#Futebol Francesco Farioli - Treinador

fcportos90

Lugar Anual
30 Julho 2020
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27
  • Pinto da Costa
  • José Maria Pedroto
  • José Mourinho
  • Paulinho Santos
Acabei de ver este vídeo recomendado pelo YouTube, sem nunca antes ter pesquisado nada sobre o nosso novo treinador:

Algo que notei nesta análise deixou-me algo preocupado, mas estou convicto de que se trate apenas de detalhes ou de um equívoco.
O que ?
 

patitu

Bancada central
1 Junho 2007
1,618
446
Viana do Castelo
3-5-2 com construção ao estilo de Anselmi, e as dificuldades de construção que a equipa revelou durante o tempo em que esteve cá — existem, claro, diferenças, embora a base seja equivalente. Existem coisas positivas claro!
A primeira impressão que fica é positiva: há uma clara intenção de construir desde trás, com critério e presença interior. O pivot defensivo baixa para a linha dos centrais, ajudando a atrair pressão e libertar espaços noutras zonas. Ao contrário do modelo de Anselmi, que privilegiava a lateralização seguida de jogo direto, aqui nota-se a procura de linhas de passe mais curtas e verticais, com os médios interiores a abrirem jogo junto à linha lateral para depois oferecerem apoios por dentro.

No entanto, há um ponto que me preocupa: a transição defensiva após perda de bola. Quando o pivot baixa e os interiores alongam, forma-se um vazio perigoso no corredor central. Se a perda ocorre em fase adiantada e a equipa não se reagrupa rapidamente, esse “buraco” torna-se um convite ao contra-ataque.

Outro aspeto a considerar é o comportamento da equipa contra blocos baixos, como é típico no nosso campeonato. O espaço disponível para construir será naturalmente menor, e a primeira linha de pressão adversária posiciona-se mais recuada. Isso vai obrigar a equipa a circular com maior paciência e precisão. Sem criatividade entre linhas e movimentações constantes, o jogo tende a estagnar.

Claro que tudo depende dos “intérpretes” em campo — e aí reside tanto o risco como o potencial. Os princípios estão lá, a ideia agrada-me, mas será essencial garantir equilíbrio entre audácia ofensiva e solidez defensiva. A época promete, mas exige inteligência na execução.


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cagarro

Bancada lateral
8 Maio 2008
861
229
A primeira impressão que fica é positiva: há uma clara intenção de construir desde trás, com critério e presença interior. O pivot defensivo baixa para a linha dos centrais, ajudando a atrair pressão e libertar espaços noutras zonas. Ao contrário do modelo de Anselmi, que privilegiava a lateralização seguida de jogo direto, aqui nota-se a procura de linhas de passe mais curtas e verticais, com os médios interiores a abrirem jogo junto à linha lateral para depois oferecerem apoios por dentro.

No entanto, há um ponto que me preocupa: a transição defensiva após perda de bola. Quando o pivot baixa e os interiores alongam, forma-se um vazio perigoso no corredor central. Se a perda ocorre em fase adiantada e a equipa não se reagrupa rapidamente, esse “buraco” torna-se um convite ao contra-ataque.

Outro aspeto a considerar é o comportamento da equipa contra blocos baixos, como é típico no nosso campeonato. O espaço disponível para construir será naturalmente menor, e a primeira linha de pressão adversária posiciona-se mais recuada. Isso vai obrigar a equipa a circular com maior paciência e precisão. Sem criatividade entre linhas e movimentações constantes, o jogo tende a estagnar.

Claro que tudo depende dos “intérpretes” em campo — e aí reside tanto o risco como o potencial. Os princípios estão lá, a ideia agrada-me, mas será essencial garantir equilíbrio entre audácia ofensiva e solidez defensiva. A época promete, mas exige inteligência na execução.

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Do ponto de vista técnico-táctico, acrescentaria alguns pontos que podem ajudar a enriquecer ainda mais essa reflexão:
1. Pressão pós-perda e organização em transição:
Se a equipa conseguir reagir de forma coordenada logo após a perda — com os jogadores da frente a pressionarem imediatamente e as linhas a manterem-se compactas — esse vazio no corredor central pode ser, pelo menos, parcialmente compensado. Contudo, isso exige uma resposta coletiva muito bem trabalhada e um compromisso defensivo forte por parte dos jogadores ofensivos, o que nem sempre é garantido.
2. Sincronização entre interiores e laterais:
A movimentação dos médios interiores para zonas exteriores pode ser útil para criar superioridade nas alas, mas exige uma grande coordenação com os laterais e, sobretudo, uma noção clara de tempo e espaço para voltarem a oferecer apoios por dentro. Caso contrário, pode haver ruturas no equilíbrio posicional e perda de presença nas zonas de finalização.
3. Profundidade vs largura:
A largura funcional dada pelos interiores ou laterais é útil, mas não pode acontecer em detrimento da profundidade. Sem movimentos de rutura — vindos do ponta-de-lança, dos extremos ou dos laterais em progressão — o adversário acomoda-se e mantém o bloco compacto. A profundidade obriga o adversário a alongar-se, e isso abre espaço entre linhas, essencial para quem quer jogar com critério.
4. Variabilidade na construção:
A descida do médio defensivo para a linha dos centrais é válida e pode ser eficaz contra certas pressões, mas a equipa deve ter alternativas — como construções a dois centrais com laterais mais baixos, ou a atração de adversários para zonas específicas com o objetivo de libertar o lado contrário. A imprevisibilidade na primeira fase de construção é fundamental para escapar à previsibilidade e ao bloqueio de equipas bem organizadas.
Em resumo:
A base está lançada e os princípios são promissores. Mas tudo dependerá da capacidade dos jogadores interpretarem os momentos do jogo com inteligência, de manterem o equilíbrio entre risco e segurança, e da capacidade do treinador em ajustar os comportamentos consoante o adversário. Como bem disseste: a época promete, mas exigirá muito rigor na execução.
 
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patitu

Bancada central
1 Junho 2007
1,618
446
Viana do Castelo
Do ponto de vista técnico-táctico, acrescentaria alguns pontos que podem ajudar a enriquecer ainda mais essa reflexão:
1. Pressão pós-perda e organização em transição:
Se a equipa conseguir reagir de forma coordenada logo após a perda — com os jogadores da frente a pressionarem imediatamente e as linhas a manterem-se compactas — esse vazio no corredor central pode ser, pelo menos, parcialmente compensado. Contudo, isso exige uma resposta coletiva muito bem trabalhada e um compromisso defensivo forte por parte dos jogadores ofensivos, o que nem sempre é garantido.
2. Sincronização entre interiores e laterais:
A movimentação dos médios interiores para zonas exteriores pode ser útil para criar superioridade nas alas, mas exige uma grande coordenação com os laterais e, sobretudo, uma noção clara de tempo e espaço para voltarem a oferecer apoios por dentro. Caso contrário, pode haver ruturas no equilíbrio posicional e perda de presença nas zonas de finalização.
3. Profundidade vs largura:
A largura funcional dada pelos interiores ou laterais é útil, mas não pode acontecer em detrimento da profundidade. Sem movimentos de rutura — vindos do ponta-de-lança, dos extremos ou dos laterais em progressão — o adversário acomoda-se e mantém o bloco compacto. A profundidade obriga o adversário a alongar-se, e isso abre espaço entre linhas, essencial para quem quer jogar com critério.
4. Variabilidade na construção:
A descida do médio defensivo para a linha dos centrais é válida e pode ser eficaz contra certas pressões, mas a equipa deve ter alternativas — como construções a dois centrais com laterais mais baixos, ou a atração de adversários para zonas específicas com o objetivo de libertar o lado contrário. A imprevisibilidade na primeira fase de construção é fundamental para escapar à previsibilidade e ao bloqueio de equipas bem organizadas.
Em resumo:
A base está lançada e os princípios são promissores. Mas tudo dependerá da capacidade dos jogadores interpretarem os momentos do jogo com inteligência, de manterem o equilíbrio entre risco e segurança, e da capacidade do treinador em ajustar os comportamentos consoante o adversário. Como bem disseste: a época promete, mas exigirá muito rigor na execução.
De acordo.

É importante não cairmos no erro de iniciar a construção sempre da mesma forma. Algo que aconteceu com a equipa do Anselmo.

Creio que a relação extremos verticais / laterais e 8s ser fundamental. Para além obviamente e estou curioso em perceber onde encaixa aqui o Mora.
Não tem rotação para 8, e tenho dúvidas a jogar a falso ala.


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MartinsDragão

Tribuna Presidencial
4 Fevereiro 2015
30,385
24,238
Ruud Krol, tricampeão europeu pelo Ajax nos anos 70, sobre Farioli:

"O Farioli organizou defensivamente muito bem a equipa. Pareceu-me que esse foi o passo número um. Quando sentiu essa estabilidade, deu o passo seguinte e libertou os jogadores ofensivamente. Resultou e resultou muito bem."
 

F_Ferr

Não, não estive no treino.
11 Março 2012
10,092
13,840
Ruud Krol, tricampeão europeu pelo Ajax nos anos 70, sobre Farioli:

"O Farioli organizou defensivamente muito bem a equipa. Pareceu-me que esse foi o passo número um. Quando sentiu essa estabilidade, deu o passo seguinte e libertou os jogadores ofensivamente. Resultou e resultou muito bem."
Precisa de fazer o mesmo aqui.
 
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Moradona

Bancada lateral
18 Maio 2025
864
2,703

Lendo isto, a questão que coloco é o que ele pretenderá para o Rodrigo Mora e Gabri Veiga, considerando que prefere jogar em 4-3-3 e é um treinador que valoriza o equilíbrio defensivo.

Talvez esteja a pensar em Alan Varela para 6, o tal reforço para a posição 8, Gabri Veiga na posição mais adiantada do meio-campo, Rodrigo Mora na direita, Borja na esquerda e Samu no meio. Relativamente a dinâmicas, talvez vá procurar ter bastante fluidez e trocas de posição entre o Mora e o Gabri Veiga.

Em situação ofensiva, com os laterais a dar largura, Mora em zonas mais interiores nas costas de Samu. Em situação defensiva, talvez até o Veiga mais descaído pela direita no apoio ao lateral e o Mora no meio...
 

NakaMessi

Bancada central
8 Setembro 2020
1,926
8,975
Conquistas
1
  • André Villas-Boas
Lendo isto, a questão que coloco é o que ele pretenderá para o Rodrigo Mora e Gabri Veiga, considerando que prefere jogar em 4-3-3 e é um treinador que valoriza o equilíbrio defensivo.

Talvez esteja a pensar em Alan Varela para 6, o tal reforço para a posição 8, Gabri Veiga na posição mais adiantada do meio-campo, Rodrigo Mora na direita, Borja na esquerda e Samu no meio. Relativamente a dinâmicas, talvez vá procurar ter bastante fluidez e trocas de posição entre o Mora e o Gabri Veiga.

Em situação ofensiva, com os laterais a dar largura, Mora em zonas mais interiores nas costas de Samu. Em situação defensiva, talvez até o Veiga mais descaído pela direita no apoio ao lateral e o Mora no meio...
Também me parece que será por aqui.
 

fridolfresberg

Bancada central
5 Setembro 2015
1,634
7,307
Estas tentativas de se determinar quem é titular, quem vai para o banco, de se querer "decidir" antecipadamente como o treinador vai querer que se jogue (como se fosse algo previamente determinado e definitivo), é das coisas mais sem sentido que há, especialmente quando, para além do plantel estar sequer longe de estar fechado (para qualquer um dos sentidos), a época irá ter mais de 50 jogos (+ seleções) e em grande parte dela se jogará de 3/4 em 3/4 dias.

Um suposto "11" titular não terá, talvez, sequer mais de 20 jogos.
 

Roma

Tribuna Presidencial
17 Dezembro 2013
10,122
1,923
35
Porto
Estas tentativas de se determinar quem é titular, quem vai para o banco, de se querer "decidir" antecipadamente como o treinador vai querer que se jogue (como se fosse algo previamente determinado e definitivo), é das coisas mais sem sentido que há, especialmente quando, para além do plantel estar sequer longe de estar fechado (para qualquer um dos sentidos), a época irá ter mais de 50 jogos (+ seleções) e em grande parte dela se jogará de 3/4 em 3/4 dias.

Um suposto "11" titular não terá, talvez, sequer mais de 20 jogos.
Obviamente. Ainda para mais , pelo que fui lendo o Farioli é conhecido por dar alguma rotatividade ao plantel. Acredito que em vez de ter um 11 , terá um grupo de 14/15 jogadores que vão jogar mais e alternar algumas vezes. Por isso há que haver boas soluções e não estarmos a pensar num 11 por decreto.
 

Dragão D'Ouro

Lugar Anual
8 Fevereiro 2023
15,616
20,164
Lendo isto, a questão que coloco é o que ele pretenderá para o Rodrigo Mora e Gabri Veiga, considerando que prefere jogar em 4-3-3 e é um treinador que valoriza o equilíbrio defensivo.

Talvez esteja a pensar em Alan Varela para 6, o tal reforço para a posição 8, Gabri Veiga na posição mais adiantada do meio-campo, Rodrigo Mora na direita, Borja na esquerda e Samu no meio. Relativamente a dinâmicas, talvez vá procurar ter bastante fluidez e trocas de posição entre o Mora e o Gabri Veiga.

Em situação ofensiva, com os laterais a dar largura, Mora em zonas mais interiores nas costas de Samu. Em situação defensiva, talvez até o Veiga mais descaído pela direita no apoio ao lateral e o Mora no meio...
Laterais a dar largura e Farioli na mesma frase não é lá muito usual.

Se vier o tal extremo direito esquerdino deverá ser ainda menos.