José Mourinho no Benfica. Parece ficção barata, mas infelizmente é realidade. O mesmo homem que Pinto da Costa acolheu, valorizou e catapultou para a ribalta mundial, aquele que ergueu a Liga dos Campeões com o nosso símbolo ao peito, hoje escolhe sujar esse legado ao juntar-se ao maior inimigo do FC Porto.
Se Pinto da Costa fosse vivo, não tenho dúvidas do que diria. Diria que a gratidão não é uma palavra vazia, é um valor. Diria que quem construiu a sua carreira à custa da grandeza do FC Porto tinha o dever moral de nunca pisar este caminho. Diria que trair a história é manchar a memória. E, mais do que palavras, Pinto da Costa lembraria a Mourinho que, no Dragão, quem vira as costas à nossa identidade não é recebido com indiferença: é recebido como adversário, e tratado como tal.
O Mourinho que um dia foi herói, hoje é apenas mais um. Mais um que pensou estar acima da alma portista. Mais um que esqueceu que no Porto não nos curvamos perante nomes, mas defendemos o nosso emblema com a dignidade que sempre nos distinguiu. O respeito que tinha morreu no momento em que assinou pelo Benfica. A reverência que poderia ser eterna, ele próprio decidiu apagar.
E que fique claro: no dia 5, quando pisar o relvado frente ao FC Porto, não enfrentará apenas uma equipa. Enfrentará uma cidade inteira. Será esmagado pela força de quem não perdoa traições, pela união de um clube que sempre se ergueu contra tudo e contra todos. O Estádio do Dragão saberá dar-lhe a resposta que merece - a resposta que Pinto da Costa certamente aplaudiria de pé.
Mourinho podia ter sido eterno no coração portista. Preferiu ser lembrado como ingrato. Pois que venha dia 5: nesse dia, ele perceberá, da forma mais dura, o que significa enfrentar o Futebol Clube do Porto.