ceciliapedroto
Editada•13 h
As palavras que se seguem, proferidas, hoje, pelo seu autor - José Maria Pedroto - valer-lhe-iam, por parte de alguns, acusações de divisionismo e outros insultos. Para aqueles, como eu, que optaram por estudar o alcance do seu pensamento, significam a prova da genialiadade que o caracterizava. Édouard Seidler, editor do jornal L'Équipe, que as recolheu e coligiu nas suas Memórias (cujo manuscrito tive a felicidade de consultar nos reservados da BNF), em nota à margem, escreve este comentário às afirmações do Mestre: "uma lição de História"
Estavamos em 1979, no rescaldo dos festejos do título, disputado taco a taco com o Benfica. José Maria Pedroto, em jeito de balanço, deixa um aviso à estrutura dirigente: "Chegamos aqui depois de uma longa caminhada. Este lugar foi conquistado a custo. Se não formos capazes de o manter, o que temos de fazer é olhar para nós próprios e perceber onde erramos." Desafiado pelo editor do “L’ Équipe” – Édouard Seidler – a explicitar a sua ideia, Pedroto expressou-se de modo claro e inequívoco, como era seu timbre: “As vitórias de um clube dependem, sobretudo, da sua capacidade de construir uma estrutura ganhadora. Vou mais longe: da capacidade e competência em construir e a manter e, se existir necessidade disso, não ter receio em reconstruir ou deixar que outros, possuidores de uma visão de futuro, assumam este papel. A história não é benevolente com quem não reconhece a sua evolução e se mantém refém do passado.