Tanto queres tapar o Sol com a peneira que acabas por dizer a verdade, escrevendo muito bem:
....complementados com os resultados com transações de passes de jogadores que resultam das vendas de passes de jogadores já anunciadas ao mercado, em particular as concretizadas no mercado de janeiro de 2025, permitiram ao FC Porto ....
Como é possível andarem a enganar as pessoas com a história de que o clube estava falido, quando afinal como bem dizes o clube vendendo jogadores que já eram seus equilibrou as contas??
E onde é que o AVB foi buscar esses jogadores??
Não foi o outro que os deixou lá???
Ou foste tu que os arranjaste??
Eu sei que sou chato, mas só não gosto de ser tratado como um qualquer lorpa!!
Eu vou explicar-te para não te sintas tratado por lorpa, e até vou explicar-te devagarinho para que te sintas integrado na mesa dos adultos.
A SAD do Futebol Clube do Porto tinha dois problemas gravíssimos quando esta direcção tomou posse, no que a contas diz respeito. Um era um problema contabilístico, de capitais próprios negativos, provocado por sucessivos prejuízos, ano após ano. O outro, mais grave ainda, era falta de liquidez, de tesouraria, para pagar dívidas, salários, impostos, etc. Obviamente que os dois problemas são indissociáveis e estão correlacionados, mas uma empresa vai sobrevivendo com o primeiro problema, que até se resolve com operações contabilísticas absolutamente legais, como a reavaliação do estádio. Não sobrevive com o segundo.
Ora, o que a administração da SAD conseguiu fazer este ano foi mitigar o segundo problema. Foi resolver os problemas de tesouraria urgentes. O primeiro problema demorará anos a resolver. Recuperar anos a fio de prejuízos acumulados demorará, então, muitos anos, por maioria de razão. A solução mais imediata, é efectuar um aumento de capital, mas como o Futebol Clube do Porto também não está nada folgado em termos de tesouraria, esse aumento de capital passaria sempre pela entrada de investidores externos, solução que, para mim, não é minimamente desejável.
Então, o que foi feito foi resolver problemas de tesouraria. Foi garantir, por um lado, mais entradas de dinheiro e, por outro, reduzir as saída de dinheiro. Como é que isto foi feito? De múltiplas formas:
- Aumento de receitas (bilhética, merchandising, etc.) e redução de custos, que só conseguiremos avaliar quando for publicado o R&C do ano. O do primeiro semestre dá pistas interessantes quanto a isto;
- Venda de passes de jogadores (e o empréstimo do Chico, já agora), mas só na parte já recebida. Não podemos, nem devemos assumir que o Evanilson, o Galeno e o Nico foram vendidos a pronto;
- Renegociação de prazos de pagamento a fornecedores, incluindo clubes e agentes. Isto foi amplamente difundido e foi crucial para não falharmos o controlo do fair-play financeiro de julho de 2024;
- Renegociação da dívida remunerada, isto é, empréstimos, com a contracção de dois empréstimos obrigacionistas, um deles com prazos de pagamento muito dilatados, que permitiram dotar o Porto de dinheiro fresco para pagar contas e substituir dívida com taxas de juro mais altas por outra com taxas de juro mais baixas;
- O dinheiro que já terá entrado relativo ao acordo com a Ithaka.
E assim, o Porto terá hoje tesouraria para honrar os seus compromissos, reforçando a credibilidade da instituição juntos dos demais stakeholders, aumentando a confiança destes em nós e facilitando negociações, reduzindo, por exemplo, as exigências de pagamentos a pronto, de garantias bancárias, etc.
Isto é muito diferente de ter contas equilibradas. Estamos muito longe disso. Já estivemos mais, é factual, mas ainda falta muito para se resolver o lastro acumulado. Estamos é mais folgados