Outubro chegou ao fim e, em suma, foi um mês penoso. Não tanto pelos resultados que, apesar de tudo, não foram desastrosos nem decisivos de forma negativa, mas sobretudo pela falta de qualidade exibicional. As últimas partidas expuseram várias fragilidades, especialmente a nível ofensivo, e evidenciaram algumas das nossas lacunas mais preocupantes.
Ficou claro que, quando o Varela é pressionado, a equipa perde grande parte da sua capacidade de construção. O jogo torna-se lento, previsível e sem progressão, o que dificulta a criação de oportunidades de qualidade. Alguns jogadores acabam por estar em campo apenas “a fazer número”.
O Samu é um bom exemplo disso: esforça-se, trabalha, luta e corre, mas o seu papel é ser servido e finalizar jogadas, não vir buscar a bola atrás do meio-campo e tentar progredir. A equipa não consegue colocar-lhe a bola com qualidade, e ele acaba por desempenhar funções que não se adequam às suas características.
Depois há as chamadas “vacas sagradas”, como o Borja, que continuam a justificar pouco esta titularidade constante. Corre e luta, é verdade, mas ofensivamente é uma nulidade, não acrescenta absolutamente nada ao jogo. O Froholdt também atravessa uma fase negativa, possivelmente fruto do desgaste físico acumulado com tantos jogos de 90 minutos. E isso reflete-se claramente no rendimento coletivo.
Quanto ao jogo de ontem, já referi a questão do Varela: basta que seja bem pressionado para a equipa perder grande parte da sua identidade na construção, e não parece haver soluções alternativas devidamente pensadas. Além disso, quando estávamos por cima e a criar perigo, o Farioli errou nas substituições. Ao tirar o Pepê e o Moura, desmantelou todo o lado esquerdo, e colocar o Gul na esquerda quase nos custou caro. Felizmente, ainda foi a tempo de corrigir, ao retirar o Samu e voltar a colocar um extremo aberto, ainda que Karamoh não tenha acrescentado nada, pelo menos voltou a dar largura e a expandir o jogo da equipa.
Em suma, há muito por melhorar. Que novembro traga um recomeço e, sobretudo, o regresso do futebol de qualidade.