Os problemas que afectam o futebol jovem

Tmgd99

Bancada central
27 Maio 2019
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Barcelos
Podes ser o melhor jogador da equipa, mas se aos 16 anos não tiveres empresário és dispensado? Acho estranho mas...
Obviamente que não eram dos melhores jogadores das respectivas equipas mas tinham uma utilização bem aceitável.
Contam-se pelos dedos das mãos os miúdos de 16 anos das formações dos clubes da primeira liga que não têm empresários. Apenas um ou outro que é recrutado a clubes da terra (como é o caso desses dois miúdos) é que não têm.
 
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T-Dragon

Lugar Anual
2 Junho 2016
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Eu percebo o que dizes e acredito que seja a realidade dos dias de hoje, mas enfim. Sou um lírico em acreditar que a principal coisa que um pai devia querer para o filho é que fosse feliz.
O meu puto tem sete anos e já começa a pedir para jogar a sério.
Acho que ele tem jeito para a coisa mas no dia em que não estiver feliz é o dia que deixa de ir.
 

jorgcastro

Tribuna
19 Agosto 2016
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As pessoas não têm a mínima noção do que se passa e, sobretudo, dos valores que se movimentam nestes miúdos! Desconfio que, se soubessem, não seguiam de forma tão apaixonada, a formação dos clubes! Deixo algumas notas:
1. os clubes são o elo mais fraco de toda esta cadeia; o clube investe na formação desportiva de um miúdo, em alguns casos, até os custos de frequência escolar suporta, a troco de incerteza e risco extremo! Nestes custos, é necessário incluir os treinadores, os nutricionistas, os psicólogos, as infraestruturas de treino, etc., etc. E, qualquer criança, até aos 16 anos, pode mudar de clube anualmente (aos 14 já pode não ser tão fácil...), sem justificação! Compreende-se... são crianças... mas, não são crianças quando recebem valores que fariam corar de vergonha muitas pessoas... em muitos casos, a partir dos 6 (sim, não me enganei) anos! O risco dos clubes é total e, mesmo aos 16 anos, o prazo para assegurar algum retorno (contrato) é muitíssimo reduzido, o que faz com que o jogador, maior, possa continuar a sua carreira onde quiser... com o clube a receber, nada... porque, sem transferência, nem direitos de formação existem! A forma como os clubes alinham neste circo, é, para mim, incompreensível!
2. os miúdos são quem se devia proteger neste processo todo! Basta perceber que o FCP, hoje, tem, no seu plantel, 10/15 miúdos da sua formação e mais de 200 miúdos nas sua equipas (excluindo DF...)! Todos os anos, são 20/30 miúdos que saem dos sub-19, com 80/90% deles sem qualquer esperança de, um dia, virem a vestir a camisola do FCP! Isto é um caminho para uma frustração inevitável! E são os que jogam no FCP, a que acrescem os que jogam na DF e os que são contratados para jogar na DF, com a expectativa de, um dia, transitarem para o FCP! Por isso, quando um miúdo sai do FCP para a Juventus ou de um qualquer clube português para o City, não é uma decisão obtusa, porque, objectivamente, a probabilidade de sucesso não muda, radicalmente! Por cada Serrão, Esteves, Abreu, há um Cleber, Andorinha, Leandro para mostrar! E ainda podem dizer que foram ao estrangeiro!
3. os pais são responsáveis, mas, é bom entender, que, já me explicaram (pode não ser verdade) que até são os miudos de meios sociais mais elevados, aqueles que mais recebem, porque os pais colocam preços mais altos, para abdicarem do "conforto" que têm! Por outro lado, os valores que estão em causa, são, muitas vezes, incríveis! Um miúdo que arrisque uma mudança por dinheiro, arrisca-se a ter uma vida confortável durante uma década ou, no mínimo, a ter um pé de meia de fazer inveja a muitos/todos os universitários! Nem todos os pais têm o seu interesse pessoal em primeiro lugar e uma decisão de mudança, pode ser justificada! Até porque, qualquer miúdos joga contra as probabilidades! E esse é o erro da maior parte dos pais! A criação de ilusões!
4. os agentes são o elo mais fraco e o mais desprezível! Para quem quiser perceber como se fazem as coisas, pode ir, a meio da época, ao final do dia, aos treinos da AFP (não é preciso mais...) e pode ver a feira que por lá vai, os envelopes que passam para aqui e para acolá, os cartões de crédito para aqui e para acolá! Repito, valores que as pessoas não sonham! Falaram no Mora, que, ao que sei, tem empresário desde os 10 anos e recebeu do empresário um valor que, muitos portugueses, não vão receber a vida toda! Aos 10 anos! A estes valores dos empresários, acrescem contratos com marcas desportivas, etc. é um negócio! É lógico que são movidos pelo lucro, uns mais rápido, outros, com maior caixa toráxica e com maior visão, mais tarde!

Não se infira com isto, que acho legítimo o que se passa!
É uma vergonha a todos os níveis!
Mas, os clubes (ou melhor, um clube) pouco pode fazer!
Acho incrível como é que a UE e UEFA, tão preocupados com as mudanças de país, continuem a assobiar para o lado para toda esta vergonha, que tem impacto sobre o futuro bem-estar de milhares/milhões? de crianças! E como se olha para o lado nesta verdadeira profissionalização de crianças!
A mudança só pode começar por aí!
 

TennantWho

Bancada central
26 Dezembro 2014
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Mais um caso complicadíssimo.

Nestas idades não pode haver contratos profissionais e a vontade do jogador e tutores vai sempre prevalecer.

Só indo pelo assédio e afins… que tb não é facil de provar.

O problema é “basico” - monetização de menores. O que constitui um “moral hazard” para toda a gente.

Muito complicado fazer uma legislação uefa/fifa/europa à prova de bala nestes casos. Vais sempre resvalar em trabalho de menores. Mas poder-se-ia começar pela proibição de terem representantes/agentes que não os tutores/pais.

Gostava de ouvir opinião de alguém da área.
É complicadíssimo quando interessa à UEFA

Oscar Bobb

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dragon55

Tribuna
30 Março 2019
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As pessoas não têm a mínima noção do que se passa e, sobretudo, dos valores que se movimentam nestes miúdos! Desconfio que, se soubessem, não seguiam de forma tão apaixonada, a formação dos clubes! Deixo algumas notas:
1. os clubes são o elo mais fraco de toda esta cadeia; o clube investe na formação desportiva de um miúdo, em alguns casos, até os custos de frequência escolar suporta, a troco de incerteza e risco extremo! Nestes custos, é necessário incluir os treinadores, os nutricionistas, os psicólogos, as infraestruturas de treino, etc., etc. E, qualquer criança, até aos 16 anos, pode mudar de clube anualmente (aos 14 já pode não ser tão fácil...), sem justificação! Compreende-se... são crianças... mas, não são crianças quando recebem valores que fariam corar de vergonha muitas pessoas... em muitos casos, a partir dos 6 (sim, não me enganei) anos! O risco dos clubes é total e, mesmo aos 16 anos, o prazo para assegurar algum retorno (contrato) é muitíssimo reduzido, o que faz com que o jogador, maior, possa continuar a sua carreira onde quiser... com o clube a receber, nada... porque, sem transferência, nem direitos de formação existem! A forma como os clubes alinham neste circo, é, para mim, incompreensível!
2. os miúdos são quem se devia proteger neste processo todo! Basta perceber que o FCP, hoje, tem, no seu plantel, 10/15 miúdos da sua formação e mais de 200 miúdos nas sua equipas (excluindo DF...)! Todos os anos, são 20/30 miúdos que saem dos sub-19, com 80/90% deles sem qualquer esperança de, um dia, virem a vestir a camisola do FCP! Isto é um caminho para uma frustração inevitável! E são os que jogam no FCP, a que acrescem os que jogam na DF e os que são contratados para jogar na DF, com a expectativa de, um dia, transitarem para o FCP! Por isso, quando um miúdo sai do FCP para a Juventus ou de um qualquer clube português para o City, não é uma decisão obtusa, porque, objectivamente, a probabilidade de sucesso não muda, radicalmente! Por cada Serrão, Esteves, Abreu, há um Cleber, Andorinha, Leandro para mostrar! E ainda podem dizer que foram ao estrangeiro!
3. os pais são responsáveis, mas, é bom entender, que, já me explicaram (pode não ser verdade) que até são os miudos de meios sociais mais elevados, aqueles que mais recebem, porque os pais colocam preços mais altos, para abdicarem do "conforto" que têm! Por outro lado, os valores que estão em causa, são, muitas vezes, incríveis! Um miúdo que arrisque uma mudança por dinheiro, arrisca-se a ter uma vida confortável durante uma década ou, no mínimo, a ter um pé de meia de fazer inveja a muitos/todos os universitários! Nem todos os pais têm o seu interesse pessoal em primeiro lugar e uma decisão de mudança, pode ser justificada! Até porque, qualquer miúdos joga contra as probabilidades! E esse é o erro da maior parte dos pais! A criação de ilusões!
4. os agentes são o elo mais fraco e o mais desprezível! Para quem quiser perceber como se fazem as coisas, pode ir, a meio da época, ao final do dia, aos treinos da AFP (não é preciso mais...) e pode ver a feira que por lá vai, os envelopes que passam para aqui e para acolá, os cartões de crédito para aqui e para acolá! Repito, valores que as pessoas não sonham! Falaram no Mora, que, ao que sei, tem empresário desde os 10 anos e recebeu do empresário um valor que, muitos portugueses, não vão receber a vida toda! Aos 10 anos! A estes valores dos empresários, acrescem contratos com marcas desportivas, etc. é um negócio! É lógico que são movidos pelo lucro, uns mais rápido, outros, com maior caixa toráxica e com maior visão, mais tarde!

Não se infira com isto, que acho legítimo o que se passa!
É uma vergonha a todos os níveis!
Mas, os clubes (ou melhor, um clube) pouco pode fazer!
Acho incrível como é que a UE e UEFA, tão preocupados com as mudanças de país, continuem a assobiar para o lado para toda esta vergonha, que tem impacto sobre o futuro bem-estar de milhares/milhões? de crianças! E como se olha para o lado nesta verdadeira profissionalização de crianças!
A mudança só pode começar por aí!
Os clubes pequenos sempre foram o elo mais fraco. Faço um paralelo com a PME onde trabalho, qual a motivação do patrão em pagar imensa formação a um jovem empregado se ele do dia para a noite te troca por outra empresa maior a ganhar mais 100€ e leva todos os conhecimentos que adquiriu para a concorrência. A vida está complicada para os pequenos... é tudo mata mata..
 
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Gomes

Tribuna
8 Maio 2016
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Valadares
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  • Fernando "Bibota" Gomes
Sem empresário aos 16 anos um miúdo é dispensado. Conheço dois miúdos que foram dispensados devido a isso. Um do Famalicão e outro do Rio Ave
Eu conheço um exemplo dos sub13 do DragonForce da constituição este ano, iria para os sub 15. Foi dispensado. já jogou no Sporting e voltou para o DragonForce com promessa de jogar/treinar no Olival.
 

jorgcastro

Tribuna
19 Agosto 2016
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Os clubes pequenos sempre foram o elo mais fraco. Faço um paralelo com a PME onde trabalho, qual a motivação do patrão em pagar imensa formação a um jovem empregado se ele do dia para a noite te troca por outra empresa maior a ganhar mais 100€ e leva todos os conhecimentos que adquiriu para a concorrência. A vida está complicada para os pequenos... é tudo mata mata..
Percebo o paralelismo, mas no caso do futebol é exaberbado! Por 2 factores, extremamente, relevantes:
1. na PME, consegues incluir uma cláusula em que o trabalhador aceita a permanência na empresa por x anos (sem abusos...), ou terá de restituir o valor da formação à entidade empregadora! Assim, caso o trabalhador decida sair, o valor de restituição poderá ser investido noutro trabalhador e assim sucessivamente! No futebol de formação, a quantificação desse investimento é mais difícil (impossível?) e, sobretudo, tem envolvido um factor de valorização potencial que é impossível de quantificar: eu invisto no miúdo A, porque espero o retorno do miúdo A, no longo prazo, sendo esse retorno, x jogos na equipa A ou um valor de alienação de y!
2. na PME, estamos a falar de adultos, na formação estamos a falar de menores! O facto de estarmos a falar de menores tem sempre inúmeros outros factores que têm de ser ponderados! E, hoje, não são!
 

Roberto_FCP

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Palu1893

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  • André Villas-Boas
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Isso consegue ser pior que não aparecer a treinos

Esta malta pensa pouco na sua vida
É que o futebol, por muito talento que tenha, é muito incerto
Isto claramente não parte por iniciativa do Cardoso.
A proteção de menores tem de ser posta ao barulho.
 

MartinsDragão

Tribuna Presidencial
4 Fevereiro 2015
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Destaca-se que:
"O desaparecimento do jogador, que faltou a reuniões com os dragões para formalizar a continuidade no clube, também já teve implicações a nível pessoal, uma vez que o avançado não compareceu a exames escolares e reprovou de ano. Assim, além da FIFA, o FC Porto participou o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e efetuou uma queixa-crime junto das autoridades competentes.
(...)
Um suposto representante legal do jogador em Portugal, Wilson Sardinha, em colaboração de um agente FIFA, terá sugerido Cardoso Varela a vários clubes europeus.3 M€ - É o valor que os alegados representantes de Cardoso Varela terão exigido para a continuidade no FC Porto..."
In Ojogo
...
Mal aconselhado e mal agradecido!