Compreendo a exaltação quanto à dificuldade do PCP em execrar Putin e a Rússia. Seria interessante que a atenção contemplasse também coisas mais relevantes no dia-a-dia do país e no âmbito das relações entre Portugal e regimes ditatoriais. Continuaremos a vender autorizações de residência? Há não muito tempo, tivemos políticos, membros governamentais, a ir a Moscovo vender autorizações de residência, acesso ao espaço Schengen e uma plataforma privilegiada à obtenção de cidadania portuguesa. Ninguém até agora reviu esse instrumento, não obstante a censura do parlamento europeu. E a venda de empresas nacionais de grande relevância à China?, serão elas do nosso interesse?, que implicações?... pena que não se discuta coisas mais importantes. Tratam-se de expressões concretas do funcionamento político do país, manifestações dos valores a que damos primazia e elementos de ligação aos interesses económicos e ao capital de regimes não-democráticos. Estas coisas, que constituem fragilidades graves, deveriam concentrar atenções e preocupações.