O Herrera não é mau jogador, tanto é que até foi eleito o melhor jogador do torneio de Toulon em 2012; não é qualquer meia-leca que o consegue.
O problema é não ser adequado ao estilo de jogo do Porto, pelo menos para já.
Com as devidas diferenças de qualidade, faz-me lembrar o Ramires. Boa qualidade defensiva, um pulmão do outro mundo, rápido e excelente nas transições. Não é à toa que o brasileiro partiu a loiça na época em que o Benfica foi campeão segundo as ideias de jogo do JJ: transições, contra-ataque, muita velocidade de jogo... tudo adequado às suas características.
O coitado do Herrera vem para o Porto que joga em posse, em ataque organizado... não se está a adaptar bem, naturalmente. As únicas vezes em que tem brilhado é precisamente quando o jogo está mais para si: quando lhe dão liberdade para pressionar feito cão de caça e quando a equipa recupera a bola já no outro meio-campo, tendo depois espaço para progredir. Mesmo na equipa B, tem-se sempre destacado pelas arrancadas (lembro-me duma, p.ex, no Beira-Mar em que passou por uns 2 ou 3 jogadores; ou até neste fim-de-semana, há um lance que isola o Ricardo na perfeição, saindo a bola dos seus pés, em velocidade...)
Quando lhe pedem para ter responsabilidades na construção de jogo... a coisa dá para o torto, não tem pézinhos para isso.
Como dizia o Villas-Boas: "a identidade do FC Porto é esta, uma cultura de posse, de jogo e de toque. O futebol do Benfica é a vertigem da velocidade e nosso é a cultura da pausa, da temporização e da posse.". Assim se explicam as diferenças de rendimento entre jogadores com características semelhantes.