Política Nacional

tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
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Manageiro de futból disse:
Ficaria muito admirado em ver um populista conquistar mais votos, sempre pensei que o populismo fosse dizer exactamente o contrário daquilo que as pessoas comuns querem ouvir.

Ah, já me esquecia, o AVentura não é populista, é de direita tradicional.
O que é que entende por populismo?
Porque não me parece que o populismo seja algo exclusivo do André Ventura, parece que já houve partidos e personalidades em Portugal que usaram o populsimo a seu favor.
 

Johann

Bancada central
2 Outubro 2012
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Ontem foram as humanidades com Humanidade, hoje é o RSI com o RBI. Não percam o próximo episódio.
 

JMPedroto

Tribuna Presidencial
27 Novembro 2017
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tripeiro_de_gema disse:
O que é que entende por populismo?
Porque não me parece que o populismo seja algo exclusivo do André Ventura, parece que já houve partidos e personalidades em Portugal que usaram o populsimo a seu favor.
Quando o costa prometeu baixar os impostos dos combustiveis se o valor de mercado subisse ou quando prometeu que as obras da pediatria do s.joão estavam a avançar já não é populismo pelos vistos
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
tripeiro_de_gema disse:
Mas já agora o Ventura tem ou não tem razão que existe uma subsídio-dependência dentro da comunidade cigana? Isto na tua opinião.
É uma questão interessante. Sei que os ciganos são cerca de 3% do total de pessoas que recebem o RSI mas não sei o peso de pessoas que recebem o RSI no total da comunidade.
São 10%? 30? 80%?
A minha opinião depende da estatística, a minha percepção é que não trocava a minha vida, pela vida de qualquer pessoa que depende de subsídios.
 

kal-el

Tribuna Presidencial
12 Agosto 2006
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Porto, 1982
"O Santo e o Sultão

Há oitocentos anos e um mês ocorreu um dos encontros mais estranhos e importantes da história da humanidade, e eu não vi em lado nenhum na imprensa mundial referência a essa efeméride. Também a falhei aqui nesta coluna, mas com a boa desculpa de que a escrita destas crónicas esteve suspensa durante o mês de setembro. Vocês me dirão se trazê-la agora aqui é apenas um dos meus caprichos de historiador ou se a história que vos vou contar tem uma relevância acrescida para o nosso tempo.

Em setembro de 1219, num mundo muito diferente, num tempo muito diferente, na época da Quinta Cruzada, dois homens muito diferentes do comum encontraram-se. Um deles era um ainda jovem italiano, de família rica e ex-militar, Giovanni di Petro di Bernardone, conhecido entre os frades apenas pelo seu nome religioso de Francisco, da cidade de Assis. O futuro S. Francisco de Assis.

O outro homem chamava-se Al-Malik al-Kamil Nasir ad-Din Muhammad, ou ainda Malique Camil Nácer Adim Abu Almaali Maomé, ou simplesmente Al Kamil. Entre os europeus era conhecido como Meledino, um nome que rimava e fazia lembrar o do seu temido tio Saladino, o grande chefe militar curdo que em nome dos muçulmanos se opôs aos cruzados cristãos. Meledino, ou Al Kamil, prolongou a linhagem prestigiosa dos seus antepassados como Sultão do Egito, e Senhor de Jerusalém, que governava a partir do Cairo.

Francisco de Assis era um seguidor da Cruz, que queria viver segundo o exemplo de Cristo e que tinha abandonado as fortunas da sua família para viver na pobreza como frade mendicante. No entanto, sabemos que quando uma relíquia da cruz passou por perto dele para excitar os jovens cristãos a mais uma cruzada, Francisco não foi ver a cruz, talvez porque não aprovava o fim guerreiro para que ela estava a ser usada. Em vez disso, Francisco imaginou um plano mais ambicioso, para não lhe chamar completamente irrealista. Iria ele, pessoalmente, um frade que pouca gente conhecia, ao Cairo. Pediria audiência ao Sultão Meledino. E convertê-lo-ia ao cristianismo, poupando a humanidade à tragédia
de mais uma cruzada.

Por incrível que pareça, foi mesmo isso que Francisco de Assis fez. Meteu-se num barco e foi para o Cairo. A missão tinha tudo para correr mal. O mais certo é que ao chegar a terras comandadas por muçulmanos (embora houvesse uma grande proporção de população cristã, os chamados coptas, no Egito de Meledino) o frade Francisco fosse feito prisioneiro, escravo, ou diretamente mártir. Por estranho que pareça, nada disto aconteceu. O sultão Malik Al Kamil achou o visitante intrigante, e decidiu recebê-lo.

Talvez tenha achado que poderia ele convertê-lo ao islamismo. Seja como for, tratou-o bem. Conversaram muito. Estiveram juntos vinte dias. E depois Francisco de Assis voltou à Europa. Não sabemos o que aconteceu durante esses vinte dias. Ninguém tomou notas. Os dois homens terão conversado. E que mais? Jogado xadrez? Tomado refeições em conjunto? Ninguém sabe. Mais tarde este foi um dos aspetos da vida de S. Francisco de Assis que os seus seguidores não enfatizaram.

Quanto aos muçulmanos, porque haveriam eles de lembrar um jovem italiano que veio para ver o Sultão, um homem muito mais importante do que ele?

Sabemos, contudo, o que não aconteceu. Nenhum dos homens converteu o outro. Não perderam aliás muito tempo com esse projeto. Ambos terão reconhecido reciprocamente que Deus já estava com o outro, e deixaram-se em paz com as suas escolhas religiosas de bom muçulmano sunita e bom cristão latino.

E é isto. É por isso que este encontro é historicamente tão importante e por isso que ele deveria estar a ser lembrado agora que faz oitocentos anos. Porque ele nos recorda que mesmo numa época de tribalismo desenfreado e violentíssimo como foi o das cruzadas, houve gente de ambos os lados que via a coisa de outra maneira e reconhecia que não precisava de converter o outro — nem massacrá-lo — para viver em harmonia. Se isto é apenas uma efeméride sem importância, é porque já não precisamos da louca coragem de gente como Francisco de Assis e Malik Al-Kamil. Se não, é porque ainda precisamos deles.

Malik Al-Kamil era um governante especial. Uma vez apanhou um exército cristão numa armadilha, bastando-lhe mexer com o nível das águas do Nilo para que os cruzadosÆcassem enterrados em lama e lodo até aos joelhos. O sobrinho de Saladino poderia facilmente tê-los cortado em pedaços. Em vez disso, libertou-os, alimentou-os e mandou-os embora. De outra vez permitiu aos cristãos que ficassem com Jerusalém no quadro de mais um dos vários tratados de paz que lhes propôs, em geral rejeitados porque considerados inconcebíveis.

Talvez só mesmo alguém como Francisco de Assis o pudesse entender, e ele ao outro. Talvez eles vissem mais fundo e entendessem que cristianismo e islamismo (e judaísmo) eram apenas outros tantos prismas através dos quais ver o mesmo monoteísmo.

Esta história diz-nos também que as ideias têm consequências. Gerações depois, gente como António de Lisboa ou os Mártires de Marrocos tentaram imitar Francisco de Assis, indo a território muçulmano, sem armas, converter os “infiéis”, em geral sem sucesso e correndo risco de vida. Talvez não tivessem entendido que o mais importante para Francisco e Al-Kamil não era converterem-se. Era conversarem.

Foi há oitocentos anos e um mês, e poderia fascinar-me mais um mês e oitocentos anos, se os tivesse."

Rui Tavares, jornal Público 1/11/2019
 

tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
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JMPedroto disse:
Quando o costa prometeu baixar os impostos dos combustiveis se o valor de mercado subisse ou quando prometeu que as obras da pediatria do s.joão estavam a avançar já não é populismo pelos vistos
Tantos casos o próprio PCP e BE também já utilizaram o populismo a seu favor, basta recordar os tempos da Troika.
O actual presidente da República também utiliza muito populismo.

O grande problema das pessoas é associarem erroneamente, o populismo(Ad populum) a uma ideologia política, quando na realidade não passa de um tipo de falácia tal como Ad hominem, sofismo, falso dilema, falsa causa, composição, etc...
 

JMPedroto

Tribuna Presidencial
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tripeiro_de_gema disse:
Tantos casos o próprio PCP e BE também já utilizaram o populismo a seu favor, basta recordar os tempos da Troika.
O actual presidente da República também utiliza muito populismo.

O grande problema das pessoas é associarem erroneamente, o populismo(Ad populum) a uma ideologia política, quando na realidade não passa de uma falácia tal como Ad hominem, sofismo, etc...
Mas não se pode esperar honestidade intelectual aos radicais de esquerda... para eles populismo é um fenómeno só da direita, o que mostra o conhecimento que têm sobre política e sociedade
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
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Esmoriz
tripeiro_de_gema disse:
O que é que entende por populismo?
Porque não me parece que o populismo seja algo exclusivo do André Ventura, parece que já houve partidos e personalidades em Portugal que usaram o populsimo a seu favor.
Gosto desta definição

O professor da Universidade da Georgia, EUA, Cas Mudde ajudou a clarificar a discussão, apontando uma definição mais consensual. "O populismo considera que a sociedade está fundamentalmente separada em dois grupos homogéneos e antagónicos: a ‘população pura’ e a ‘elite corrupta’”


E continua

O líder populista assume-se como a voz do povo, representando os interesses dos cidadãos contra a "elite corrupta"

Para terminar

Para Takis Pappas, professor na Universidade da Macedonia, na Grécia, qualquer partido populista tem dois outros traços obrigatórios: é "sempre democrático e nunca liberal". Ou seja, apoia a “soberania popular e a regra da maioria, mas rejeita o pluralismo e os direitos das minorias”, explica na edição de Outubro do Journal of Democracy
 

tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
26 Maio 2014
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Manageiro de futból disse:
Gosto desta definição

O professor da Universidade da Georgia, EUA, Cas Mudde ajudou a clarificar a discussão, apontando uma definição mais consensual. "O populismo considera que a sociedade está fundamentalmente separada em dois grupos homogéneos e antagónicos: a ‘população pura’ e a ‘elite corrupta’”


E continua

O líder populista assume-se como a voz do povo, representando os interesses dos cidadãos contra a "elite corrupta"

Para terminar

Para Takis Pappas, professor na Universidade da Macedonia, na Grécia, qualquer partido populista tem dois outros traços obrigatórios: é "sempre democrático e nunca liberal". Ou seja, apoia a “soberania popular e a regra da maioria, mas rejeita o pluralismo e os direitos das minorias”, explica na edição de Outubro do Journal of Democracy
Eu estudei filosofia, mas pelos vistos há quem prefira reduzir o populismo a uma ideia política e apenas a um ramo político(neste caso da direita).
Parece que os estudos de Sócrates(filósofo grego), Aristóteles, Platão e Epicuro é que deram errados, pelos vistos é um outro grego Pappas que afinal descobriu novo significado de populismo. Curioso que na Grécia Antiga o populismo era muito comum, principalmente naquela zona do Peloponeso, a casa do espartanos e nessa altura não existia liberalismo.
 

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
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Nunca me apanharão aqui a comentar ciganos porque conheço bem alguns e considero vários execráveis e criminosos e outros gente que apenas quer sobreviver, coloca os filhos nas escolas e os seus descendentes embora não reneguem as suas origens já estão num patamar igual a qualquer um de nós - não andam nas feiras (isso das feiras é engraçado porque anda lá muita gente que não é cigano) e trabalham em empregos digamos de classe média. O cigano de hoje, a grande maioria, já não é o cigano de antigamente. Muita coisa mudou em Portugal; por exemplo sou do tempo que não se podia namorar uma filha dos pescadores da Afurada - isso acabou comooutras coisas.
Temos sim o problema dos ciganos originários na maior parte da Roménia (onde são um grande problema porque não se querem integrar).
O que hei-de comentar aqui um dia, só estou à espera de mais intervenções dela na AR para tirar mais conclusões, é sobre Joacyr ou lá como se chama. Está a criar um ambiente explosivo deplorável e não havia necessidade no nosso País.
Também hei-de comentar acerca de Costa e deste PS, estou à espera do orçamento, que me parece quetem o rei na barriga e não vai apresentar medidas concretas sobre o investimento no nosso País seja público ou privado e está refém de certos acordos ruinosos com certas entidades privadas (exemplo Aeroporto do Montijo) mas cada coisa a seu tempo.
 

JMPedroto

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27 Novembro 2017
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tripeiro_de_gema disse:
Eu estudei filosofia, mas pelos vistos há quem prefira reduzir o populismo a uma ideia política e apenas a um ramo político(neste caso da direita).
Parece que os estudos de Sócrates(filósofo grego), Aristóteles, Platão e Epicuro é que deram errados, pelos vistos é um outro grego Pappas que afinal descobriu novo significado de populismo. Curioso que na Grécia Antiga o populismo era muito comum, principalmente naquela zona do Peloponeso, a casa do espartanos e nessa altura não existia liberalismo.
A táctica habitual dele é escolher apenas intelectuais que defendem a cartilha dele e usar isso como verdade absoluta. É como quando considera legitimo falar de racismo com base nos testemunhos de conhecidos negros ou da negra da AR mas quando um individuo da mesma raça fala de como burla a SS já não conta como fonte credível
 

slowboy

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18 Julho 2006
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  • José Maria Pedroto
kal-el disse:
Vi, tu é que provavelmente não viste o vídeo que motivou o meu como resposta e onde André Ventura usava exactamente a estratégia do Bolsonaro de tentar semear o medo de que António Costa quer transformar Portugal numa Venezuela.

Bolsonaro dizer isto é absurdo apesar de Brasil e Venezuela fazerem fronteira.

André Ventura a repetir o mesmo discurso parece um vendedor de Havaianas no Pólo Sul...
Ah...tipo como o BE, PCP e agora o Livre, banalizam os termos fascismo e fascista?

Já entendi.
 

JMPedroto

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kal-el disse:
Vi, tu é que provavelmente não viste o vídeo que motivou o meu como resposta e onde André Ventura usava exactamente a estratégia do Bolsonaro de tentar semear o medo de que António Costa quer transformar Portugal numa Venezuela.

Bolsonaro dizer isto é absurdo apesar de Brasil e Venezuela fazerem fronteira.

André Ventura a repetir o mesmo discurso parece um vendedor de Havaianas no Pólo Sul...
E Portugal não está a ficar parecido com a Venezuela?

1 - serviços públicos deteriorados e à beira da falência
2 - a maior carga fiscal desde as duas últimas décadas
3 - fraco crescimento económico numa época de expansão económica global
4 - CS enviesada


e isto com fundos da UE a entrar, se não fosse isso neste momento éramos a venezuela
 

PDuarte

Tribuna Presidencial
16 Maio 2017
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slowboy disse:
Ah...tipo como o BE, PCP e agora o Livre, banalizam os termos fascismo e fascista?

Já entendi.
Mas há alguma dúvida disso?
Este fórum é um óptimo exemplo. Qualquer discordância de opinião é logo fascismo e neo fascista.
 

JMPedroto

Tribuna Presidencial
27 Novembro 2017
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só nos falta o petróleo


a tentativa de piada do mesmo esquerdista que diz que o partido socialista não representa o socialismo