Há imagens que valem muito mais que mil palavras.
Regresso a horas tardias de viagem, não estive a par de nada, ao abrir sites informativos reparo na nota de uma derrota do Porto.
Abro e vejo que o Moreirense, a pacata localidade com cerca de 5000 pessoas, enfiou 3 ao Porto.
E já nem surpreende.
Tenho tentado consciencializar e debater este rumo em que colocaram o clube há mais de uma década.
Não deixa de doer, e que dor, a cada trambolhão.
Mas qual fundo? Nós não caímos um andar de cada vez.
Nós já andamos a cair aos 5 de cada vez e a velocidade do tombo aumenta e não se vê fim ainda.
O fundo é o fim.
A imagem representa a destruição das Antas.
O meu berço Portista.
É simbólico.
Aquele momento do clube ditou esta viragem.
O caminho para a morte.
Segundo quem se perdeu.
O meu Porto sempre foi intrinsecamente ligado às Antas.
Apesar de ter vivido ainda a mudança e algum tempo de Dragão, nunca foi o mesmo, até porque o Porto já não era o mesmo e eu já estava em ruptura com quem nos está a levar ao abismo.
É uma profunda tristeza que me invade, nunca deixará de o ser, a cada facada que nos espetam.
E a letargia?
O silêncio?
O gozo?
O controle de tudo e todos?
O despudor?
Como uma lâmina afiada que se nos atravessa o coração.
Poucos tentamos parar isso na altura em que começou.
Não vislumbro solução.