Sobre o Pavlidis e o Kikas lá está é a qualidade dos intervenientes. Que devem ser ensinados até a dominar a merda da bola. Com certeza é corrigido nos treinos. De relembrar que o Octavio até ser encontrado cometia exactamente os mesmos erros o treinador fartou-se e o enconstou não foi por acaso. Até eu me fartar ia explicar ensinar gritar a mesma merda treino a treino semana a semana.Esse texto não é uma análise. Desculpa. É catecismo. É defesa cega, onde tudo o que corre mal é culpa dos jogadores, dos árbitros, do relvado, do cosmos — menos do homem que monta a equipa. Até sobra para a direção.
A começar por essa lenga-lenga do “sistema muito complexo para ser culpa do treinador”.
Mas o que é isso? Desde quando complexidade impede culpa?
Aliás, o verdadeiro erro até poderia começar precisamente aí: implementar um modelo exigente num plantel que claramente não o sustenta — isso sim, é que seria culpa direta do treinador.
Isso é ignorância táctica, não inovação.
É como meter um Fórmula 1 a correr num trilho de cabras e depois culpar os pneus.
Falas de jogadas ao primeiro toque, armadilhas para lançar alguém na profundidade…
Mas em que realidade alternativa estás a ver isso com regularidade?
Jogamos aos repelões, com uma construção desconectada, sem apoio entre setores, e vês a equipa a chegar à área mais por esforço individual ou erro adversário do que por padrão ofensivo consolidado.
Basta ver quantas jogadas conseguidas há por jogo com 3 ou mais jogadores envolvidos em construção vertical.
Spoiler: quase zero.
Depois usas a expressão “se o Benfica não tivesse marcado primeiro…”
Mas isto agora é a Liga dos ‘ses’?
Olha, "se a minha avó tivesse rodas era um camião" por Paulo Bento.
O FC Porto teve tempo para reagir, e foi dominado na cabeça, nas pernas e no banco.
E essa conversa de que o Pavlidis fez um hat-trick “fora do normal” é só a cereja no topo do disparate.
O homem aproveitou falhas de posicionamento que a nossa linha repete jogo após jogo. Assim como o Kikas.
Não é azar — é um erro sistemático que o treinador não resolve.
E quanto ao mérito de “não deixar o adversário jogar”…
Então o Arouca não jogou?
O Estrela não criou?
O Guimarães não teve fases de ascendente no Dragão?
O que estás a ver não é um adversário sufocado — é um adversário que nem precisa de se esticar muito porque basta esperar pelos erros do Porto.
No teu entender, é uma destas ideias:
Quando ganhamos, é mérito do sistema.
Quando perdemos, é falta de qualidade individual.
Conclusão: o sistema nunca erra. O treinador é infalível.
Isto é fanatismo, não é análise. É doutrina.
Pior ainda: esse texto tenta resgatar os primeiros jogos como se fossem a base de algo promissor.
Mas até nisso há reservas é que contra equipas completamente fechadas, ganhámos em esforço, sem controle do jogo, com dificuldades claras nas transições.
Os problemas já estavam lá — só que agora estão mais visíveis porque o tempo passou e não houve evolução nenhuma.
Portanto, não.
Não há “crescimento”, não há “domínio”, não há “complexidade tática sofisticada”. Seja lá o que isso seja, confesso que tenho anos de futebol e nunca ouvi uma tirada dessas.
Cabe na cabeça de alguém o Eustáquio vai ao Homem o Marcano ao invés de fechar o outro lado vai em direção ao mesmo Homem para perceber isso precisa de algum treino ou tática? Num ataque de dois Homens do Estrela