para um tempo em que a livre discussão, a respeito de alguns temas, começa a ser simplesmente proibida. É como se a verdade tivesse sido estabelecida duma vez por todas e acabou-se a conversa. O que faz lembrar um bocadinho... os dogmas da santa madre igreja! Podia dar-te alguns exemplos, mas prefiro confiar na tua inteligência.
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/29-jun-2019/estudos-cientificos-quando-a-ciencia-se-engana-e-o-erro-se-torna-viral-11057718.htmlEstudos científicos: quando a ciência se engana, e o erro se torna viral
Continuas sem perceber o que eu estou a dizer.Manageiro de futból disse:Citando Umberto Eco
"Social media gives legions of idiots the right to speak when they once only spoke at a bar after a glass of wine, without harming the community ... but now they have the same right to speak as a Nobel Prize winner. It's the invasion of the idiots
Pelos vistos dar espaço para todos os ignorantes exprimirem as suas opiniões já não é suficiente. Agora temos que lhes dar crédito, também.
Isto é delicioso...! <3Philipp disse:https://www.facebook.com/maria.vieira.750/posts/2764882983633006
PS: Descobri que a Maria Vieira também anda a comentar por este tópico.
numa escala de valores todas as pessoas seguem a seguinte ordem:Dagerman disse:Continuas sem perceber o que eu estou a dizer.
O que eu questiono é 1) a autoridade absoluta dos especialistas/cientistas, sobretudo quando se pronunciam sobre assuntos alheios à sua especialização, e 2) a suposta autoridade das cátedras ou locais de prestígio de onde essa opinião é emitida.
Ninguém tem de dar crédito a nada. O que eu estou a tentar dizer é que os seres humanos adoptam naturalmente o sistema de crenças que mais lhes convém, independentemente de esse sistema de crença ter por base uma teoria científica ou uma qualquer superstição. Para o crente e para a sociedade em que ele se insere, o que importa realmente é que as crenças "funcionem". Ou seja, socialmente é mais importante o consenso do que a verdade (seja isso o que for).
Mas tu deves estar convencido de que o ser humano do século XXI é muito mais racional nas suas crenças do que o homem da Idade do Gelo, e que um prémio Nobel, na sua vida diária, toma decisões muito mais lógicas do que o merceeiro da esquina. Se acreditas niss, estás completamente enganado. Nesse aspecto, como em muitos outros, nós somos hoje tão irracionais como éramos há 20 000 anos, e um prémio nobel pode agir tão estupidamente como um trolha.
P.S.
Devias evitar usar como "argumento" citações dum tonto (mas imesnamente culto e inteligente) como o Umberto Eco, a menos que a conversa seja sobre semiótica e literatura medieval, que eram as especialidades dele. E com isto não estou a dizer que não concorde com a frase dele. Estou a dizer apenas que sobre sociologia, as opiniões do U. Eco me merecem tanto crédito como as dos zé dos anzóis. Espero que tenhas percebido agora, caso contrário vou ter de concluir que tens grandes problemas de literacia.
Para ti os ignorantes são todos os q não concordam contigo? Eu sou um grande defensor da ciência mas infelizmente a ciência também está em muitos aspectos capturada por outros poderes e não responde a tudo o que é a dimensão humana.Manageiro de futból disse:Citando Umberto Eco
"Social media gives legions of idiots the right to speak when they once only spoke at a bar after a glass of wine, without harming the community ... but now they have the same right to speak as a Nobel Prize winner. It's the invasion of the idiots
Pelos vistos dar espaço para todos os ignorantes exprimirem as suas opiniões já não é suficiente. Agora temos que lhes dar crédito, também.