André Villas-Boas, presidente do FC Porto, comentou as recentes declarações de Rui Costa, destacando o «ato lamentável» do presidente do Benfica, tal como as críticas de Frederico Varandas à arbitragem portuguesa.
«Chegou a altura de Pedro Proença dar um murro na mesma, face a suspeições de corrupção passiva. As frases de Rui Costa são graves. Avisei o presidente da FPF e da Liga. Acho um ato lamentável. Todo este clima não revela nada de bom, a continuação de ataques a árbitros por parte do Sporting é grave em toda a linha. Espera se que o Conselho de Disciplina atue. Toda esta liberdade que o presidente do Sporting tem para coagir, tem de ser severamente punida», partilhou aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura do protocolo para a criação do Centro de Alto Rendimento.
«Estou desiludido como a FPF tem assistido a isto. O futebol português está podre, as instituições não estão colaborantes. Todos estes discursos de unir, de almoços e congressos, que querem apontar à união...o presidente da FPF tem de dar um murro na mesa», acrescentou.
Na sequência, o líder dos dragões falou sobre um tema «sensível»: a centralização do direitos na Liga.
«Cada um olha pelos seus interesses. A centralização de direitos valoriza a maioria dos clubes da Liga, por exemplo. O nosso posicionamento é claro. A realidade é que os três grandes dominam o mercado e não querem perder dinheiro. Mas podem contribuir para os outros emblemas, por exemplo através da receita UEFA. O futebol português não pode sobreviver com base em jogos com 500 ou 600 pessoas. Cabe ao presidente da FPF ter mão severa, com palavra pública. Ontem ficámos num “nim” em relação a tudo. Estamos em desacordo em vários temas, este ambiente de crispação não ajuda. Por crispação e sobranceria por parte de alguns», apontou.
Analisando os rivais diretos, Villas-Boas confessou que as eleições no Benfica podem ajudar no processo e que o Sporting tem apresentado um posicionamento «hipócrita».
«O Benfica vai entrar em eleições, vai ser um fator determinante para mais tarde nos sentarmos os três à mesa. O Sporting tem uma sobranceria e hipocrisia como nunca vi. Todos devemos honrar as instituições, estamos apenas de passagem pelos clubes. Com este tipo de posicionamento não vamos a lado nenhum. De uma vez por todas que se condene atos de corrupção passiva ou ativa», concluiu.
in MaisFutebol