Tenho um amigo, o Pedro, lá bem no fundo boa gente. Tem uma bonita família composta por esposa e uma filha.
O Pedro adorava ir ao fim de tarde ao tasco beber a sua bejeca, e ficava satisfeito quando os "amigos" se juntavam a ele a beber. Claro que ele pagava regularmente as rodadas aos "amigos". A
Corria tudo muito bem até ao dia em que, inevitavelmente, já estava a gastar mais do que ganhava.
As férias, numa fase inicial modestas e pagas com parte das poupanças, já eram passadas em resorts de luxo com o cartão de crédito.
O BMW que conduzia com orgulho, lá continuou a andar mas com amolgadelas aqui e ali, a fazer uma fumaça estranha. Mas enquanto andava, lá ia servindo.
O banco começou a enviar umas cartas estranhas, a querer cobrar umas mensalidades do empréstimo da casa.
Claro que ele não deixou de almoçar fora ao domingo!!
A filha também convinha ter um iPhone porque parecia mal andar de mísero android barato. E as roupas, evidentemente, convinham ser de marca, tamanha a vergonha de feiras e primarks da vida.
A mulher lá ia por arrasto nos bons costumes da família.
Até uma certa altura tudo corria bem. Os vizinhos olhavam de baixo com uma certa inveja do bem viver do Pedro e respetiva família. O que eles não sabiam, era que a partir de certa altura já não passava de fachada e ostentação desmedida.
Hoje, a filha chegou à idade em que já faz planos para casar. Já trabalha há algum tempo, abandonou os estudos mais cedo do que queria porque os pais já não conseguiam pagar.
Se o Pedro soubesse gerir os fundos que tinha amealhado numa fase inicial da sua vida, estaria muito bem, e a filha, como era aplicada e inteligente, teria um bom curso a ganhar bom dinheiro. Assim, lá terá de ir sobrevivendo com o pouco que ganha.
Claro que comprar casa está fora de questão, terá de arrendar numa qualquer localidade afastada, já que está impossível de outra forma. E convém ter autocarros perto, não há dinheiro para manter um carro.
A filha tem capacidades para muito mais, mas quem tinha o dever de lhe proporcionar condições para ter uma vida desafogada, cortou-lhe as pernas. É uma pena. Claro que com o tempo ela vai provar ao mundo que é capaz. Não o fará no imediato, mas é óbvio a todos que ela sabe o que faz e vai singrar na vida. Não será no imediato, porque alguém não deixou.
Faz sentido?
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