Jackson diz que as dores o acordam «quase todas as noites»
Colombiano fala sobre o «calvário» da lesão e diz que «o mais fácil seria desistir», mas aponta: «A maior dor seria não voltar a jogar»
Jackson Martínez diz que voltar a jogar e a marcar golos pelo Portimonense, depois de longa paragem de quase dois anos por lesão, «foram enormes conquistas».
«Um calvário que ameaçou levar-me o sonho», disse o avançado colombiano sobre a lesão, em entrevista ao jornal «Record», admitindo que ainda vive com dores.
«É uma luta diária. Cada treino, cada momento em que me deito na cama para dormir
Quase todas as noites, por volta das três ou quatro da manhã, como se fosse um relógio, o meu sono é interrompido devido a algum incómodo no pé. Depois de alguns minutos passa e volto a dormir. Para treinar-me também não é fácil, não posso fazê-lo dois ou três dias seguidos. Queria muito trabalhar normalmente todos os dias, mas os médicos e o fisioterapeuta esclareceram-me que isso era impossível e sigo um programa específico», contou o jogador.
«Nos jogos [do Portimonense] tenho uma enorme vontade de ajudar mas por vezes penso que não aguento mais e que devo levantar a mão a pedir a substituição. Quando isso sucede, cerro os dentes e não desisto».
Jackson Martínez reconheceu ainda que «o mais fácil seria desistir» e que viveu «muitos momentos» em que pensou que não voltaria a jogar futebol. «A vontade sempre superava a dor. Quando as sensações não eram muito boas lá vinha a dúvida: parar ou persistir», disse o avançado de 32 anos, que, ainda assim tem uma certeza: «Para mim, a maior dor seria não voltar a jogar. Ter de encerrar a carreira sem voltar a viver o ambiente da competição, sem voltar a festejar golos, vitórias, seria um sofrimento enorme, a juntar ao que tenho passado ao longo destes anos. É por esse motivo que recusei desistir. Decidi lutar contra a dor e acreditar que ainda posso ser útil e que ainda posso fazer o que mais gosto».
O avançado colombiano regressou a Portugal, por empréstimo do Guangzhou Evergrande, e explicou porquê. «O Portimonense foi o único clube que assumiu abertamente o risco de contratar um jogador que poderia voltar a jogar futebol
ou não».
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