O orgulho da identidade nacional é patriotismo. É precisamente esse o conceito.
Dei-te o exemplo para estabelecer um ponto. Podia ter simplesmente usado um número de termos perjorativos adequados à situação de comparares uma opção no mercado de trabalho a genocidios étnicos, mas optei por ultrapassar isso.
O artigo mostra um dado. O resto do artigo detalha uma situação, mas acima de tudo o dado demonstra que esse sentimento existe perante as tais nacionalidades que tu consideraste não sentirem isso. Relativamente à tua pergunta, aumentaram 50% no mesmo período. Portanto 505% é um número considerável.
A dicotomia esquerda/direita diz-me zero. As minhas intervenções aqui já o demonstraram. Ora concordo com uma medida porventura socialista, como no dia seguinte opto por uma medida liberal. Depende do problema, do contexto e da minha visão sobre a solução a adotar.
Agora, sou progressista. Bastante. Costumo dizer que os progressistas mudam o mundo todos os dias, os conservadores defendem aquilo que os progressistas já mudaram ontem. E é isso que pretendi realçar na enumeração de influências externas na nossa cultura que tu defendes e bem.
Não acho que sejas racista, como o teu "colega de debate" a quem já não me vou dar ao trabalho de responder mais, mas parece-me que falta alguma empatia, alguma capacidade de olhar para o indivíduo e não o estereótipo. Quando os meus valores éticos, que me impedem de retirar valor a alguém por ter outros costumes ou cor diferente da minha são vistos negativamente ou como "extremistas", acho que está a falhar algo na sociedade. Somos todos diferentes, fazemos parte de maiorias e de minorias. Sou agnóstico, vegetariano, não tenho nem quero ter filhos. São alguns exemplos de situações em que faço parte dos 10%. Como tu também as terás, certamente.
Referiste, e bem, o casamento de menores em comunidades ciganas. São situações negativas das suas culturas e até ilegais no território português, e que têm vindo a diminuir imenso, mas que ainda acontece exatamente porque se criaram essas comunidades fechadas. Comparo o esforço de integração à inserção de pessoas de pessoas com deficiência. É necessário um esforço extra, exatamente porque precisam de absorver rapidamente a nossa cultura e a forma como fazemos as coisas. Se temos crianças filhas de imigrantes que atualmente não têm condições para ir à escola, que em casa falam uma língua diferente e não têm forma de aceder a aulas de português, essas crianças só irão aprender o básico, a língua portuguesa, quando começarem a trabalhar com portugueses na construção civil ou na agricultura. Perdem todos. Perde a criança a possibilidade de uma vida melhor, perde o país porque provavelmente irá crescer a precisar de apoios sociais para complementar o baixo rendimento de alguém que é, na prática, um português. Existem associações a fazer um trabalho fantástico no terreno, mas é preciso maior aceitação. Os apoios sociais são precisamente uma consequência indesejada dessa integração falhar.
Outro conceito que temos de deixar para trás é de que as pessoas vêm para Portugal para tentar mudar o país. As pessoas vêm para cá a fugir de guerras, da miséria, de perseguições étnicas. Vêm para cá à procura de uma vida melhor. Terão os seus hábitos, todos temos, mas acima de tudo, querem trabalhar, querem aprender a pertencer. Enfiar 20 num contentor ou num T1 não ajuda ninguém. É preciso compreender isto, que são vítimas dos problemas que Portugal atravessa, não os estão a causar.