Bem fizeram os brasileiros em gozar o prato. Que esculachem enquanto é tempo e há oportunidade. Dificilmente se tornará a ver um Porto tão depressivo nesta competição. Até porque só algo de portentoso nos colocaria na próxima edição.
Não se cumpriram os serviços mínimos. Se a ideia era acabar a época com uma certa graciosidade, quem sabe se um sinal de esperança, falhou-se rotundamente. A ponto de nos sobrar ainda um jogo para não mais que cumprir calendário. Num grupo com Inter Miami e Al Ahly... não há atenuante para tão grande fracasso. A prestação mancha inclusive a imagem do próprio clube, o primeiro europeu a ser batido por um adversário não-europeu desde há muito. Não-europeu e não sul-americano. O Porto foi ao Mundial para passar vergonhas.
Pouco mais haverá a dizer sobre o que se passou em campo. A equipa apresenta-se totalmente descaracterizada. Não se compreende qual o plano de jogo, não se observam dinâmicas bem trabalhadas, os jogadores parecem nunca estar nos sítios devidos: o avançado é uma ilha, os colegas não sobem no terreno de forma coordenada, o meio campo é um passador, os adversários encontram demasiados espaços na zona defensiva... uma tropa fandanga disfarçada de equipa de futebol. Tivemos cinco ou dez minutos no fim da primeira parte em que poderíamos ter marcado o segundo e aí matado o encontro. Nesse período, ficou evidente a fragilidade do adversário.
A equipa é muitíssimo mal treinada. O plano de jogo acaba até por salientar os pontos fracos dos jogadores. Com Samu à cabeça, passando por Vieira, Varela... Não se compreende. Anselmi, ao não alterar a sua abordagem, acelerou a própria queda. Ou tem carta branca para insistir no seu modelo de jogo, independentemente dos resultados, ou acabará por ter de assumir as suas responsabilidades. Mesmo que tivesse tamanha liberdade, estes maus resultados tratariam de o colocar numa posição insustentável ou perto disso. Esteve mal o presidente em promover uma troca de treinadores no momento em que o fez. Escolheu-se um treinador tendo em vista a temporada seguinte, negligenciando-se um cenário plausível: o de que o resto da temporada seria difícil e reclamaria vítimas. Ninguém fica bem nesta fotografia, saindo o presidente particularmente desfocado.
A atitude dos jogadores é execrável. A qualidade não está lá, não a necessária, mas isso perdoa-se... que não haja empenho nem se corra o que se pode... não pode ser. Que sirva de lição: quando se contratar novos jogadores, investigue-se o seu carácter, a sua atitude, a capacidade para resistir à adversidade, a disponibilidade física... o futebol já não é compatível com certas posturas. Nem o Porto precisa de deslumbramentos com camisolas de adversários ou admissões de fragilidade por se sofrer golos. Não se varreu em tempo devido, aquando dos casos de indisciplina, mas que não se aguarde muito mais.
Lamentável.